I - Panic

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I - Pânico

Eu não queria estar aqui. Afinal, qual é a graça de encher a cara, fazer movimentos com os corpos que nem podem ser chamados de dança, e dessa música alta e ensurdecedora acabando com os meus tímpanos pelo mal gosto?

Detesto festas, principalmente se os jovens da faculdade resolver fazer uma "social" na casa de alguém, mas no final... A polícia aparece porquê algum dos vizinhos - normalmente os idosos - ligam por: perturbação da ordem, e lei do silêncio.

Outra coisa: eu não bebo. Acho o gosto de bebida e cigarro intragável - se bem que as batidas até que são gostosas, mas fora isso foi uma vez para nunca mais -. As únicas coisas que bebida e cigarro te dão são: câncer e problema no fígado, além de que só fica "bom" quando o êxtase vem tomando suas veias e deixando você "alto", alcoolizado, entorpecido, ou até mesmo "feliz". E nada contra quem faz isso, se isso te provoca felicidade momentânea, ou sei lá... Pode continuar fazendo se te dá prazer, isso não é da minha conta, mas pelo amor de Deus, não me chame para fazer também!

Mas nesse dia Sakura estava disposta a "me divertir", quando ela sabe que o meu tipo de diversão é comer, dormir, assistir alguma besteira na Netflix ou sites piratas de anime, ler uma boa fanfic ou livro e escutar música - de boa qualidade, diferente dessas que estão tocando -.

Por falar em música, funk, por que diabos funk? Tipo, eu concordo que a batida e envolvente, até mesmo divertida mas por que letras tão... Depravadas? Quer escutar música de sexo pelo menos fosse um Chase Atlantic, ninguém liga para tradução das músicas em inglês e tenho certeza que o velhinhos da rua não ficariam tão incomodados...

— Hina. Hinata. 'Tá me escutando? — vi os dedos estalando na frente de meus olhos e balancei a cabeça tentando me lembrar do que estava fazendo, onde eu estava e com quem eu estou.

— Não... Desculpa.

— Ela 'tá com aquela cara de quem comeu e não gostou quando você obriga ela a fazer coisas, Saky.

— Ou Sasuke! Vê se cala a boca — ri da pequena discussão do casal e balancei a cabeça mais uma vez em negação — Amiga, você fica presa o dia todo naquela ONG e quando saí fica estudando o dia todo, cadê a diversão?

Desde que minha mãe assumiu a instituição de caridade da minha avó me coloca para trabalhar como escrava, e isso que ela ganha um pequeno salário já eu, como o que é "voluntário" não ganho nem uma remuneração... Não que eu não goste de ajudar as crianças da cidade, nesta ONG damos reforço escolar de graça para crianças de famílias de baixa renda, ou orientadas por psicólogos, nossa instituição também fornece acompanhamento gratuito com profissionais da saúde e bom... Quando não estou lá com as minhas crianças, passo o resto do dia na faculdade ou em casa estudando.

— Você, melhor do que ninguém, sabe que eu prefiro mil vezes ficar em casa, lugares lotados e apertados me dão ansiedade.

— Falei que não era 'pra ter convidado a Hina...

— Cala a boca Sasuke!

— Quem te autorizou a me chamar por apelido? — disse em desdém ao moreno, fechando a cara e olhando para a minha lata de refrigerante.

— Ei, achei que vocês já tivessem superado essas briguinhas idiotas.

— Eu sei que ela não gosta de mim, nunca vai gostar.

— E eu estou me esforçando muito 'pra continuar sendo educada — dei dois tapinhas no braço dele.

Estávamos de pé, perto da janela da casa de Kiba Inuzuka - do curso de medicina veterinária -, em grande parte essas "sociais" acontecem com pessoas de cursos misturados pelo simples fato de todos sermos amigos de infância, e era para ser só um encontro de velhos amigos, mas sempre tem alguém que chama outro de fora que chama ciclano que chama fulano e tudo vira uma bagunça.

The KissGameOnde histórias criam vida. Descubra agora