Sempre Seu

Capítulo 1

Aemond Targaryen era herdeiro de nada além do favoritismo de sua mãe, no entanto, isso não significava que ele fosse nada menos que um filho obediente. Ele não apenas atendeu ao padrão esperado dele, ele os superou. Onde seu irmão faltou, ele se destacou. Ele era o melhor aluno, o melhor guerreiro, e se estivesse tão inclinado até diria que seria o melhor herdeiro. Mas isso não era seu destino, a coroa era de seu irmão para reivindicar. Pelo menos é isso que sua mãe queria para Aegon, independentemente da inflexibilidade de seu pai de que Rhaenyra o sucedesse. 

De qualquer forma, Aemond aprendeu a se contentar com o que poderia alcançar por seus próprios méritos, e não pela graça de seu sangue. E se ele tinha uma reputação de ser agressivo ou distante, ele realmente não conseguia se importar. Ele nem se importou que eles o chamassem de “One-Eye”, tudo o que importava era que a reputação existia. Que eles o chamavam em tudo.

Ele era conhecido. Ele foi falado. Ele reivindicou a atenção do povo como um verdadeiro Targaryen.

Então, por que no mais profundo dos Sete Infernos Lucerys Velaryon o fez se sentir tão pequeno? Um singular olho violeta observava através da mesa carregada de comida e vinho enquanto o filho bastardo compartilhava um sorriso e uma risada com sua mãe. Ele parecia tão brilhante assim, sorrindo e feliz. Como se ele não fosse a razão pela qual Aemond agora estava sentado nesta mesa, mutilado irreparavelmente. Como se ele ainda fosse inocente.

Se olhares pudessem matar, o olhar carrancudo de Aemond teria matado o menino Forte várias vezes a essa altura.

O som das palavras sendo ditas a ele arrancou a atenção de Aemond de Lucerys, impedindo-o de assistir enquanto seu sobrinho trazia uma taça de vinho até os lábios muito macios "Hm?" Foi Helaena quem falou, e ele tentou dar à sua querida irmã toda a atenção que podia dispensar. Ela estava sobrecarregada com seu irmão mais velho pelo resto de seus dias, e merecia toda a gentileza que alguém pudesse reunir "Você disse alguma coisa, irmã?"

Helaena sorriu suavemente com o tom dele, baixo como se estivessem falando conspiratoriamente "Nada importante". Ela cantarolou suavemente e trouxe uma pequena fruta aos lábios "Ou pelo menos, nada mais importante do que seus próprios interesses." Ela inclinou a cabeça para Lucerys, que agora estava conversando com Rhaena, seu sorriso mais suave e sua risada menos animada, embora não um pouco menos cativante. Aemond seguiu seu olhar com o mais superficial dos olhares para não dar a impressão de que ela estava certa. Quando seus olhos se desviaram, ele viu.

O porco assado, amarrado e recheado lindamente. Ele podia dizer que tinha ficado frígido, pelo olhar de preocupação que sua própria rainha-mãe lançou para ele e pela mão que Helaena roçou em seu braço como um gesto de conforto. Ele não prestou atenção a nenhum deles, em vez disso, seus olhos foram atraídos para seus sobrinhos.

Os olhos de Jace não mostraram nenhum reconhecimento, o porco pode muito bem ter se misturado à mesa por toda a atenção que ele prestou, ele estava muito absorto em quaisquer palavras que ele e Daemon estivessem falando um com o outro. Lucerys, no entanto, parou ao ver a criatura antes de seus olhos se erguerem e encontrarem os de Aemond. Ele segurou o olhar, esperando o brilho de despeito naqueles olhos castanhos. Para o sorriso se tornar perverso, o riso se tornar cruel e zombeteiro. Ele cerrou a mão em um punho onde repousava sobre a mesa.