The Blood Crown | Hiatus/Reescrevendo

1. Piloto

Era em torno de 2 da manhã quando todos os moradores do castelo estavam no corredor dos quartos principais, ansiosos enquanto escutavam os gritos de agonia do jovem príncipe que se encontrava em trabalho de parto.

A rainha Rhaenyra estava sendo forte para não chorar, pensando no sofrimento de seu filho, se lembra de quando deu a luz a sua primeira criança, Jacaerys, e se lembra de todos os seus partos. Rhaenyra se pergunta se Lucerys teria medo de engravidar novamente, se teria apenas um filho ou uma filha em toda a sua vida.

- Querida... Lucerys sempre foi um garoto muito forte, ele vai passar por isso. - Daemon tocou o ombro de sua esposa e se agachou em frente a ela, que estava sentada em uma cadeira.

Enquanto isso, dentro do quarto, a parteira deu uma colher de madeira para que Lucerys mordesse. Ele mesmo pediu, sabendo que seus gritos estavam assustando a todos no castelo. Aemond segurava firmemente sua mão, inclinado um pouco sobre a cama para acariciar os cachos de seu amado.

- Querido, você está indo bem, não se preocupe.

- Isso mesmo, meu lorde, como seu marido disse!

- Só pense que daqui a alguns instantes estaremos com nosso bebê nos braços.

Lucerys grunhiu de dor, um grito abafado por estar mordendo a colher.

- Assim mesmo, meu lorde, continue! Empurre! Estou vendo a cabeça!

Lucerys respirou fundo e com a mão livre tirou a colher da boca.

- Aemond, seja o primeiro a pegá-lo.

- Mas... Você... Você tem certeza?

- Tenho, eu gostaria muito que ele ou ela fosse recebido completamente por um dos pais... - O moreno olhava o platinado com um sorriso gentil, disfarçando toda a dor que sentia, mesmo sendo óbvio que aquilo não estava sendo nada fácil.

Aemond acenou com a cabeça e foi até onde a parteira cedia o lugar para si, ela o instruiu a como pegar a criança quando saísse. Lucerys agarrou o pulso da criada que passava uma pequena toalha molhada em sua testa, a mulher se assustou um pouco pelo gesto repentino e apoiou a mão livre na cama, olhando para o príncipe Targaryen com um olhar determinado, sabendo que estava na hora.

Lucerys gritou, um grito maior porém mais cansado que todos os outros dessa noite, um barulho estridente de choro pôde ser ouvido, e então Aemond sorria para um pequeno e delicado ser humano em seus braços.

- Luke, temos uma garotinha... - Disse com um olhar orgulhoso para o marido que fechou os olhos e suspirou, aliviado, enquanto a parteira logo cortou o cordão umbilical.

Luke soltou a criada, que foi para o canto do quarto junto da parteira, ambas observando o garoto exausto. Aemond andou até o lado de Luke, acalmando a recém-nascida, se inclinou novamente um pouco sobre a cama e mostrou a garotinha para o amado.

- Essa é a nossa filha... Como iremos chamá-la?

Luke abriu os olhos e observou aquela criaturinha tão bela, a pegou com cuidado enquanto se sentava na cama e afastou alguns fios do cabelo raso dos olhos ainda fechados da menina.

- Essa é Aemma II Targaryen.

Aemond olhou admirado para seu marido por alguns segundos, sorriu e voltou seu olhar para a filha.

- Olá Aemma.

A contemplação do casal sobre a jovem princesa Aemma foi interrompida quando Lucerys apressado a devolveu para os braços de Aemond e colocou as mãos sob sua barriga, olhava para suas pernas ainda abertas, perplexo.

- Tem algo errado. - Sua voz falhou.

Aemond arregalou os olhos, olhou para a parteira, que ficou em frente as pernas do rapaz que havia acabado de trazer uma vida para o mundo, a mulher também arregalou os olhos.