Aphrodite {Ariana/You}

Temple

Hera gritava enquanto soltava chamas, com o ódio tomando controle do seu corpo, seu poder mudava completamente. Proferia palavras odiosas contra toda linhagem bastarda de Zeus, ria consternada enquanto dizia as maldições que jogou em todos eles. O grande Deus andava de um lado para outro em desespero por todos terem descoberto do mais novo semideus. O Olimpo estava um caos, grandes e pequenos Deuses estavam reunidos à mesa e conversavam ao mesmo tempo reclamando sobre o adultério do Deus maior - a hipocrisia quando todos haviam semideuses na Terra.

Hera tentava a todo custo descobrir o endereço do filho bastardo de Zeus. Parava cada Deus e gritava pedindo informações, mas ninguém dizia, ninguém sabia. Enquanto isso, o Deus Rei já mais calmo, estava sentado em seu imponente trono, torcendo internamente para que ninguém soubesse onde o seu herdeiro se encontrava. Seu semblante era indiferente, todos achavam que ele não se importava com a gritaria de sua esposa e nem sobre o seu filho caçula. Mas ele sentia ódio e tristeza.

Tristeza por não ter conseguido proteger aquele pequeno ser, tão delicado e poderoso. E sua mãe, tão bela e encantadora. Que ao fechar os olhos, podia escutar o riso melodioso dela, sentir o toque amoroso. Lembrava com perfeição os olhos carregados de sentimentos quando ela olhava-o.

Ódio por Afrodite, por ser tão inteligente e perspicaz, por saber usar cada informação a seu favor quando bem entendesse. Odiava a sua estratégia, a sua determinação, a sua paixão e, principalmente, o seu amor próprio. Esse que sabia colocá-la em lugares que nem mesmo eles souberam alcançar, a Deusa do Amor era incrível e portadora de um poder crescente a cada dia.

Zeus sabia mais do que qualquer Deus no Olimpo, que o mundo era movido por amor. Seja qual ele for. O amor era necessário para a essência humana, ninguém conseguia ficar sozinho, seja passageiro ou eterno. Ele estava ali. Porém o amor próprio, deixava Afrodite ainda mais poderosa, pois é um amor intransferível, eterno e todos que aprendiam o seu próprio valor, nunca mais deixava de lado os seus ideais e suas necessidades.

Zeus fez todos acreditarem que Afrodite na Terra era perigoso demais para a humanidade.

Quando na verdade, Zeus tinha medo de que na Terra, Afrodite descobrisse a sua força e usasse para tomar o trono do grande Deus.

"Eu ordeno que vocês terminem com a vida daquele bastardo, moiras!" Hera vociferou enquanto olhava para as três irmãs que governavam o destino de cada ser humano e Deus.

"Grande Deusa, sabes melhor do todos aqui presentes, que não podemos terminar com a vida de ninguém que não esteja na beira da morte." As irmãs disseram em uníssono trazendo mais raiva para a Hera. "Já a senhora, poderá amaldiçoar a criança assim como fez com toda a linhagem de semideuses do seu marido."

Aquilo não melhorou a feição da Deusa Mãe, pois amaldiçoar já não fazia tanto efeito sabendo que ele concluirá seu destino da mesma forma. Queria apagá-lo da história, queria fazer com que se arrependesse de ter nascido.

O ódio era tão grande de Hera que a deixava cega. Negava a verdade, negava em acreditar que a criança não tinha culpa. Negava que Zeus nunca havia sido apaixonado por ela e por isso tinha semideuses. A dor era imensa somente ao pensar, então se recusava a confrontar a verdade e amaldiçoava toda a linhagem bastarda de seu marido, aquele que tinha todo e unicamente seu amor.

"O pequeno Apolion se encontra na Grécia, minha senhora. Ao descer em Acrópoles, encontrará a rua mais chamativa e ali, o herdeiro do trono estará."

As moiras disseram em uníssono fazendo todo o Olimpo, com os Deuses questionando o adultério de Zeus, ficar em silêncio. Hera sentiu uma dor dilacerante em seu peito ao saber que a única pessoa que poderia matá-lo naquele momento, seria ela. Zeus estava atônito com as três irmãs, não achou que contaria o local onde seu filho se encontrava, levantou-se de seu trono e caminhou em passos lentos e temerosos até sua esposa, que permanecia parada digerindo a informação.