Capítulo 6

215 12 5
                                    


Lilly Forbes


   Palm Bay, hoje é o dia de ir para Palm Bay, Deus, eu vou desmaiar, uma semana com todos os alunos da minha sala. E a ideia de viajar com todos é assustadora pra caralho. Uma coisa é passar uma manhã, outra é passar uma semana inteira.

   São 5:35 São manhã de domingo, o dia tá começando a clarear, mamãe está na cozinha fazendo um pão com torrada pra mim. Ela chegou da casa da vovó sexta.

- Bom dia, já fiz sua torrada, meu amor. - Diz me entregando, e eu sento pra comer.

- Bom dia mãe, obrigada! - Agradeço e começo a comer. - A senhora vai ficar bem aqui sozinha?

- Sim meu anjo, não se preocupe. - Ela diz sorrindo e eu termino de comer e me levanto e ela vem até mim. - Até sábado, meu amor. - Ela se despede.

- Até mamãe. - Vou até a porta e vejo quando ela vai abrir a boca e já sei o que vai falar. - Sim mãe, eu tô levando tudo - Digo e ela sorri e me dá um beijinho e eu saio, vou até a rua e começo a andar pro outro lado da escola, são cinco e cinquenta falta 1 hora e dez minutos para a escola abrir e ir pra Palm Bay, não, eu não vou a escola agora.

   Eu vou ao lugar que meu pai me mostrou quando eu era criança, o nosso lugar, quando eu era pequena ele me trazia todos os domingos aqui nessa mesma hora, ele dizia que esse lugar foi onde onde trouxe a mamãe pela primeira vez, mas com o tempo eles acharam outro lugar pra ser o lugar deles, então esse era o nosso lugar, e que sempre que quisesse falar com ele era pra vir aqui, e que quando eu crescesse era pra eu trazer o menino que eu sentisse que realmente amasse e é o que eu vou fazer, meu pai e eu conversávamos sobre tudo, ele falava do relacionamento com a mamãe e eu falava dos garotos que eu gostava, falávamos de exatamente tudo.

   Nunca consegui entender por que me deixou, por quê ele foi embora?, mamãe sabe, mas ela não fala para ninguém, eu entendo ela mais ou menos, é o marido dela, mas eu sou filha dele, deveria saber, eu preciso saber. Chego e vejo o lindo lago à minha frente, me sento na pequena ponte e tiro os sapatos e coloco os pés na água, esse lugar me trás paz, muita paz, e é o lugar onde converso com meu pai.

- Oi pai, como você está? Espero que esteja bem, hoje eu vou viajar com os alunos do primeiro ano, tô muito ansiosa, e assustada, o senhor sabe que nunca fui de me enturmar, sabe eu tô indo pelo Brian, ele disse que não quer ficar sozinho, mas eu sei que nem se ele quisesse ele iria conseguir ficar sozinho, porque todos amam ele.

   Daqui a uma semana vão fazer sete anos que o senhor foi embora, eu só queria uma carta, ou uma mensagem, queria saber onde o senhor está, eu... eu acho que eu merecia isso.. - Uma lágrima corre dos meus olhos enquanto penso nos nossos bons momentos.

- Tudo que eu queria era que estivesse aqui para me abraça como costumava fazer, ninguém fala do senhor em casa, e eu sinto que às vezes tô ficando maluca, acho que o senhor me entenderia, eu sinto que estou sozinha todo tempo, queria que e não me olhassem com nojo por conta do meu corpo, as pessoas no ensino médio são más. Queria que estivesse aqui para me ajudar a lidar com isso, para me aconselhar. Mamãe sempre fala que ficaria orgulhoso de mim pelas minhas notas. - Me calo e me permito chorar um pouco e fico apenas ouvindo o som das árvores e da água.

   Muito tempo se passa e quando vejo a hora são seis e quarenta e cinco me levanto enxugo meus pés para calçar meu sapato, dou uma última olhada para o lindo lago.

- Tchau pai, eu amo você e sinto sua falta. - Saio ainda um pouco atordoada mas leve ao mesmo tempo, estou andando na estrada e coloco "Zoe Wees - Hold Me Like You Used To " pra tocar e coloco meus fones, o dia está nublado, então combina com a vibe que estou. Chego em frente a escola e vejo três ônibus escolares, passo por eles e entro na escola e vejo o Brian conversando com os amigos.

A Dama De VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora