Em chamas - Simone e Soraya

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• Simone Tebet •

Meu peito subia e descia rapidamente, minhas mãos procuravam pelo corpo de Soraya o tempo todo. As borboletas no meu estômago faziam a maior festa, eu estava finalmente, beijando a mulher que era dona de todo o meu coração.

Nos afastamos por conta da falta de ar mas mesmo assim não deixei que ela se afastasse de mim, continuei segurando firme em sua cintura. Eu estava envergonhada, claro. Nunca imaginei que tivesse coragem de tomar uma atitude mesmo que quisesse fazer isso há tempos, desde a época de professora. Soraya não hesitou um segundo se quer, ela estava totalmente entregue e eu estava amando.

— Desculpe se passei do limites – murmurei passando o polegar pela bochecha dela. Um sorriso surgiu me fazendo derreter

— Não tem que se desculpar, Tebet – balançou a cabeça negativamente – Sempre quis fazer isso só não tive coragem.

— Compartilhamos dos mesmos pensamentos Senadora – eu ri – É bom saber disso.

— Ah é? – perguntou mordendo o lábio inferior e me fazendo relembrar de varias fantasias que a incluíam

— Sim. Com toda certeza – concordei com segundas intenções no tom de voz e prontamente ela entendeu

— Assim você me quebra, Simone – confessou, eu balancei a cabeça sorrindo toda boba.

Nos olhamos por alguns segundos, a nossa bolha era praticamente intocável. Eu não me importava com ninguém que passava por ali e nos olhava, eu estava extremamente ocupada admirando a beleza de Soraya Thronicke. A única coisa que foi capaz de me despertar foi o toque do meu celular, e eu sabia exatamente quem era.

— Alô? – atendi ainda sem tirar os olhos dela.

— Onde você está Simone? A reunião começou faz dez minutos – eu revirei os olhos entediada com a voz do meu marido.

— Estou a caminho, já chego aí – foi a única coisa que falei antes de desligar sem nem dar tchau.

Me afastei contra a minha própria vontade, não sem antes dar um selinho demorado naquela boquinha gostosa.

— Será que podemos nos encontrar amanhã? Jantar e conversar? – sugeri, eu queria muito que aquilo se repetisse

— Amanhã tenho um reunião na cpi no final da tarde, podemos fazer algo depois disso.

— Ótimo, também irei participar dessa reunião. Te vejo amanhã Senadora – me despedi selando nosso compromisso com um último beijo e deixando para trás uma Soraya totalmente sem fôlego

Meu dia acabou ali, tudo o que eu conseguia pensar era na boca e no corpo de Soraya, mesmo que tentasse não dar muita importância para os recentes acontecimentos era totalmente inútil, ela rodeava minha cabeça sem nem pedir permissão, sempre foi assim e agora não seria diferente.

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Já no dia seguinte, eu contava as horas para ver o rosto angelical de Soraya, a cena do nosso beijo se repetia milhares de vezes, estava louca para sentir novamente as curvas perfeitamente desenhadas do copo dela.

Quando entrei naquela sala de reunião como se fosse automático, eu procurei por ela. E eu a encontrei, foi impossível não abrir um sorriso, ela usava um vestido justo que marcava tanto a bunda dela que eu sentia vontade de apertar.

— Olá, Senadora – a cumprimentei, ela se virou com um sorriso lindo no rosto.

— Oi Tebet, como está?

— Ansiosa, pensei em você a noite toda.

Soraya piscou algumas vezes tentando raciocinar o que eu havia dito.

— Eu não tenho nem palavras pra você, Simone – ela suspirou – Passei tanto tempo imaginando ouvir esse tipo de coisa de você que é até estranho.

— Você vai ter que se acostumar, a partir de agora não pretendo te esconder mais nada

— Eu gosto dessa ideia.

Infelizmente fomos interrompidas por outro senador indicando o início da reunião, tratei de seguir para o meu lugar que era um pouco longe de Soraya.

Eu não sei em que momento aquela confusão começou mas eu vi perfeitamente quando aquele homem começou atacar Soraya com palavras e eu simplesmente não consegui ficar quieta no meu canto. Quando vi, eu já estava de pé caminhando rapidamente até ela.

— Quem você pensa que é para estar falando com a Senadora nesse tom? – me meti no meio da discussão colocando meu corpo na frente do dela.

— O assunto não é com você Simone. – ele respondeu

— Pouco me importa, exijo que trate a Soraya com respeito, em momento nenhum ela o desrespeitou.

— Eu não concordo nenhum pouco com essa porcaria de proposta, tudo o que essa mulher fala é uma merda! – ele continuou atacando-a gratuitamente fazendo meu sangue ferver.

— Sabe o que é engraçado? Que você foi o único a discordar do que a Senadora disse. Talvez o problema não seja a proposta dela e sim você que é um completo idiota e não abre a mente para novos projetos.

Eu dizia de forma debochada, sentia a mão de Soraya tocando meu braço e me pedindo pra parar. Ela não era de ficar quieta, sabia muito bem como Soraya tinha cada resposta na ponta da língua, mas naquele momento eu senti a necessidade de fazer aquilo por ela.

— Idiota? Eu? Você mal sabe o que está falando Simone, eu sou a pessoa com mais propostas aceitas nesse senado! – ele continuou me desafiando, faltava muito pouco para eu voar encima dele

— Suas propostas só são aceitas porque você mente, usa o nome de terceiros e principalmente do seu presidente corrupto! Suas propostas são péssimas e a maioria delas quem aprova é aquele...

— Simone, chega... Vem comigo, vem – eu só parei de argumentar quando senti a mão de Soraya tocando minha cintura e me arrastando para perto dela.

Em um piscar de olhos eu me acalmei e segui andando atrás dela. Soraya me levou até o banheiro trancando a porta atrás de si.

— Sabia que você me deixou morrendo de tesão? Entrando na minha frente e me defendendo daquele jeito?

Meu corpo simplesmente parou, ainda mais quando ela me agarrou e me beijou inesperadamente. Eu levei alguns segundos para segura-la pela cintura e colar meu corpo no dela.

— Ah Simone, você não tem ideia de como eu queria ver você assim, brava, só que descontando tudo em mim.

Eu fiquei completamente sem palavras, Soraya estava entrando em um jogo extremamente perigoso, e uma vez que entrasse, eu jamais deixaria que ela saísse.

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