Capítulo 3

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Ok, agora é oficial. Eu estou noiva de Luís Galaretto.

-Bom,- começou a senhora Galaretto assim que começamos a comer a sobremesa. - A nossa sugestão é que vocês saiam em público a partir de amanhã, e que demonstrem ser um casal, para que quando o casamento aconteça, não possa gerar tanta desconfiança nas pessoas, nem a dúvida de que o casamento seja apenas um contrato.

-Claro, senhora Galaretto. - Tento demonstrar algum entusiasmo.

-Para com isso, querida! Chega com essa a formalidade, Vamos ser parentas agora, pode me chamar de sogra, ou apenas de Andreia, se preferir.

-O mesmo serve para você, senhor  Luís. - diz minha mãe. - Já que vai se casar com a nossa filha, nada mais justo que se referir a nós pelo primeiro nome, ou pelos títulos que agora recebemos, como seus sogros.

-Pode deixar senhor- Franciele. É uma honra. - meu noivo responde. - Mas apenas se os senhores fizerem o mesmo.

E assim a conversa seguiu, sem que ele e eu nos falássemos mais. Após a despedida dos Galaretto, eu subi direto para o meu quarto, Tomei outro banho e fui me deitar, vestindo apenas uma fina camisola Azul Clara.

Eu estava quase pegando no sono, quando o meu celular começou a vibrar com a notificação de novas mensagens, e eu resolvi ver quem era.

Desbloqueei meu celular e havia uma nova conversa, com mensagens de um número desconhecido, então abri a notificação.

NÚMERO DESCONHECIDO

"Passo pra te pegar amanhã as 14h."
"Vamos ao shopping."

"Luís?"

"Quem mais você esperava, amor?"

"Você certamente que não. Aliás, acabou de atrapalhar meu sono."

"Somos noivos agora, amor. Estamos presos um ao outro, não é?"

"Pare de me chamar assim."

"Pode deixar, amor."

"Boa noite, Galaretto."

"Boa noite, amor."


"Esse cara é um idiota.", penso, guardando novamente o celular. "No que foi que eu me meti?".

Aquelas palavras, amor, certamente irônicas me tiraram do sério. Por que ele gostou tanto de me provocar?

Sem nem perceber, acabo caindo no sono.

Naquela manhã eu certamente me permitiria dormir até mais tarde, já que ainda é domingo. Mas infelizmente meu sono não durou tanto, pois novamente sou acordada pelas vibrações contínuas das notificações no meu celular, e novamente sendo surpreendida com as mensagens de Luís, me dando conta de que não salvei o contato dele, e ou fazendo neste momento, antes de abrir a conversa.

Imbecil

"Bom dia, amor."
"Mudança de planos."
"Estou indo agora te buscar."

"Você está brincando, não está? "

"Não mesmo."
"Já estou chegando."

Mas se ele acha que eu vou me apressar para ficar pronta a tempo de ele chegar, ele está muito enganado.

Me levanto na maior calma do mundo e vou até o banheiro, tomo meu banho gelado, e depois arrumo meus cabelos. Volto para o meu quarto e começo a me maquiar, uma maquiagem leve, como sempre.

Geralmente não passo base nem corretivo e essas coisas todas. Vou direto para o filtro solar, depois o delineado delicado e fino de sempre, e o Gloss.

Caminho até meu closet e procuro por uma roupa que eu goste optando por um vestido preto, curto e justo, de gola longa. Coloco no corpo e volto para a frente do grande espelho.

Vestido possuía um zíper atrás o qual eu estava tendo dificuldades para fechar.

-Precisa de ajuda, amor? - Ouço aquela maldita voz.

Luís estava parado a porta, me olhando de cima a baixo com um sorriso arrogante nos lábios.

Desde quando esse desgraçado estava me observando?

-Não, muito obrigada. Eu me viro. Aliás, quem deixou você subir?

-Deixe de ser orgulhosa, amor. - diz, vindo até mim e fechando o zíper do meu vestido. E novamente a mesma sensação de ontem invade meu corpo, quando aquelas mãos quentes deslizam pela minha pele nua. Mas que diabos! - Aliás, foi sua mãe quem me mandou subir.

-Grande dona Franciele. - Digo sem ânimo algum. - Ainda não estou pronta, então se quiser esperar lá embaixo...

-Mas a vista aqui é ótima! - Diz me olhando descaradamente. - Vou esperar aqui mesmo.

-Ótimo. -  Um sorriso e volto para o closet, para escolher um sapato, e ele vem atrás. - Afinal de contas, ganhei um noivo ou um cachorrinho?

-Quem sabe? - Devolve. - Sugiro que coloque este preto. - diz apontando para uma bota.

Pego a bota preta, daquelas bem justas que quase chegam nas coxas, e tinha cordões para amarrar e as calço,  com certa dificuldade, me surpreendendo quando Galaretto começa a me ajudar.

Em seguida ele próprio caminha pelo closet, indo até a parte em que ficavam meus casacos, tirando de lá um longo sobretudo branco.

-Está um pouco frio lá fora. - diz me entregando a peça.

Pego uma bolsa preta e volto para o quarto, me olhando no espelho.

-Ótimo gosto, Galaretto. - Digo, olhando-o pelo reflexo no espelho, só agora reparando nas roupas que ele usava.

Luís estava usando uma calça jeans preta, uma uma camiseta da mesma cor, tênis brancos e um sobretudo longo, cinza. Ele está ainda mais lindo que na noite passada, agora à pouca luz solar que invadia o cômodo, com os cabelos meio despenteados para o lado, e aqueles olhos negros...

Desvio o olhar e volto a atenção para mim mesma no espelho.

-Você não tem ideia, Vacchiano. Aliás não estou vendo sua aliança. Onde ela está?

-Está na pia do banheiro eu à tirei ontem à noite.

-Pois não acha que deveria colocá-la antes de sairmos? Caso contrário, do que adiantariam nossos passeios de hoje?- diz, e vai até o banheiro da suíte, voltando de lá com a aliança e colocando-a em meu dedo novamente.

-Receio que você tenha de esperar o meu desjejum, amor. - Digo, dando um ênfase na última palavra.

-Às 11h da manhã?

-Exatamente, querido.

-Sugiro comermos algo no caminho, amor. E nós vamos passar o dia juntos, é melhor você saber.

-Já ganhei meu dia. - digo irônica, passando por ele e saindo pela porta do quarto.

É, esse dia seria longo.

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⏰ Última atualização: Dec 16, 2022 ⏰

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