Choi Beomgyu sempre foi diferente dos outros primos.
Foi o que mais demorou a falar as primeiras palavras e depois demonstrou dificuldade em pronunciar frases inteiras, por toda sua infância se mostrou uma criança tímida e comportada que por muitas vezes não gostava de brincar de pega-pega ou esconde-esconde, preferia ficar no canto lendo livros ilustrados de dinossauro.
E isso não mudou, mesmo após se tornar um adolescente, a única diferença era que os livros de dinossauro foram substituídos pelos de astronomia, o Choi de dezessete anos era apaixonado por tudo relacionado a galáxia — o que deixaria o Beomgyu de sete anos muito bravo, visto que os dinossauros foram extintos por um asteroide! — além das manias de leitura, ele continuava preservando o hábito de ficar sozinho.
A questão aqui era: Ele gostava de livros porque são seguros, não há necessidade de interagir com eles.
Os pais de Beomgyu, não sabem quando o mesmo desenvolveu transtorno de ansiedade generalizada e fobia social, sempre pensaram que ele era apenas mais quietinho que as outras crianças, mas mesmo depois de descobrirem — alertados pela coordenadora da escola onde Beomgyu cursou o ensino fundamental — não fizeram pouco caso da situação, sempre se esforçaram para o deixar o mais confortável possível e o levavam para a terapia duas vezes por semana, e mesmo que o processo do filho fosse lento, eles se orgulhavam de cada pequeno progresso.
Beomgyu não tinha muito do que reclamar, era grato pelos pais que tinha, sabia que nem todos possuíam tanta sorte, no entanto, tinha uma coisinha que o incomodava e o fazia perder o sono.
Festas de família são obrigatórias!
Mesmo que Beomgyu fizesse um biquinho que derretesse o coração de sua progenitora, ela insistia que ele comparecesse, e não era o senhor Choi que a convenceria do contrário.
Em terra de bons filhos (e bons maridos), a palavra da mamãe é lei.
Então ele ia.
E embora custasse a admitir, Beomgyu até gostava dos beijinhos molhados da vovó Miran, ou quando a tia Seohyun o chamava de "meu amorzinho", e também gostava do bolo de morango e das piadas sem graça do tio Juyeol, mas ele já não gostava tanto assim de ficar com os primos — que fique claro, Choi Yeonjun não está incluso! — ele apenas odiava como eles se gabavam das próprias conquistas e o menosprezam.
Beomgyu odiava, pois mesmo que seus pais nunca o tenham exigido nada, ele se sentia culpado por não conseguir avançar tanto quanto seus primos.
"Bomin passou na faculdade de medicina"
"Yeseo foi convidada para fazer audição em uma grande empresa"
"Chaewon está trabalhando em um emprego de meio período"
"Geonu está namorando"
Mesmo que tentasse se sentir orgulhoso pelos primos, Beomgyu apenas não conseguia, quando ouvia essas notícias, acabava por se sentir ainda pior consigo mesmo, ele também queria se vangloriar de suas conquistas.
Que ele havia conseguido apresentar um trabalho inteiro sem gaguejar na frente da sala toda, ou aguentado ficar na fila do refeitório lotado sem surtar, ou até mesmo que tinha feito contato visual por mais de dois segundos com o menino que achava bonito, mas essas coisas pareciam tão bobas que Beomgyu apenas se sentia envergonhado de dizer.
Porém, mesmo que fosse do tipo que enxergava o copo meio-vazio — era um jeito carinhoso de dizer, estava mais para copo seco, sujo, jogado encima da pia — ele tinha esperança de que um dia teria algo legal a dizer aos primos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
But I finally got a boyfriend and he's the bomb || Soogyu
FanficBeomgyu se sentia inferior por nunca ter nada de interessante para compartilhar com os primos nas reuniões de família, mas naquele final de semana isso iria mudar. ☆⌒(*Soogyu**)v(o゜Fluffy!One-Shot゜)o☆ o(*menção a crises de ansiedade*)o Também posta...