Capítulo 4

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Nota: Desculpem pela demora! Mil perdões! É que estou em época de provas e está muito corrido, mas prometo que irei começar a postar novamente. xx <3


E aqui estou eu, em frente ao hospital, com as malas na traseira do carro, despedindo-me de Judith.

- Tchau, querida! Você vai ser muito feliz, eu prometo. - Ela está muito emocionada, já que foi uma grande amiga nesses tempos difíceis.

Eu a abraço, sei que irei sentir sua falta. Entro no carro e sento-me no banco do carona, enquanto a assistente social e psicóloga que conversou comigo à uns meses atrás senta no banco do motorista. Ela vira as chaves e o motor ronca, então fecha a porta. Ela olha para mim.

- Preparada para uma vida nova? - Ela diz sorrindo e eu apenas forço um sorriso.

Estou muito triste, pois isso ainda não faz sentido pra mim. Ainda não entendo nada o que aconteceu, e agora vou ter que conviver com pessoas totalmente estranhas e que, com certeza, sabem o que aconteceu e irão me aturar somente por pena.

Do hospital até o colégio interno demora um pouquinho, já que ele é um pouco afastado da cidade. Começa a chover, o que não é muito comum em maio, já que é um dos meses mais agradáveis para passear ao ar livre debaixo de raios de sol. Mas eu não acho, eu amo o frio, talvez seja por isso que gosto tanto daqui. Olho para a janela, as gotas rolam pelo vidro e os pinheiros e casas vão passando como vultos na paisagem. Percebo que Nicole, a psicóloga, desvia da rua que era minha antiga casa e vai por um caminho mais longo. Fico triste, mas agradecida. Não sei se conseguiria ver como está lá hoje. Paramos em frente à um grande prédio, que fico um pouco mais a frente da rua principal. É tão velho, que quase chega a ser feio. Tem grades de ferro e janelas de vidro. Percebo duas senhoras no portão, acho que nos aguardam. Nicole pára o carro, retira as chaves e antes de sair diz:

- Seja gentil, querida. - Ela sorri. Não que eu gostasse de ser grossa, até porque nem me considero grossa, só que as pessoas dizem que preciso ser mais gentil e eu tento, mas não me culpe se não consigo. -Olá! Trouxe a nova moradora.

- Olá, Mia! Como está? - Uma senhora diz enquanto eu desço do carro.

- Estou bem, obrigada.

- Estávamos muito ansiosos com sua chegada. Venha, querida, vamos apresentar-lhe sua nova casa. - Uma outra senhora diz.

Pego minha mala e nós quatro entramos no prédio, que por sinal, é bem mais cuidado por dentro. Possui uma espécie de recepção bem na entrada e logo vem um grande corredor, com várias portas.

- Bom, aqui são as salas de aula. Você estudará em tempo integral. Das sete às doze, então há uma pausa para descanso e almoço, e depois das duas as cinco. - Ela diz enquanto andamos mais adiante pelo corredor.

Subimos uma escada e então estamos no corredor dos quartos, como ela disse. Ela pára diante de uma porta.

- Este é seu quarto à partir de hoje, Mia. - Ela abre a porta.

É um pouco maior do que imaginei. Com duas camas, uma parece estar sendo utilizada e outra impecavelmente arrumada. Cada cama tem um criado-mudo ao seu lado, com algumas gavetas. Existe um guarda roupas no canto esquerdo do quarto, ele é bem grande, provavelmente feito para duas pessoas. No canto direito, uma mesa, que concluo ser para estudar, e ao lado, uma porta para um banheiro. Existe uma janela separando as duas camas, e fico grata por elas não serem grudadas.

- Deixaremos você um pouco à sós para que arrume suas coisas. Qualquer coisas estamos lá embaixo.

- Tchau, querida. - Nicole me abraça. - Espero que goste daqui. - Ela diz em meu ouvido. Eu sorrio e elas saem.

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