supere-me

monstros

Hoseok

Eu pensei que esse tormento não ia acabar, e que eu havia encontrado um fim, patético e insalubre, como dançarino, sempre tomei muitos analgésicos, meu armário tem muitos deles, há algum tempo, Taehyung faz terapia, nós sabemos bem como foi difícil pra ele se aceitar e a aceitação dos pais ainda foi pior, somos eu e ele, eu sou sua família desde o dia em que ele assumiu nossa relação, meus pais o amam muito, e nossos amigos são uma família à parte, é difícil ser gay em nosso país e não é todo mundo que aguenta o tranco, o Tae é um desses, há algum tempo ele faz uso de medicamentos pra dormir, e a sua ausência, junto aos meus dias estressantes, de culpa, solidão e medo, me fez virar aquele frasco de comprimidos, não pra tirar a minha vida, eu apenas queria dormir, eu não estava mais suportando ser o babaca de Hoseok que eu sou, só queria dá um tempo, e aqui estou eu, novamente sendo um idiota, olho para o lado e vejo Yoongi dormindo de boca entreaberta, parece um bebê de bochechas rosada e boca vermelha, o primeiro anjo que vi depois dessa quase morte, tentei me levantar, mas senti uma mão me impedir, era ele! Ali na minha frente, com olheiras nos olhos mais quentes e encantadores que já vi, Jimim me olhava preocupado, ele era como um anjo também, vestido em uma camisa branca e calças jeans, cabelos loiros, antes eles eram castanhos, mas definitivamente Jimim nasceu pra ser loiro, ele me sorri doce e eu sorrio de volta, estou sem o oxigênio artificial, devo está melhor

- ei hyung? Onde vai hum?

Ele se aproxima do meu rosto e o meu coração salta acelerado

- oh! Você acordou solzinho? - Yoongi chega até nós, com olhinhos inchados de sono, há quanto tempo ele não me chama assim?

- bom dia hyung, Minie - me sento com um pouco de dificuldade e Jimim me ajuda no equilíbrio enquanto Yoongi ajeita os travesseiros - me perdoem o trabalho, eu posso explicar

- claro que pode, mas agora vou buscar algo pra você comer, Minie faz tempo que você está aí ?

- cheguei agora hyung, vocês estavam dormindo, então apenas esperei

- certo, volto com o café da manhã e aí conversaremos sim?

Assentimos e ele sai, Jimim percebe que está segurando minha mão, e tenta sair envergonhado, eu o impeço o encarando em um pedido mudo, e ele me olha com olhos marejados

- fica aqui Minie - sim eu sou esse cara que se aproveita de está fragilizado para mexer com ele, mas ele me ignorou por quase um mês desde que chegou, eu preciso começar por algum lugar! - se você quiser claro

- sim, hyung eu só ía buscar uma cadeira - ri do seu improviso, a ideia que eu tinha era que ele sempre fugia de mim

- O café da manhã - Yoongi entrou com uma bandeija na mão e olhei suas vestes curioso

- atrapalhei a noite no the bar? - sempre as sextas-feiras íamos para esse bar, Jin deve ter me chamado e eu devia já está apagado

- Jin hyung ligou e você não atendeu, então ele mandou o Nam que tem sua chave, ele me ligou e quando chegamos lá - ele não conseguiu concluir, a lembrança parecia lhe doer, eu sei que temos uma grande ligação, sempre recorri a ele para beber e falar da minha vida amorosa desastrosa, Yoongi não é de toques, mas sempre que estamos juntos, ele aceita, chego a duvidar de sua orientação nessas horas, mas depois ele é apenas o bom Yoongi ranzinza de sempre, um lindo e gostoso com alma de velho - nunca mais quero te ver daquele jeito, me diga que foi um incidente, e que não vai mais se repetir!

- ei, me perdoe, foi um incidente estúpido, como tudo o que eu faço, eu só queria dormir, sumir, mas eu não queria morrer! Jamais!

Digo pondo as mãos no rosto e chorando compulsivamente, sinto as mãos grandes de Yoongi tocarem as minhas tirando do rosto, e beijando-as, o toque dos seus lábios macios me trazem uma sensação estranha mais gostosa, parecia um ato de adoração, Jimim senta na beirada da cama e me puxa pra seu peito, ouço seu coração acelerado, e fecho os olhos deixando as lágrimas inundarem meu rosto