Um - prólogo.

181 13 5
                                    


Levi gostava da sensação que queimava em suas veias toda vez que subia no palco. A adrenalina ímpar de ouvir as pessoas gritando o nome de sua banda e das palmas ecoando. O jeito que seu coração batia rápido como se fosse a primeira vez que estivesse se apresentando, a cada nota tocada em sua guitarra ou a cada sílaba que saía da sua boca, melódica e no tom correto. Do jeito que deveria ser.

Estar no palco de um pequeno festival da região era gratificante de alguma forma, principalmente quando sua banda denominada "No Name" recebeu o convite. Hanji, Farlan e Isabel — os outros integrantes da banda — foram à loucura logo que receberam a notícia e Levi não poderia estar mais feliz com isso. Mesmo que o evento não fosse gigante, era relevante o bastante para atrair olhares de gravadoras e editoras. Talvez essa fosse a chance da sua banda alavancar e, finalmente, ter alguma oportunidade realmente profissional.

Claro que Levi almejava a fama junto de seus amigos, uma vez que seus singles foram gravados no estúdio onde faziam os ensaios de forma bem improvisada. A banda havia começado com covers de músicas famosas e eventualmente singles foram gravados, todos compostos por Levi: líder, compositor e guitarrista da banda.

As pessoas, em sua grande maioria, cantavam os covers com mais emoção, principalmente de músicas populares. A faixa branca cobrindo os olhos e o terno preto eram os uniformes únicos e característicos da banda, sendo reconhecidos de longe pela sua particularidade.

A energia de estar no palco e ouvir palmas no ritmo da música, puxadas sempre por Isabel, era impagável e quando tocava a primeira nota em sua guitarra, ou o teclado de Farlan executava a introdução, ou a bateria frenética de Hanji ecoava barulhenta e contagiante, arrepios percorriam sua pele. Ali era o seu lugar, ele sabia, e faria o seu melhor show para que conquistasse o objetivo dos quatro em cima do palco daquele festival.

O tempo da banda no palco era curto, apenas trinta minutos e isso fez com que escolhessem um repertório animado, misturando covers com músicas de sua autoria em uma apresentação.

As luzes piscando no palco, o barulho do retorno das caixas de som, o chão do palco tremendo e vibrando sobre seus pés. Céus, ele realmente amava aquilo.

Foi com suor escorrendo de suas têmporas e sua faixa caindo levemente, revelando apenas um dos olhos azuis afiados, que finalizaram o show, sendo ovacionados completamente por aplausos e assobios. Do jeito que deveria ser.

Após os agradecimentos obrigatórios, os quatro desceram do palco para darem lugar à outra banda e seguiram rumo ao camarim pequeno que havia no festival. Não era luxuoso, mas comparado a alguns bares que tocavam vez ou outra, estavam no céu.

Isabel guardava seu baixo elétrico, enquanto Farlan retirava o paletó e as faixas dos olhos, Hanji fazia a mesma coisa.

— Hoje foi demais! — Isabel comentou, soltando os fios de fogo do rabo de cavalo que havia feito. — Levi, o que foi aquilo?

— Realmente, hoje você estava diferente — Farlan estendeu o punho fechado para o amigo, que bateu em um toque com um sorriso pequeno no rosto. — Não só isso, mas a energia também estava demais!

— Quando tocamos Livin' on a Prayer e todo mundo cantou o refrão, juro! — Hanji passou a ponta do dedo indicador no braço e assobiou. — Fiquei toda arrepiada!

— Fala alguma coisa! — Isabel cutucou o braço de Levi, que estava concentrado mexendo no celular. Os olhos estreitos atentos a algo escrito que a única ômega da banda não conseguiu ler. — Não vai dizer que já está vendo o que falaram do show. Fizeram uma live, sabia?

— Não, não estou vendo isso — Levi negou com a cabeça e se levantou, olhando para os três. — Acho que... nos demos bem hoje?

— Por que diz isso? — Hanji se aproximou, colocando o óculos no rosto.

O SOM DO AMOR - OMEGAVERSE (RIREN - ERERI)Onde histórias criam vida. Descubra agora