"Está frio..."
-Abro meus olhos assim como todo dia e oras que tipo de inverno seria esse não? Não entendo por que todo ano isso acontece. É como se o mundo tivesse uma revolta coletiva e simplesmente tivéssemos uma epifania de climas, isso me irrita...
-Apesar de que eu esteja em um loop eterno não entendo o porquê isso tudo acontece sabe? É como se tudo fosse invalidado por simplesmente ter vida própria, eu respiro o mesmo ar que os demais e tenho o mesmo sangue que quase toda humanidade.
Uma voz ressoando na cabeça de Sabrina:
"Não entendo por que ela ainda não acordou, já são 13:00 e ela insiste em não acordar... Talvez ela devesse parar de ficar acordada durante a madrugada resolvendo estes casos. "
-Como assim acordar? Eu estou acordada. Do que essa pessoa está falando? Por que essa voz não para?
Um silêncio toma conta de Sabrina. Ela só consegue ver um relógio de Carrilho, aquele mesmo de sua infância, é como se ela não conseguisse reagir, ela estava em pânico, afogando em si mesma, seu corpo está sangrando, mas de onde vem este sangue irreconhecível? Por que essa sombra a tormenta?
- O que?... O QUE CARALHOS ESTÁ ACONTECENDO?
Sabrina começa a se afogar lentamente e aos poucos acorda assustada em seu escritório, ela estava pálida como um papel, como se tivesse passado por um de seus piores traumas.
-Não sinto minha mão, esse foi um dos piores essa semana.
"Triiiing, Triiing, Triiiing" – O Telefone tocava repetidamente enquanto Sabrina tentava se localizar e racionalizar que não estava mais sonhando.
- SABRINA POR FAVOR, ATENDA ESSA MERDA DE TELEFONE! JÁ É A QUINTA VEZ ESSA SEMANA. –Gritava Marie do seu escritório.
-Oras... Não se pode mais dormir em horário de almoço que já me enchem o saco.
"Times & Times Investigações, aqui quem fala é Sabrina como posso lhe ajudar?" – Sabrina relutante atende ao telefone após o 5º toque.
É possível escutar uma pessoa correndo, como se sua vida dependesse daquilo.
"Ajuda... Eu preciso de ajuda. Rua Linzed, 1426, por favor, eu preciso de vocês." – Uma voz relutante, ofegante e agoniante chamava a atenção de Sabrina através do telefone.
Apesar de ser uma das melhores linhas telefônicas da cidade, a ligação falhava com muita frequência. Ruídos são escutados e visivelmente Sabrina não era a única na linha, aos poucos o ruído aumentava e era possível escutar somente um chiasso, o fio é cortado. Sabrina não era a única neste meio...
-James, arrume o primeiro carro que puder, estamos no alerta roxo. (Alerta roxo um dos piores e mais urgentes. Quando seu nome é citado causa arrepio em qualquer investigador, além de ser raro acontecer, chega a paralisar cidades e tráfegos de veículos.)
E ao mesmo tempo em uma floresta podemos ver uma trilha de sangue na neve, uma faceta masculina de cabelos cacheados e 1,74 de altura com a sua mão no braço esquerdo, visivelmente apertando para estanca-lo.
-"WEISS EU PRECISO DE COBERTURA!" – A mesma figura masculina gritava com sua arma em mãos.
-"LEISE! SEU BRAÇO!" - Gritava Weiss com uma arma de fogo em mãos.
Por mais que durante a batalha nenhum dos dois conseguia sentir o frio, não seria fácil continuar lutando contra aquela figura feminina, eles mesmos sabiam. Mas aqui se travaria uma história de salvação e ambos sairiam vivos ou morreriam protegendo quem amam.
Muito sangue pôde ser derramado por aqui, mas nenhum dos dois iria desistir até que voltassem juntos, como uma equipe ou morrer lado a lado como uma família. Durante um silêncio pode se ouvir um carro acelerando, ele tinha uma sirene roxa que iluminava a floresta e claramente podia se entender o que estava acontecendo... Um alerta roxo estava acontecendo depois de 10 anos.
-Vocês não conseguem nem salvar a si mesmos? Vocês poderiam ter escolhido o lado certo! Caso contrário não estaríamos lutando novamente... – Dizia uma voz feminina de cabelos loiros e vestidos de preto.
-A morte poderia ser um selo entre os nós, mas infelizmente um só será a peça do xadrez movida hoje... Eu não gostaria de estar lutando com vocês, mas eu não devo contrariar as ordens dadas a mim.
A mesma começa a puxar um corpo, devidamente o que a dupla procurava. Mas algo estava errado, seria muito impossível ser entregue tão fácil assim não? Por que isso estaria acontecendo? Depois de tantas mortes e esse jogo acabaria tão facilmente...
- Você pode escolher! Você não é obrigada a seguir um caminho que não foi designado ou planejado por você! – Disse Weiss tentando convencer a moça.
"As vezes... Vocês não pensam, acham que tudo pode ser resolvido como se fossemos crianças? Aparentemente gostariam que esse jogo se estendesse mais!?" – Perguntava a mulher rindo psicodelicamente sem ter controle sobre si.
Era impossível para uma dupla isso estar acontecendo, seus amigos, parentes e familiares mortos por esta criatura e agora... Ela? Weiss, ansioso e relutante sabe que tudo poderia dar errado, então ele toma a frente. Ele pega sua arma e mira em sua amiga, a mesma figura feminina que lhe deu um tiro e que matou quem ele amava. É impossível compreender o que Leise havia acabado de enxergar, tudo... Simplesmente foi em vão?
- Eu podia... Eu podia... EU PODIA VOLTAR! Mas... Agora tudo foi abaixo. A ponte de Londres está finalmente caindo, após 3 anos de tanta luta e não podemos cogitar em descansar?! –Gritava ela, a grande amiga, Silva a Ex-Comandante.
- "Nós éramos crianças, como você tem coragem em pedir descanso? Não podíamos coagir. Sentimos o pior na nossa pele, você acha que até hoje eu não tenho pesadelos com ele? Meu corpo foi invadido, e eu não tinha outra opção além de me preparar para aquilo. Eu senti, o Weiss sentiu, VOCÊ sentiu! E mesmo assim continuou do lado dele!..." – Gritava Leise mirando na cabeça de Silva.
Nenhum dos lados podia compreender o que estava acontecendo e as antigas feridas ainda doíam, nada pode ser tão impossível como aquilo. A pior cena a ser vivida estava acontecendo novamente e nada podia ser feito para ser revertido, Weiss não queria perder ninguém novamente mas quando um ultimo suspiro de Silva é feito, um sorriso sobe a sua boca e:
- "Pff... O inverno nunca esteve tão quente."
Adeus Silva, uma Ex-Comandante que não teve escolha e fez de tudo para proteger quem ela amava, mesmo sofrendo as consequências de estar do lado errado, mesmo ninguém sabendo disso, Silva fez tudo por amor para salvar quem ela amava mas no final pode morrer ao redor de quem amou. Leise relutante e consumido de uma mistura de sentimentos aperta o gatilho e mata Silva a sangue frio.
Por que tudo está indo tão rápido? E onde tudo está indo? Porque o alarme roxo foi solto? Bem... Todos precisam de repostas, mas não seremos nós a descobrir isso. Será que no futuro algum investigador irá solucionar este caso?

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Faces Sangrentas
غموض / إثارةFaces Sangrentas se trata sobre um caso desconhecido de uma criança que desapareceu, nunca se soube o que realmente aconteceu. Sabrina Karter uma investigadora profissional foi contratada para desvendar o caso, mas nem ela sabe o que o dia de amanhã...