era um dia ensolarado em seattle, maya não tinha visto sua filha durante 72 horas por conta do turno anterior.
— mamãe! – é a primeira coisa que escuta quando entra no apartamento tirando a jaqueta e os tênis! — eu fiz um desenho pra você. — a garotinha loira agora com três anos sorri mostrando os rabiscos no papel.
depois de conhecer carina e do nascimento de sua filha, maya se questiona como sua vida era monótona, como ela vivia a base de shakes de proteínas e corridas?
— oi bebê, você é tão artista. — beija os fios loiros e curtos iguais aos seus.
– eu senti sua falta, mamãe.
— eu também, mi manchi sempre amore mio. ( eu sempre sinto sua falta meu amor ) — se abaixa recebendo sua filha em seus braços.
casada com carina a 8 anos, maya se dedicou e teve que aprender a língua materna de sua esposa
— bambina... – carina entra na sala sorrindo.
maya sorri ouvindo a voz que fazia seu coração bater mais rápido a quase 8 anos.
— oi meu amor, você tá deslumbrante. — se referindo ao pijama curto que marcava todas as curvas do corpo de quase 9 meses enquanto caminha até ela roçando seus narizes.
— você tá mentindo pra mim? – esconde o rosto no pescoço da loira.
— não, eu nunca mentiria pra você. – deixa um beijinho em seu rosto.
– stupida. – revira os olhos sorrindo. — vai tomar banho, vou fazer um lanche pra você.
– e pra mim. – a garotinha levanta o dedo empolgada.
— e pra você também. — ataca a menininha no colo de maya fazendo cosquinhas.
– não mamma. — gargalhando.
— a gente vai ter que fugir. – a mãe loira sorri colocando a garotinha nas costas pelas pernas subindo as escadas.
– maya, já falamos sobre correr nessas escadas. – carina repreende.
— então vem pegar a gente. — diz de lá de cima sabendo que a barriga a impossibilitava de correr.
– vem mamma. – ri batendo palminhas.
— lucia deluca bishop e maya deluca bishop, vocês duas vão ficar sem sanduíche. – cruza os braços rindo e indo pra cozinha.
[ ... ]
depois de muitos sanduíches e risadas era a hora de dormir e era poucas as vezes que maya e carina conseguiam dormir juntas por conta de seus trabalhos, tudo começou a melhorar depois da gravidez, que carina estava de licença.
– tá pensando em que? — carina sorri enquanto penteava o cabelo, vendo sua esposa observando ela.
— quero dizer uma coisa pra ele antes de dormir. — se refere ao bebê.
— certo. — deixa a escova de lado e se encosta na cama pra que maya pudesse encostar a cabeça na sua barriga, como de costume essa era uma rotina noturna desde que descobriram a gravidez de lucia e com esse bebê novo não poderia ser diferente.
— oi. – passa o polegar sobre o volume com todo carinho. – eu prometo que eu vou ser a melhor mãe do mundo pra você, você e a sua irmã são tudo que eu tenho e a mamãe claro. – sussurra como se estivesse contando um segredo. – você pode vir, estamos prontos esperando você chegar, eu te amo filho, obrigada por ter escolhido nossa família, você é muito amado e muito esperado, boa noite. – deixa outro beijinho.
— ti voglio bene, bambina. – carina fecha os olhos passando a mão sobre o couro cabeludo loiro.
depois de muita terapia e processos dolorosos da vida, maya não pensava mais nas nuvens, ela finalmente aprendeu a se amar, que ela é uma boa mãe e que ela nunca seria seu pai, ela amava seus filhos com todo seu coracão, morreria por eles e se contassem pra maya de 12 anos que tudo ficaria bem e que ela estaria vivendo todos esses momentos especiais com a família que ela construiu, ela não acreditaria.