(único) under the red sky

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Oi. Isso aqui é uma declaração de amor melosa (e mais ou menos doida) do Sasuke para o Naruto e de mim para a minha garota, pois Sasuke 🤝 eu = maiores gados dos nossos sóis. É isso. Te amo, chaengirlx. <3

Gosto de dançar

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Gosto de dançar.

Sei que a dança envolve estudos e é mais do que apenas dançar, mas acho que, sobretudo, dançar é sentir.

Não gosto de sentir.

Sentimentos são nauseantes, complicados e, em sua grande maioria, insalubres. Mesmo os bons machucam. Até aqueles que deveriam fazer as pessoas felizes acabam por torná-las miseráveis; eles as tornam solivagantes de corações quebrados que jamais serão reparados. E o amor é o pior de todos os sentimentos. Ele é o mais mortal, o mais injusto. Porque as pessoas se recuperam do ódio, mas não se recuperam do amor. Ele é aquele que traz ódio, saudade, decepção e ruína. Ele é a única coisa que pode trazer a verdadeira e incontestável destruição.

Sempre pensei que, se a morte tivesse um nome, seria Amor.

Tenho um apego à morte; talvez por isso eu tenha tanto apego ao amor. Não a todos os amores, não a todas as pessoas que eu poderia ou deveria amar, mas ao amor que sinto pela única pessoa que posso amar sem temer ser destruído. Não choraria se ele me destruísse. O amo tanto que, enquanto lhe pertencer meu coração — e para sempre pertencerá —, permito que faça comigo o que quiser. Parece certo. Parece, entre as tantas injustiças do amor, justo. Sei que eu poderia destruí-lo de novo e de novo e ele permitiria, pois sou dono de seu coração tanto quanto ele é dono do meu. Me entregar a alguém com nada além de certezas e confiança é algo que só posso fazer com ele. Oferecer tudo o que sou, pouco preocupado com o que acontecerá ao entregar tanto de mim, é algo que só posso fazer com ele.

Costumo dizer que não confio em ninguém. É mentira. Confio nele com tudo o que tenho e o fato dessa confiança ser involuntária, decidida a ser oferecida a ele não por mim, mas pelo meu coração, costumava me assustar. Até eu perceber que não há mal em confiar, ainda que eu deteste me ver frágil diante de alguém. Foram as certezas de que ele estaria ao meu lado até depois da morte, de que saltaria por pontes em ruínas para me encontrar e que desafiaria qualquer pessoa que se atrevesse a me tirar dele que me fizeram colocar meu coração estilhaçado em suas mãos. Ele me ama tanto que jamais deixará um único estilhaço cair no chão.

Estou seguro. Só sinto isso quando estou em seus braços, quando ouço sua voz ou quando vejo seu sorriso.

Sei que não é nessa vida que vamos ter o nosso perfeito final feliz. Não porque não vamos terminar juntos, pois nós vamos, mas porque estamos fadados à tragédia e em algum momento ela nos alcançará. Não me importo que alcance. Sei que, assim como em todas as outras vezes, estaremos de mãos dadas e enfrentaremos a tragédia juntos. Não é a primeira vida em que um abismo nos aguarda, nós dois sabemos disso como ninguém. Afinal, nós já vivemos muitas vidas, não é? Não me lembro de nenhuma delas. Ainda assim, vejo passado, presente e futuro todas as vezes que me perco em seus olhos. Tenho certeza de que fomos amantes como Romeu e Julieta em algum momento, já que não há casal mais dramático que nós. O amor proibido combina conosco. A morte por ele também. Destemido como é, sei que ele gritaria seu amor por mim mesmo que mil espadas lhe fossem apontadas.

Sempre preferi sussurrar o meu amor, ao menos quando é genuíno. Para ele, sussurrarei meu amor mil vezes. Não quero que o mundo escute. Não quero que mais ninguém tenha essas palavras. As três poesias que deixarem meus lábios serão para ele e nada além dele, porque sou de poucos amores reais, ainda que de muitas paixões bobas. E ele nunca foi paixão boba. Ele nunca foi paixão. Foi amor de início e será amor de fim. Meu primeiro, único e último. Meu amor real. Meu amor caótico.

Nossas almas estão entrelaçadas. Éramos muito novos para percebermos isso quando nos conhecemos, crianças estúpidas que amavam sem saber o que era amar, mas a idade trouxe consigo a maturidade que precisávamos para encarar que, embora sejamos desse tempo, nosso amor não é. Nosso amor é antigo, secular, milenar. Sempre me pergunto há quantas reencarnações nos amamos e há quantas vidas nos encontramos. Ainda não tenho a resposta e talvez eu nunca tenha. Assim como nosso amor não pode ser medido nem mesmo pela régua infinita do universo, amantes que transcenderam o tempo por amarem demais não podem ter suas eras contadas.

Fui destinado a amá-lo a cada aurora e reafirmar meu amor a cada anoitecer, seja nesse tempo ou em outro, seja nesse universo ou nos bilhões que existem.

O entrelace de nossas almas brilha todas as vezes que o tiro para dançar. O destino faísca em nossos dedos unidos e o amor que sobreviveu por séculos se aconchega em nossos corações. Somos serenidade e devastação. Somos paz e caos. Somos amor e nada além de amor.

O céu vermelho acima de nossas cabeças me faz pensar no Apocalipse. Trata-se apenas de um fenômeno de espelhamento, mas a vermelhidão do céu me faz ter a sensação de que a qualquer momento assistiremos as paisagens urbanas virarem pó. Dançar com ele em meus braços com a noção de que o Apocalipse pode acontecer quando menos esperarmos me faz sorrir. Morreríamos nos braços um do outro, assistindo helicópteros colidindo com o oceano. Bilhões de anos depois, nós reencarnaríamos mais uma vez, pois não importa a nossa morte se nosso amor se recusa a perecer.

Há gosto de bebida barata e nicotina quando nos beijamos. Não sei quando voltei a fumar, mas o amargor do cigarro em minha boca combina com a vodka de péssima qualidade na dele. É este sabor que me remete ao aconchego de um lar. É arrebatador e agridoce, um pandemônio que se forma em nossas línguas e suscita risos em nossos peitos.

Seus lábios estão vermelhos.

Meus lábios também estão.

Assim como o Apocalipse.

A chuva não anuncia a devastação. Gosto de pensar que ela o faz. Gosto de pensar que, assim que acabar a chuva que molha nossos corpos e faz nossas mãos escorregarem uma da outra — como se isso nos impedisse de entrelaçá-las novamente —, chamas virão das nuvens como pássaros enfim libertos.

Não há apocalipse, mas caso ele venha até o fim desta noite, reservo ao meu único amor as minhas últimas palavras:

Dançarei com você em meus braços mesmo quando o fogo consumir a terra e meteoros caírem do céu para destruí-la. Te amarei na dor, no caos e no apocalipse de nosso amor, até que a morte tente nos separar e a vida volte a nos juntar.

Seus lábios,

Meus lábios,

Apocalipse.

apocalipse | sasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora