"Entre goles de saudades e falsas tragadas em palavras de amor, esconde-se a melancolia das madrugadas.
Nas cartas amareladas dentro de garrafas nunca jogadas no mar, se encontram os resquícios de um coração em pedaços, distribuídos igualmente à cada linha dessa epístola.
Nosso tempo de piratas se foi.O navio naufragou em esquecimento e a tripulação afundou-se na solidão, e agora, meu coração ancora no fundo do mar, junto as tuas cinzas.
Incendiou-se o espírito, porque não haviam mais ossos para serem queimados.Um último feitiço, que da bruxaria tu não te esqueces, mas te tornas parte dela.
Um último beijo, eu pediria às estrelas, uma única vez de todas as outras, porque agora sereias não fazem parte das minhas histórias de amor, mas do pesadelo de não ser fantasia pura e amarga.Na Jaemin, com seu cabelo azul, quase tão irreal quanto nosso conto de fadas, eu te vi.
E mesmo que o mapa do meu mais profundo desejo me guiasse para o fundo do mar, eu voltaria a superfície, para tão somente ter um vislumbre de tudo o que não fora descoberto em quinhentos anos.Eu vislumbraria cada parte sua, mesmo que não pudesse marca-las no papel, porque estrelas não são maldições e sereias não buscam por amores que não podem imergir.
E eu, Jaemin, busquei por um amor que me emergiu, para cima, tão somente para me puxar novamente para o chão.
Mas não havia mais água.
Agora as chamas do teu corpo me queimam tão delicadamente, com se beijasse-me a pele em ardência, e eu sinto o torpor de desfalecer lentamente.Um último pedido, não mais às estrelas, mas àquele que um dia me saudou à magia:
Deixe-me queimar para depois afundar."
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Piratas
PoetryUm último beijo, eu pediria às estrelas, uma única vez de todas as outras, porque agora sereias não fazem parte das minhas histórias de amor, mas do pesadelo de não ser fantasia pura e amarga.