Seres De Luz

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NOAH

Abri meus olhos apavorado. Graças a Deus era um sonho. Minha cama está toda molhada, e eu também, de puro suor. Puxo o edredom pesado de suor para o lado e desço da cama, estou nu, como sempre costumo dormir.

Vou para o guarda-roupa e pego apenas uma cueca, para que se alguém me ver no andar de baixo, eu não pague nenhum mico.

— Puxa vida... — reclamo comigo mesmo, ainda com a respiração lenta por causa do sonho. Aquilo bastou para me deixar sem sono algum.

Desço as escadas para o andar de baixo, onde vejo a televisão ligada em estática. Meu pai tem o costume de ver tevê até tarde... e quando vai dormir a deixa ligada. Ando até lá e a desligo, arrancando da tomada. Movo para a cozinha. Tudo está apagado porque não vejo a necessidade de ir ligando as luzes enquanto ando para a casa.
Quando abro a geladeira, a única luz ali é a da lâmpada lá dentro.

De repente, um vento forte passa por mim, como o vulto de algo rápido. Olho em rápido para todos os cantos, pensando se aquilo realmente aconteceu. Meus cabelos estão em pé... então sim, acho que realmente aconteceu.

Algo nessa casa me dá medo. Não sei o que é, exatamente, mas sei que há algo errado.

*

JOSHUA

Decidido a descobrir mais sobre o novo morador desta cidade, saí às três da manhã para procurar a tal casa. Eu não durmo, então com certeza não vai ser nenhum tempo perdido.

A cidade está completamente escura, nem mesmo os postes estão fornecendo luz agora. Sempre achei estanho que eles desligassem... não era assim até 1980.

Eis me aqui, e por causa das luzes apagadas, penso que todos estão dormindo. A casa é bonita. Azul, de dois andares e com muitos detalhes nas janelas e varanda. Clássico falso-rico. Ao que dou um passo em direção à varando, um cheiro se mostra para mim. É... incrível... novo. O que será isso?

Ouço lá dentro alguém subindo as escadas, volto para a grama, longe da varanda. Olho as janelas e vejo que uma luz se acendeu lá em cima. Usando minha respiração, relaxo meu corpo de tal maneira que meus pés saem do chão e quando flutuo alto o suficiente, estou na altura da janela, olhando lá dentro através do vidro.

Vejo as costas de um garoto magro e alto, ele está quase despido, apenas com uma cueca preta. O resto do corpo está nú. 

— É seu esse cheiro tão maravilhoso? — indago baixo, perguntando a mim mesmo. 

O garoto se vira de perfil, assim consigo ver seus olhos verdes e grandes. Ele é belo. Estranhamente bonito. Suas costas são largas e fortes, e apesar dos músculos em suas coxas e braços... ele parece delicado. Tive também tempo para reparar no tom de sua pele, que é moreno e completamente uniforme. O garoto é simplesmente... perfeito.

Sinto meu coração arder um pouco, então olho para meu próprio peito em choque. O que é isso? Meu peito está pesado, sinto-o transbordar sentimentos que nunca tive a proeza de sentir antes... O quê...?

Vampiros são itensos. Mesmo mortos, sentimos tudo com intensidade. Tudo o que se sentia quando éramos vivos, se intensifica em 200 por cento. É esquisito, isso se estende até o nosso físico. Sentimos mais dor... mas consequentemente mais prazer. Alguns vampiros sortudos que tiveram a sorte de encontrar algum companheiro, diz que o toque de alguém em nossa pele pode ser sentida em cada célula do nosso corpo. 

Preciso ver meu pai. Isso não é normal. Ele... não é normal. Estou aqui, há mais de meia hora o olhando mexer em seu computador na escrivaninha. Suas costas são tão grandes e tão... mordível.

Being of Light - o amor que corre em nossas veias {Nosh}Onde histórias criam vida. Descubra agora