𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 ;ᵒⁿᵉ ᵖⁱᵉᶜᵉ: ᵇⁿʰᵃ

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Capítulo nove
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II.Arco da ilha do céu

Shoto Todoroki percebeu o flash da vida diante de seus olhos, as memórias mais valiosas que ele acumulou por tantos anos - isso o fez relembrar os dias em que costumava chamar as pessoas de estúpidas por sentirem empatia pelos cidadãos culpados.

Mas depois de experimentar a realidade ele mesmo, ele entendeu tudo agora.

"Shoto", um braço se estendeu e o segurou no lugar, dando ao menino heterocromático tempo suficiente para inspirar e expirar, pois agora ele podia ver o ambiente. "É o bastante."

Zoro notou o calor se formando nas pontas dos cabelos ruivos de Shoto, a estrutura gelada começando a se moldar em suas mechas brancas. Não era um bom sinal, expor-se agora não era a opção certa, então ele tinha que parar Shoto de alguma forma.

Curiosamente, o gesto de Zoro de puxá-lo de volta trouxe a consciência de volta à visão de Shoto, lembrando Shoto de como ele não era a única pessoa neste bar. Colocar pessoas aleatórias em risco não estava em seu cardápio hoje.

Luffy olhou curiosamente nos olhos de seu tripulante, vendo a sugestão familiar da adolescência. Isso o lembrou de seu irmão, Ace. Os pensamentos e emoções furiosos e descontrolados, tudo estava radiante ao mesmo tempo.

"Que bando de perdedores." Bellamy riu alto, saindo do pub com sua equipe, rindo de como eles pareciam fracos. "Os fuzileiros navais estão de folga com suas recompensas hoje em dia."

Embora ele nunca vá admitir, o olhar nos olhos de Shoto era intimidante como o inferno. Ele quase acreditou que o menino poderia queimá-los ali mesmo. Mas ele também se lembrou, o que uma criança brincando de pirata pode fazer com ele? Olhar para trás, para seus pensamentos anteriores, o fez querer rir.

Assim que eles saíram, Nami foi confortar Shoto, mesmo que ele não estivesse necessariamente ferido.

"Você está bem?" Nami perguntou com preocupação evidente em seus olhos. Mesmo que ela conhecesse o menino há pouco tempo, ela não pode deixar de sentir simpatia por ele. Afinal, ele era apenas um adolescente nada menos.

Shoto assentiu, formando um pequeno cubo de gelo na palma da mão enquanto colocava a cicatriz em seu rosto. Ainda estava quente. Trauma passado enchendo-o por dentro enquanto ele tentava equilibrar sua respiração.

Todos provavelmente já descobriram isso. Tem algo a ver com a cicatriz, claro. Mas questioná-lo agora só o deixaria mais desconfortável, então eles descartaram essa ideia.

"Podemos voltar para o navio agora?" Shoto perguntou calma e educadamente, com a cabeça baixa. Compartilhando um olhar antes de responder, Luffy assentiu.

Ele também não estava de bom humor.

"Eu acho que seria melhor se o fizéssemos."

Já faz horas.

Olhando preocupados para a porta da cozinha, a equipe fazia suas tarefas diárias sem realmente entrar na cozinha; algo sobre dar a Shoto algum espaço ou quarto. Mas para aqueles que não foram com ele no pub, eles ficaram totalmente confusos.

"O que há de errado?" Sanji decidiu fazer a pergunta de um milhão de dólares, curioso para saber por que ele - o chef- não pode entrar em sua própria cozinha para preparar comida.

"Nós iremos..." Nami parou.

"Não é da sua conta, seu cozinheiro de merda." comentou Zoro. Ele simplesmente não era o maior fã da cozinheira loira em particular. Mas antes que os dois pudessem continuar brigando, Nami bateu na cabeça de ambos com seus punhos raivosos.

"Cale a boca, vocês dois."

Luffy sentou-se confortavelmente na cabeça de seu navio, olhando profundamente para o mar antes de enfrentar seus nakamas.

"Foi por causa da cerveja?" Ele perguntou, sem saber o verdadeiro motivo de Shoto ter voltado para lá. Era porque ele odiava álcool? Mas ele já deveria ter se acostumado com o hábito de Zoro de beber saquê.

"Parcialmente." Nami deu de ombros.

"Explique." Usopp começou, os dedos acariciando seu queixo como um detetive.

"Nós estávamos..." Luffy relembrou os eventos anteriores. "Bellamy, o grande idiota, esfregou álcool no rosto de Shoto. Então Shoto estourou, ele começou a usar sua fruta do diabo, mas Zoro o parou a tempo. O olhar em seus olhos me disse que ele não estava realmente consciente naquele momento." O homem-borracha tentou explicar da melhor maneira que pôde.

Um momento de silêncio atingiu toda a tripulação.

"Qual parte do rosto exatamente?" Robin falou, recebendo toda a atenção deles enquanto eles olhavam confusos.

"Isso importa?"

"Claro. As pessoas tendem a agir dessa forma, especialmente se a ação realizada contém um trauma passado. Isso deve explicar a reação dele." Robin explicou, ganhando vários olhares de compreensão.

"Você tem razão, Robin!" Chopper exclamou.

"Trauma passado? Isso deve explicar por que Shoto reagiu dessa forma porque Bellamy esfregou sua cicatriz acreditando que era falsa."

"Caramba." Sanji se encolheu visivelmente. "Esfregar uma cicatriz? Isso é sair da linha. Por que você permitiu isso, seu idiota?"

Zoro reagiu rápido ao insulto.

"Cale a boca, suas sobrancelhas tortuosas." Ele então se sentou. "Não pensei muito nisso, nunca pensei que fosse um ponto de gatilho para o garoto."

"E se eu esfregasse sua cicatriz? Como você reagiria?"

Sanji testou.

"Eu esmagaria sua cabeça na porra do corrimão, seu idiota." Zoro encarou.

Nami se interpôs entre eles, segurando suas orelhas com força antes de torcê-las com muita força. Ele ganhou gritos de dor dos dois enquanto eles pulavam e esfregavam suas orelhas vermelhas.

"Exatamente, Zoro."

"O que você está tentando provar, mulher?" Zoro exigiu

furiosamente como Nami o estava atacando constantemente naquele dia. "Você estava parado lá como uma donzela em perigo também."

Digamos apenas que Zoro tinha inchaços suficientes na cabeça para igualar uma montanha com essa observação.

Ignorando-os, Luffy olhou para baixo.

"Trauma passado? Eu não sabia... eu não deveria ter arrastado Shoto para isso, afinal." Assim que essas palavras saíram de sua boca, houve um movimento repentino nas grades superiores.

Era Shoto. Ele estava inclinado para a frente de uma maneira relaxante, seus olhos focados em suas figuras enquanto o vento jogava seu cabelo para o lado.

"Talvez eu não tenha sido tão honesto ultimamente." O menino admitiu, ficando mais ereto agora que podia ver a ilha de seu destino ao seu alcance. "Tem algumas coisas que eu não abri para você ainda, certo? E ter segredos entre a equipe nunca pode promover um relacionamento saudável."

Talvez fosse a hora de confessar o quão incomum ele era.