Capítulo 2.

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POV Lauren Jauregui

— E foi isso o que aconteceu, Mani. — falei enquanto me jogava em minha cama depois de caminhar da sala onde o demônio na terra era responsável por dar aula, até meu dormitório. — Tudo um mal entendido. E agora sou obrigada a escrever 50 linhas de algo que eu não tenho criatividade para escrever ao menos 10.

Bufei em frustração, passando a mão pelo rosto antes de fitar o teto branco do quarto.

A risada de Normani preencheu o quarto.

— Do que está rindo? — perguntei ainda olhando para cima.

— Você não parece ter a idade que tem. — ela respondeu em um tom calmo.

— Como assim? — apoiei meu peso em meus cotovelos para poder olhar para minha amiga.

— Para você pode parecer que não, mas apresentar duas linhas para uma professora fodida que solicitou uma redação, principalmente depois de um discurso completo sobre respeito à profissão dela, foi sim desrespeitoso, Laur. — tentei interrompê-la para explicar, porém ela me cortou. — E eu sei que você não fez por mal, você só não é boa com palavras. Eu entendo. Mas essa sou eu, que conheço e convivo com você há três anos e meio. A professora Cabello te conhecia há minutos.

— Mas você acha justo ela me punir por algo que eu tentei explicar que não dominava? — argumentei.

— Não vem ao caso agora se foi justo ou não. O que importa é que essa foi a maneira que ela encontrou em te fazer respeitá-la, e agora você vai precisar escrever, gostando ou não, querendo ou não.

Bufei pela segunda vez.

— E digo mais, Laur... Se eu fosse você, escreveria até mais do que ela pediu. — Normani concluiu.

— O quê?! — franzi o cenho. — Você está louca se acha que vou escrever mais do que 25 linhas em cada redação. Já expliquei que não consigo escrever nem 10.

— Só acho que você deveria tentar causar uma boa impressão na próxima aula, assim quem sabe ela não esquece o que aconteceu hoje? Depois disso é só se manter dentro da média do que ela solicitar e não criar caso. Não precisa ser a melhor da turma. Tenho certeza que isso vai tornar seu semestre, que convenhamos, acabou de começar, bem mais leve.

Olhei para Normani durante alguns segundos que mais pareceram minutos.

Ela não estava de um todo errada.

Não concordava com a forma como Camila, ou melhor, professora Cabello, havia encontrado para me punir.

Mas agora já era tarde. Eu iria ter que escrever.

Você não parece ter a idade que tem, Mani. — dei ênfase na primeira palavra da frase que havia iniciado esse assunto. Levantei-me e fui até o lado de Normani do quarto, jogando-me em cima dela dessa vez. — Apesar de não concordar totalmente, obrigada pelo conselho. Irei tentar fazer isso.

A mulher negra me envolveu em seus braços e beijou minha testa.

— Estou e sempre estarei aqui para isso, branquela. Vai por mim, você ainda vai conquistar a professora Cabello.

Afastei-me de minha amiga para olhá-la com uma de minhas sobrancelhas levantadas.

— Não nesse sentido, sua tarada! — senti meu braço arder com a força de seu tapa. — Quis me referir à uma conquista acadêmica, ok? Provar a ela que apesar de ter dificuldades em escrever, consegue fazer e entregar tudo o que ela solicita.

Um silêncio de alguns segundos se instaurou entre nós antes de Normani voltar a falar.

— Mas, se nesse meio tempo acontecer de você conquistá-la de outra forma também... — minha amiga começou a rir.

The Heart Bellow Her BookOnde histórias criam vida. Descubra agora