Sobre duas passagens que possibilitavam a percepção do meu campo de visão pela máscara, fitei o corpo vivo que se encontrava acorrentado a grossas e enferrujadas correntes de ferro.
Sweet Dreams do Marilyn Manson invadia o ambiente fazendo aumentar cada vez mais minha sede por sangue. Sangue de vingança. Girei o objeto pontiagudo que segurava, segurando com mais força. Dirigi o objeto até o abdômen dentro do meu campo de visão, girei mais uma vez e sem mais delongas, introduzi o objeto todo sobre o órgão, arrancando fortes e torturáveis gemidos, que eram músicas clássicas para meus ouvidos.
Logo após o a entrada das batidas constante e o som pesado da guitarra, esperei menores instantes, finalizei girando ainda mais o objeto e logo o tirando de dentro. Onde o sangue escorreu em liberdade, percorrendo o caminho dos definidos músculos.
Havia sangue em minhas mãos e meu coração batia descompassadamente. Cada gota que pingava por entre meus dedos era como se um pouco de minha dor fosse embora. Eu estava ofegante. Comecei a desabotoar minha camisa branca para esfregá-la em minhas mãos. Eu precisava me livrar desse sangue sujo, desse maldito sangue que impregnava todo ambiente. Era tão nítida minha satisfação. Senti frio ao retirar a camisa, eu usava apenas um lingerie preta rendada por baixo e a noite estava muito fria. Assim que me limpei do seu imundo sangue, senti alívio ao ver suas partes espalhadas por todo ambiente, eu sorria de satisfação e tudo começava a fazer sentido pra mim, eu estava saciada e calma. Sentei-me no chão gélido e observei um pouco aquela cena, estava me vangloriando, eu precisava desse momento, só eu, afinal ninguém sabia e eu não podia compartilhar com ninguém e na real eu nem sei se queria, queria toda vanglória para mim, todo orgulho pra mim, toda excitação para mim, minha calcinha estava encharcada observando ainda sua boca jorrar sangue agonizando em seus últimos suspiros. Ele queria pronunciar alguma coisa, talvez quisesse pedir perdão, mas eu não permitia erros, desculpe, espero que queime no limbo, eu com toda certeza queimaria, mas não me preocupava porque com certeza, minha mãe de onde estava, estaria orando por minha alma, talvez o seu Deus a escute, eu também não me importava se ele a escutava ou não, eu me preocupava em mandar almas imundas ao inferno, eu nasci para isso, eu viveria e morreria para isso e nada me faria pensar diferente.
- Game over- Sussurrei com pura excitação enquanto caminhava em direção ao som o colocando no último volume. Retirei a máscara que tanto me sufocava. Minha música preferida estava ao fundo, era Marilyn Manson - Sweet Dreams, ao ouvir a música inundar meus ouvidos, senti minha intimidade pulsar, nada me dava mais excitação que observar minha presa se agonizar ao som de uma boa música Esse estava demorando mais que o esperado. Levantei-me e me direcionei a mesinha de madeira maciça de tom escuro que havia ao lado esquerdo da cama e peguei um maço de cigarros que eu sempre deixava ali, o acendi e traguei o máximo que pude, até minha visão ficar turva e minha garganta arder. Prendi por alguns segundos a fumaça e eu me recusava sentar na cama, precisava ficar all, ao lado dele, acariciando seus cabelos grisalhos macios, eu gostava quando eles agonizavam por longos minutos, me deixava excitada, eu ficava competindo comigo mesma o momento em que eles desfaleceriam.
Em um último jato de sangue, seus olhos se arregalaram para me ver e eu sorri em satisfação. Levantei- me e abri o guarda roupas que havia no quarto, peguei minha câmera Polaroid, que estava embrulhada em uma toalha guardada estrategicamente lá e então olhei para minha presa... Flashes dos últimos acontecimentos começaram a rondar minha cabeça como o de costume. Isso me ajudava a não sentir remorso, como um subconsciente que te ajuda a superar uma perda. Olhei em seus olhos e eles estavam um castanho opaco, como eu gosto. Como eu amo vê-los. Eu sempre tirava uma foto dos seus olhos abertos, sempre os vendo perder seu brilho, era assim que eu me saciava, vê-los sem divertimento, apenas mortos e inofensivos. Quando eu era pequena, por infortunio da vida, eu que encontrei o corpo do meu avô, ele já estava muito doente e usava aparelhos para se manter vivo. Os médicos disseram que era só questão de tempo, o meu avô era forte, mas infelizmente não é assim que me lembro dele, quando o encontrei ele estava muito frágil, estava magro e com a pele sem brilho.Ele havia morrido de olhos abertos. Aquela cena me chocou por anos e meu pai me contou uma lenda que dizia que, as pessoas que morrem de olhos abertos, é porque querem vingança. Um dia eu iria descobrir sobre a tal vingança que meu pa tanto dizia, sei que desde então tenho comprovado a veracidade dessa lenda, eu, com toda certeza morreria de olhos abertos.

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dark queen
Fanfictionvocê tem a sua moral e seus princípios acima de tudo, você anda na lei, paga todos os seus impostos e pela obra divina ou não, cruza em seu caminho alguém que te faz engolir tudo isso, alguém que faz seu mundo virar de cabeça para baixo, alguém que...