trinta

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O que eu estou fazendo...?

Era o que passava na cabeça de Lee Jeno. Ali estava ele, já havia virado duas garrafas de vinho barato pois não queria pensar em nada... Funcionou? Não. Ele continuava pensando e pensando, pensar estava matando ele, a cada minuto pensando uma faca ia mais fundo em seu coração. Quem era o protagonista de seus pensamentos? Na Jaemin: seu namorado, seu amor, sua vida. Ele já não aguentava mais aqueles três dias que ninguém dava notícia de como ele estava, Jungwoo disse que nem com ele ou com Donghyuck ele quis conversar, Jeno ainda estava pensando por muito tempo o motivo daquele "gelo".

Rolou no chão frio enquanto as lágrimas saiam de seus olhos, de novo. Ele não ia segurar o choro enquanto estava sozinho em seu quarto sem ninguém para o incomodar, já havia deixado claro a seus pais que não estava em um dia bom e ir pra faculdade também estava meio fora de questão.

Mas ia passar... Ao menos ele queria que passasse.

Quando suas lágrimas secaram, vieram outras, outras e outras... Sofrer por um tempo no relacionamento era tão ruim assim? Ao ponto de você não conseguir nem sair do lugar? Talvez, Jeno precisasse de uma terapia.

Dando o último gole na garrafa, ele apoiou sua cabeça na cama enquanto a empurrava para longe, seu coração estava batendo forte, ele chorava tanto que achava que fosse morrer sem ar de tanto soluçar. Só conseguiu cessar esses soluços quando ouviu três batidas na porta e a voz suave que acalmou um pouco seu coração.

— Neno? — A mãe do loiro disse enquanto abria a porta, ele não iria responder de qualquer jeito. — Querido, não devia beber assim tão afetado.

— Me deixa, mãe. — Ele sussurou, mas, logo se arrependeu — Não, na verdade, fica aqui comigo por um tempinho. — Disse, agora voltando seus olhos para a mulher mais velha, que largou uma bandeija com um pote lotado com algo em cima de uma prateleira, indo abraca-lo e se sentando no chão junto do filho abalado, aquilo foi uma brecha pra ele chorar mais.

— Você quer conversar? — Acariciou seus cabelos — Seu pai e eu estamos preocupados, você não saiu do quarto direito nem pra comer, querido. Não precisa esconder nada de nós, você sabe.

— Ah, mãe. É complicado... — Ele limpou as lágrimas e fez contato visual com a mulher — Sabe o Nana?

— Jaemin?

— Sim! Ele... Meio que... Namoramos agora.

A mãe de Jeno não pareceu chocada, deu uma singela risadinha enquanto acariciava seus cabelos loiros.

— Sério? Isso não é bom, filho? O Jaemin é tão bom pra você, eu consigo ver isso.

— Seria, mas, acho que ele me odeia — Lee abraçou a mais velha mais uma vez, um pouco mais forte — Sinto que fiz uma burrada muito grande, agora, ele não quer saber de mim. Ele me bloqueou e não quer conversar com mais ninguém, é como se ele quisesse de alguma forma me afastar... De repente. — Pouco a pouco, Jeno foi voltando a soluçar.

— Oh, querido. Talvez ele esteja abalado, mas isso não significa que você não devia fazer nada também, se você viu que ele não vai fazer nada, faça você mesmo. — Sua mãe agora acariciava suas costas, Jeno não parava de jeito nenhum de chorar e soluçar em seus braços, porém, sentiu em suas palavras um grande baque. — O que acha de confrontá-lo amanha?

— Não somos do mesmo curso, acho que ele com certeza iria fazer de tudo para não esbarrar comigo.

— Então, não fica esperando! Esbarra com ele você, pode ser propositalmente ou não, mas, coloca ele contra a parede! Você tem que enfrentar isso de um jeito que funcione.

Jeno enxugou suas lágrimas. Sem coragem de olhar sua mãe diretamente nos olhos, ele simplesmente deu um sorriso pequeno como se tivesse de fato entendido o recado.

— É, você têm razão.

♡♡♡

Definitivamente...

Colocar um plano em prática era muito difícil...

Jeno já estava parado na frente de casa há alguns 5 minutos, ele já havia se arrumado para ir na faculdade naquele dia de sexta, dia seguinte em que havia conversado com sua mãe. Seu pai, tal bobão que era, ficou muito feliz que agora Jeno havia arranjado motivação, desejou boa sorte e tudo, Lee admitiria que ficou um pouco envergonhado em saber que agora seus pais sabiam de seu rolo com Na Jaemin. Assim que tomou coragem para começar a andar, ele parecia distraído. A única coisa que conseguia pensar era em como chegar em Jaemin de um jeito que não o deixasse ainda mais "puto". Sua vida já estava passando perante seus olhos ao imaginar que provavelmente levaria um xingo ou, na pior das hipóteses, um tapa na cara, porém, de qualquer jeito, ele não podia esperar mais. O caminho para a faculdade fora mais tranquilo do que ele imaginava, encontrando lá imediatamente na porta Renjun, que tomou um genuíno susto assim que pousou seus olhos na feição acabada de Jeno, o loiro havia ganhado olheiras mais fundas, lábios ressecados, além de que também havia perdido peso pois não se alimentou adequadamente.

— Jeno?! — Ele foi o primeiro a começar um assunto, chegando perto do amigo e batendo em seu ombro. Huang segurava em sua mão uma caixinha de suco de maçã com o canudo enfiado dentro. — Meu Deus! Como você 'tá acabado! O que aconteceu?! Você não falou nada no grupo desde a saída do Jaemin, sério... Me deixou preocupado.

— Nada em especial. — Jeno desviou o olhar.

— Realmente, nada em especial. Parece que você levou um murro.

— Basicamente isso, só que eu diria que foi mais parecido com um chute. — Ele deu uma risada sem graça, Huang que ficou por alguns segundos ligando os pontos logo o encarou com o semblante ainda mais chocado, Jeno juraria que ele havia ficado até mais pálido do que já era.

— Você e o Jaemin...? — Ele hesitou em falar — Brigaram...?

— Acertou em cheio, tampinha. — O loiro bagunçou os cabelos do chinês roubou sua caixinha de suco de maçã antes de sair dali, dando risada e tomando o suco logo em seguida, Huang parecia de fato bem chocado, tanto pelo fato da briga quanto pelo fato de que havia tido seu suco roubado.

— Você vai me pagar outro depois, seu cretino!

Jeno não se importava em pagar um suco de maçã, ele simplesmente queria mais que tudo colocar sua mente pra bem longe de seu próximo foco: Jaemin. Certamente, Lee nunca esteve tão amedrontado em sua vida. A cada passo que dava, seu coração disparava mais, seu estômago ameaçava colocar para fora todo seu café da manhã, tanto que o mesmo nem sequer conseguiu mais olhar para a caixinha de suco, na primeira oportunidade a jogou fora. Lee fitou o chão enquanto turbilhões de pensamentos passavam em sua cabeça, e tinha hora pior para esbarrar em alguém no meio do corredor as pressas? Não, tinha que ser agora. O impulso acabou afastando o loiro para o lado, antes de definitivamente reconhecer, ou não, a pessoa em que havia esbarrado, ele colocou sua mão no braço atingido e soltou um singelo gemidinho de dor.

— Foi mal. — Disse, sem contato visual. Porém, ele não obteve nenhuma resposta. Lentamente, caminhou seus olhos até a silhueta do rosto agora conhecido...

Conhecido até demais.

Lá em sua frente estava ele, Na Jaemin.

♡♡♡

bem

eu costumo escrever (hoje em dia) bem mais de 2k de palavras to me sentindo bem tristonho em nao ter conseguido estender o capítulo o quanto eu queria, porém, é bom q fica um sinal de mistério no ar

esse é o primeiro capítulo fora do comum, no caso, sem serem mensagens

uou

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