Respiro fundo. Dou um passo. Debruço-me de modo a espreitar o abismo mas sempre receosa. O medo é insuportável, mas a curiosidade é, sem dúvida, maior. Dou mais um passo e o chão debaixo de metade do meu pé esquerdo desaparece.
Como cheguei a este ponto?-
Por vezes ponho-me a questionar as coisas simples da vida. No pouco que sou e no nada que serei.
Desculpem-me a melancolia. Juro que não sou sempre assim, ou pelo menos finjo não o ser. Mas a verdade é que não sei o que sou. Ao longo dos anos fui moldada à imagem perfeita que as pessoas alheias tinham para mim. Contudo, admito que a culpa foi toda minha e que não posso culpar mais ninguém.