Quando o Sol surgiu, naquela manhã, Aurora já estava de pé, terminando seus afazeres, outra noite em que não dormiu. Já faz muito tempo que isso acontecia, e além do mais, a tatuagem em seu ombro, em um tom esverdeado, só queimava e queimava, chegava a ser sufocante. Para aliviar-se, ia pintar mais um de seus vários quadros. Sempre foi assim, ela e só ela, e os pássarinhos que adorava desenhar. Sem recordações sobre seu passado, apenas lembra de que viveu ali sozinha, por séculos, esquecida e transparente, apenas dos céus sabendo de sua existência, se quer sabiam.
Poderia muito bem apenas voar daquele lugar com suas graciosas asas, entretanto, sentia medo do que a aguardaria fora, sentia repulsa, e não ia, nunca foi.
As vezes, ouvia barulhos do lado de fora de sua resídencia, mas nunca foi capaz de olhar. Nesse dia, porém, mais um desses barulhos costumeiros vieram a incomoda-lá. Dessa vez, ela foi olhar.
Sangue escorre de minhas mãos e de minha lança, acabará de matar mais um demônio, depois do trabalho feito, costumava ir a um morro de ventos frescos, onde um mar de Qingxin enfeitava a paisagem, sentava na ponta e ficava horas e horas divagando em meus pensamentos, minutos alheio a tudo.
Sempre escutava uma melodia suave, uma paz que, estranhamente, me encobria, e deixei-me descansar por poucos minutos.
Mas, dessa vez, uma forte sensação podia ser sentida pelo Yaksha, como estivesse sendo observado.
Ao virar-se, deparou com uma garota, muito bonita ao seu ver, angelical, com asas brancas como a neve, único. Queria desprender os seus olhos daquela mulher e perguntar o que ela está fazendo aqui, mas por algum motivo ele não conseguia tirar.
- Quem é você? - Essa pergunta o fez voltar a realidade.
-- Xiao.
- Hum, por que está aqui?
-- Eu que te pergunto, o que estás fazendo aqui?
-Eu sempre vivi aqui, sempre.
A menina encarava aquele ser com curiosidade e medo, nunca tinha visto outro alguém naquelas terras vizinhas as nuvens, e se perguntava por que suas mãos estavam tão sujas.
-Você está machucado?
-- Por que a pergunta?
- Suas mãos, estão sujas de vermelho.
--Tsk -Aquela fala suou tão estranha, não servia para ele, ele não precisava de cuidados, e mal se machucou na batalha, mas por algum motivo, sentiu-se quente por dentro.
Um silêncio se formou, enquanto Aurora continuava a encarar Xiao, estava um clima constrangedor, o Adepto com todo a certeza perguntaria a Morax sobre essa garota.
-Meu nome é Aurora.
--Terei que partir, Adeus. - Foi tudo o que Aurora escutou logo após ele desaparecer do ar.
E naquele entardecer, a sua marca não parou de arder, por algum motivo, sentia-se ansiosa.
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A Canção de Aurora
RomanceAurora vive em casa, talvez, sempre tenha vivido. Uma garota invisivel, transparente aos olhos do Mundo. Abandonada num morro, investado de lindas Qingxin, por toda sua vida, sua única companhia foi ela mesma, e os pássaros que ali habi...