.•♫•♬• MICHAELA •♬•♫•.
- Mick, oi. Me passa seu endereço -fala Peet quando atendo a ligação.
Agora são nove horas. Acordei hoje às sete e coloquei uma xícara na cafeteira para começar bem o dia. Mas parece que os próximos meses vão ser, no mínimo, difíceis. Dylan roubou meu café.
Sim, ele chegou de, aparentemente um treino, todo suado e sem camiseta e ainda teve a cara de pau de roubar o meu café!.
Parece que foi uma vingança por ontem a noite, quando fiz ele ficar animadinho. Admito que pode ter sido um golpe baixo, mas não iria deixar de sacanear com ele em qualquer oportunidade que eu tiver.
E foi divertido, vai. O que não foi divertido foi sua voz rouca no meu ouvido dizendo que estou precisando levar uns tapas. Digamos que a minha imaginação é fértil e, eu acabei gostando da ideia de ser insolente mais vezes. Porém se fosse com outra pessoa, óbvio.
Jamais me envolveria com um engomadinho arrogante. Pelo menos não esse.
- Como assim, Peet? -ouço som de vozes do outro lado da linha.
- Preciso que você me diga para um negócio aqui. Agora me passa logo seu endereço -passo para ele, que se despede e encerra a ligação.
Confio nele, apesar dos seus neurônios que faltam, e não pergunto para quê ele queria uma coisa dessa. Depois ele me fala.
Coloco minha roupa de treino e vou para a academia. Depois de duas horas de pura humilhação e tortura, volto ao loft, tomo um banho e me arrumo para sair novamente.
Pego um táxi e vou para o restaurante de Andrew. Desço em uma rua de tijolinhos, e avisto um restaurante com fachada de cores vibrantes e muito aconchegante.
Algumas meses estão na calçada do mesmo, com uma cerca americana branca e flores que priporcionam ao ambiente um aroma perfumado.
Dentro do restaurante é tudo rústico e moderno. Tudo muito limpo e organizado. Com ar condicionado e luzes amareladas.
Quase todas as mesas estão cheias. E eu entendo o motivo, o cheiro da comida é maravilhoso e dá água na boca.
Me sento e um garçom muito simpático vem me atender. Peço o prato do dia e um suco natural de abacaxi com hortelã.
Enquanto espero, fico observando pela janela ao meu lado as pessoas passando pela rua, cada uma ocupada com seus próprios compromissos e corres do dia.
Alheias ao fato de que, neste exato momento, crianças nascem ao redor do mundo, pessoas podem estar sendo pedidas em casamento ou se casando, outras podem estar transando na salinha do zelador em uma faculdade, outras passam fome e sede onde vivem em uma situação precária, e mais algumas podem estar apanhando do próprio pai.
Todas muito ocupadas com suas próprias vidas para se preocuparem com o próximo. As vezes esquecemos como podemos sermos privilegiados apenas por sempre termos água potável para beber da torneira de casa. Ou por termos a saúde boa.
A verdade é que muitas vezes não valorizamos o que temos, quando poderia ser o sonho de outra pessoa ter o que achamos tão fútil.
As pessoas olham para mim e minhas roupas em dias quentes, como se eu fosse uma aberração. Louca. Apenas por usar estas vestes em um dia quente e ensolarado. Eu tive que aprender a não ligar para o que pensam a meu respeito.
Não foi fácil, mas nada na vida é. Eu sofri muito enquanto ainda me importava com a opinião de pessoas que não sabem meus motivos para ser assim.
Todos julgam sem nem saber o que se passa na vida de alguém para ser como é. É algo corriqueiro, e se não aprendermos a defender nossa cabeça de julgamentos vulgares, a sociedade consegue nos fazer realmente ficarmos loucos e repensarmos nossa existência neste mundo.
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Meu CEO Arrogante
Romance+18| Ele: um jovem CEO, tatuado, arrogante e cafajeste; Ela: uma médica recém formada, cabeça dura e centrada; Ele tira ela dos eixos em questão de segundos; Ela consegue o irritar fácil demais com seu jeito mandão; Uma relação de ódio á primeira vi...