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Lupita

Eu nunca pensei que uma tragédia como essa fosse me acontecer. Mas, tem uma explicação para isso.

Não quer dizer que eu seja uma garota mimada e que só pense em comprar roupas. Mas, desde a morte da minha mãe após o nascimento de minha irmã caçula, fazer compras foi um meio que eu arranjei para me sentir bem e preencher um pouco o vazio de meu peito. Eu a amava, Ela era doce, gentil, amorosa. E seus abraços eram sempre calorosos. Eu era a melhor aluna da classe, a mais certinha, a que obedecia as regras pois fazer isso sempre fazia ela sorrir, e seu sorriso era reconfortante.

Não conseguir comprar algo, era como se eu tivesse sido arrancada desse momento, Dessas lembranças pequenas e boas que eu tinha com ela, sobre fazer compras. Eu peguei no meu celular, e enviei mensagem para meu pai. Claro que tive um pouco de sensibilidade

''Papai, está tudo bem com o senhor? Tenha um bom dia''

A mensagem nem se quer chegou, ou seja: ele não estava nem com a internet do próprio celular ligada, o que era estranho.

— Alastor, você eacha que está tudo bem com o papai?

Eu perguntava enquanto ele dirigia de volta para casa, e eu estava pensativa olhando para sua foto de perfil.

— Claro que sim, Se tivesse acontecido algo, a notícia já teria vindo até nós.

Ele pareceu surpreso, mas não duvido tanto, no fim das contas eu e meu pai não eramos lá um exemplo de relação de pai e filha. Eu gostava dele, e nos davamos bem, porém com seu excesso de trabalho, ele ficou distante.

— Noticia ruim se espalha rápido, né?

— Sim, sempre se espalham.

Respirei profundamente e tive que tentar me acalmar, mas aquela sensação, a de que realmente tinha algo errado eu devia repensar e ver se tudo estava bem. Quando eu retornei a casa, fui direto ao meu quarto para guardar a bolsa.

— Senhorita Santos

Aquela voz, era a nossa governanta.

Parei de caminhar na metade do caminho, foi quando parei e sorri para ela de forma gentil.

— Pois não?

— A senhora tem noticias do seu pai?

Noticias do velho? Não, eu não tinha.

— Aconteceu alguma coisa?

— É que — Ela se aproximou vagarosamente — Ele ficou de me ligar assim que chegasse Buenos Aires, mas até agora ele não ligou.

Era estranho, o vôo dele deveria ter chegado cedo da noite, afinal ele saiu a um tempo.

— Ele não enviou nenhuma mensagem?

— Não.

— Vai ver ele está em Angra com alguma garota de programa.

Ela riu, pondo as mãos sobre a boca.

— Senhorita Lupita, não fale assim do seu pai.

—Ah, ele pode ter dado uma fugidinha para descansar sabe? as vezes ele só precisa de uma folga.— Retirava o celular de minha bolsa, enquanto com a mão esquerda eu segurava a minha sacola de compra. enquanto dedilhava a tela do smartphone, pude abrir o aplicativo de troca-de-mensagens e vi perfeitamente que a ultima vez dele online foi as 15horas do dia anterior, faltando tempo para seu voou. Senti um aperto no peito e franzi as sobrancelhas.

— Pra todos os efeitos, liga pro hotel em Buenos Aires, e pro Ari. o fiel escudeiro dele deve ter contato acessível, já que quando o papai estar em reuniões ele quem responde tudo.

Mas, era estranho. Mesmo que tudo estivesse bem, papai não era de ficar de avisar ao menos a governanta que havia chegado bem. Mesmo que tenha sido uma fuga com alguma amante — vulgo prostituta — ele sempre se manifestava.

Depois de chegar em meu quarto, que era todo branco com as paredes lisas, sem tantos detalhes em suas paredes. apenas uma decoração aconchegante e harmoniosa. Eu fui direto a uma porta grande branca com uma maçaneta na cor rosa prateado, ao adentrar era como se fosse um grande quarto — Cômodo como preferir — um closet feito a medida. o vão era dividido com duas paredes. Em um lado tínhamos o que eu chamava de lado das minhas roupas. E o outro, acessórios, joias e também as minhas belas bolsas.

As bolsas que eu tinha eram em diversos tamanhos, e eu costumava organizar elas pela cor e tom, Quando uma saia de moda era meu costume guarda-las em uma caixa, assim quando virasse tendência ou valesse mais, eu estaria com elas pronta para serem usadas.

Quando terminei de guardar minhas bolsas, pensei em me jogar na cama e ouvir música para relaxar, mas na verdade quando cheguei em meu quarto algo aconteceu — uma coisa que nunca pensei em ver — homens grandes e armados, vestido todos com um uniforme policial, Eu fiquei parada sem saber o que dizer, e a Governanta segurou em minhas mãos.

— O que está acontecendo?

— Eles tem um mandato, está tudo bem.

Um homem que se dizia ser o chefe da operação, se aproximou de mim, que estava abraçada com a senhorita Governanta e ouvia o que ela dizia.

— Senhorita Lupita Santos, tenho algumas perguntas a te fazer.

Perguntas? O que ele queria fazer.

Quando me dei conta, após o susto eu estava na cozinha tomando água, e tremendo um pouco.

— O que está havendo?

— Senhorita, gostariamos de saber, se sabe onde está o seu pai.

— O que? — Questionei confusa, olhando para os lados.

— A senhora sabe a localização de seu pai.

— Ele deve estar em Buenos Aires, ou em Angra dos reis.— Ou ao menos era pra estar.

— Tem certeza que não sabe onde ele estar?

Ele perguntava, até parecia que meu pai havia cometido um crime. Fui com a Governanta para a delegacia, para dar um depoimento e saber mais a fundo o que estava acontecendo.

''Senhorita Lupita Lopez Santos. o seu pai está sendo investigado por envolvimento com a máfia italiana, tráfico de drogas, e desvio de dinheiro da empresa El Santos, qual ele ajudou a fundar''

A Obsessão do Mafioso: A virgem proibida Onde histórias criam vida. Descubra agora