Capítulo 1

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POV Sebastian

Estou nesse mundo a exatos seis séculos, e nunca tive que aturar uma recém-criada tão chata! O nome dela é Any, e vive me perguntando o porquê de tê-la mordido. Para começo de conversa, não tenho culpa se ela estava andando pela rua, em plena madrugada, com seu apetitoso pescoço a mostra, enquanto eu estava morrendo de fome. Então tecnicamente ela estava pedindo pra ser mordida! Além de me encher o saco com essa mesma pergunta a cada 5 minutos, ainda tenho que aturar essa menina na minha casa! É eu sei que ela não pode voltar pra casa, pois seus pais são caçadores das trevas, e a matariam. Mas, mesmo assim ainda me irrita a ideia de ter que dividir o mesmo teto com essa garota.
- Sebastian! - mau acordou e já está me gritando. Como eu odeio essa garota! E que voz mais chata! - Vem aqui agora! - quem essa menina pensa que é quem pra estar me chamando assim? abusada devia ser seu segundo nome.
Me levanto e vou até a cozinha onde provavelmente ela deve estar.
- Fala garota. - digo sem paciência
- Acabou o sangue. Preciso de mais! - ela só pode estar brincando!
- Ontem eu te dei 20 garrafas, não é problema meu se já bebeu todas. Se vira.
- Você é um saco! Poderia muito bem dizer aos meus pais onde você está. Eles te matariam em um piscar de olhos - me virei para ela, e a olhei com raiva. Quem essa garotinha acha que é?
- Faça isso e eles a matarão também.
- Não, não iriam. Eu sou filha deles.
- Eles são caçadores das trevas. Eles matam vampiros, lobisomens, fadas e bruxos. E pra eles não tem importância se você é filho deles ou não. Eles te matarão de qualquer jeito. Então acho melhor você ficar quietinha! - me viro indo em direção a sala mas paro quando ela começa a falar
- Então, acho que irei lá fora procurar por alguém para morder. A final sangue fresco é ainda melhor - ela diz em tom de provocação. Vou até ela, e seguro seu braço - Nem sonhe em fazer isso. Se fizer, eu mesmo te mato.
- Duvido! - Ela diz em tom de provocação. Um ódio me sobe a cabeça. Abro minha boca e as presas descem. Mesmo que não tenha um espelho, sei que meus olhos já estão vermelhos. E então... Fecho a boca outra vez, viro as costas e saio andando. Não posso matá-la. Mas que saco!
Pelo menos uma lição tenho que dar. Me viro para ela novamente, e dou um tapa em seu rosto. Estou com tanta raiva que nem penso no que estou fazendo. A empurro, e a prendo na parede, segurando seus pulsos
- Quem você pensa que é garotinha? Você é uma recém-criada, eu te partiria em pedaços. Eu acho melhor você ficar caladinha se não, uma adaga entrará em seu coração entendeu? - logo após dizer isso, ela vem pra cima de mim e me beija. Agarrei seu cabelo, e a puxei para longe
- Você tá maluca?! Nunca mais faça isso. - digo limpando minha boca. Essa garota é louca. Não acredito que ela foi a pessoa que desperdicei minha última mordida.
Subi para o meu quarto, e me tranquei lá dentro. Abri um armário que continha garrafas com sangue, peguei uma, abri e bebi. Estava nervoso, e pensando o que poderia fazer com Any. Essa garota me tira do sério.

POV Any

Assim que ele subiu pro seu quarto, me joguei no sofá e fiquei olhando pro teto. Não, eu não gostava dele. Apenas o beijei pois sabia que, se não fizesse alguma coisa, ele poderia fazer algo pior comigo. Não quero morrer. Pelo menos não agora. Mas, sabe uma coisa que eu realmente acho estranho? Ele me manter em sua casa. Geralmente os vampiros apenas mordem, e ligam o foda-se. Mas ele não, ele mesmo sendo rude, estúpido e indiferente me protege de alguma forma. E tem algo muito, muito estranho nisso. Me levantei e fui até a porta, querendo ele ou não, eu realmente precisava de sangue. Abri a porta e assim que sai, ficando exposta ao Sol soltei um grito alto e agudo, e me joguei pra dentro da casa novamente ainda gritando. Uma dor forte e aguda passou pelo meu corpo. Uma dor inexplicável, como se estivessem me rasgando. Comecei a chorar de susto e de dor, e quando ia me levantar senti as mãos de Sebastian agarrarem meu braço e me puxarem para cima. Aos poucos sentia menos dor, e podia sentir o machucado que tinha em meu rosto, como uma queimadura, se curando.
- Você é burra? Vampiros não podem ser expostos ao Sol! Por que você acha que a casa é toda escura e eu vivo nesse lugar com você o dia todo? - Merda! Tinha esquecido completamente disso. Agora vou ter que ouvi-lo até amanhã.
- Eu esqueci. - disse quase em um sussurro
-Esqueça mais uma vez e morra queimada! Você realmente não pensa né? Meu Deus!
- Eu já disse que esqueci! Não posso lembrar de tudo também. E estou com muita sede de sangue para poder me lembrar disso!
- Você não pode lembrar de tudo mas deveria! Sol, água benta, balas e adagas de madeira, fogo... tudo isso mata. Se não parar de ser tão burra, vai morrer mais cedo ou mais tarde!
- Falta de sangue também mata sabia? E olha, já que sou tão burra, e você me detesta, porque se preocupa tanto comigo? Quer que eu tome cuidado para não morrer, diz que não posso sair a noite sem você pois algum caçador das trevas pode me encontrar e me matar... Olha, sinceramente isso não é atitude de alguém que me trata como você me trata.
- Isso não vem ao caso ok? Mas vê se da próxima vez pensa antes de fazer alguma coisa! - alguma em sua voz me dizia que ele estava escondendo algo de mim. E eu preciso saber o que é. Assim que ele subiu para o quarto fui para a cozinha e bebi um copo de Whisky, precisava esfriar a cabeça. Realmente esse garoto tem muitos mistérios, e eu necessitava desvenda-los. Começando pelo que diz respeito a mim.

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