Capítulo 10

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POV Sebastian

A vida havia ficado mais dolorosa depois daquela cena. O peso que sentia em meu coração era tão forte que mal podia aguentar. Achei naquele instante, que não existia dor maior. Não sabia o quanto aquela garota era importante para mim, até ver que estava beijando meu melhor amigo. Melhor amigo.

Por mais que a dor em meu coração fosse tamanha, não chorei. Sebastian Courtney não chora. Tentei me acalmar, e acalmar Caroline que estava quebrando, literalmente, minha sala de estar.

- Eu simplesmente odeio aquela vadia morena! Odeio! - disse gritando, e pega um copo de vidro e taca na parede. - Porque ela teve que ser sua última mordida? A pessoa a quem você deixaria sua felicidade em mãos, a pessoa que você deve proteger a todo custo, se não estará arruinado para sempre, tinha mesmo que ser ela? - desvio de mais alguma coisa de vidro vindo na minha direção.

- Desculpe Caroline, mas eu não podia escolher. Eu mal sabia que ela seria minha última mordida. Na verdade, até Rachel morrer eu não sabia nem que tinha, de alguma forma, uma última mordida. E por favor, não diga que ela me trará a felicidade, como se eu não fosse feliz.

Ela respirou fundo, tentando manter a calma. Pensei que ela não continuaria falando, e gritando. Mas, quis me bater logo depois. 380 anos de convivência, e eu ainda não tinha aprendido como era Caroline.

- Você chama isso de felicidade? - Ela esticou o braço, apontando para o cômodo em sua volta. - Felicidade para você é viver fugindo de um lado para o outro? É nunca poder sair de dia? É em Lua cheia não poder se alimentar, se não será morto? É ver todos que você ama morrerem e você não poder fazer absolutamente nada? É isso que você chama de felicidade? - chegou mais perto de mim, e olhou em meus olhos. Fúria, e tristeza era o que via. - Isso não é viver Sebastian. Isso é estar morto, em todos os sentidos, mas continuar aqui como um castigo. Então, por favor; não chame isso de felicidade. Até porque você não sabe o que é.

Geralmente, não ficava sem palavras, porém dessa vez fiquei. Olhei para ela e abaixei a cabeça. Palavras machucam, eu sei. Aquelas foram como tomar um copo cheio de água benta; doeram, arderam, e eu tive que engoli-lás. O que poderia dizer? Que ela estava erra? Que eu sabia o que era felicidade? Não. Eu realmente não sei o que é felicidade.

Parece que ela percebeu o que falou, porque logo depois começou a se desculpar.

- Bash, eu... - não a deixei concluir.

- Não, Caroline. Você está certa. - respirei fundo, e continuei. - Eu não sei o que é felicidade, e mal sei o que é amor. O único amor que conheço é o que sinto por você e Jhoon, e isso não é amor por completo. Não sou feliz, não amo intensamente... E a pior coisa, é que eu dependo de Any para ser feliz e amar. Infelizmente, você, eu, nós temos que conviver com isso. Me perdoa Carol. Eu também a odeio. - a odeio por me deixar tão confuso. A odeio por me deixar tão preso à ela.

Escuto um barulho vindo da escada e viro meu rosto para sua direção. Vejo Jhoon descendo.

- Bom, eu contei quantas coisas de vidro você quebrou, minha irmã, e foram 35. Dê graças a Deus que Sebastian é nosso amigo, se não você ia pagar. - diz passando por nós e indo para a cozinha.

- Ah claro! Iria pagar com o seu dinheiro, querido irmão.

Ele ri.

- Você é tão cômica querida Carol... - ele volta da cozinha com dois copos de Whisky, e põe um em minha mão.

- Eu quero também! -Jhoon faz não com o dedo.

- Apenas os mais velhos amorzinho.

- Temos a mesma idade Jhoon - ela cruza os braços, impaciente.

- Nasci 15 minutos antes, amor. - Rio da cara que Caroline faz. E eles riem também, acho que da minha cara. E sem nos dar conta, estamos rindo como antigamente.

Fui até Caroline, e passei o braço em volta do seu pescoço.

- Apenas um gole. - dei meu copo para ela. Quando Carol ia beber, a porta se abriu e um homem alto, de olhos azuis saiu de lá com três homens de preto o rodeando.

O tal homem se aproxima de nós e toca no rosto de Jhoon, que ficou mais branco que o normal.

- Combien de temps, mes enfants .- Quanto tempo , meus filhos.
Caroline deixa o copo cair no chão, manchando o carpete com o liquido.
- Pére ? - Jhoon se pronuncia. Então esse era o pai deles. Marion Beaumont.
Ele se aproxima de nós, e passa a mão no rosto de Caroline.
- Como cresceu, minha meninha.
- Não me toque. - ela empurra a mão do pai e o olha com raiva.
- Calma, garotinha. Se me derem o que quero, nada irá acontecer.
- E o que você quer ? - disse.
Ele olhou para mim, e me analizou dos pés a cabeça. Se ele quer me intimidar, melhor parar. Ele não vai conseguir.
- Sebastian Courtney. Você é bem famoso, sabe ? O vampiro que não tem medo de nada. O vampiro que não conseguimos derrotar. É um prazer conhece-lo.
- O que você quer ? - digo já com raiva.
- Não é óbviu ? A coisa com mais poder nessa casa. A garota.
As presas de Jhoon desceram na hora.
- Você não vai encostar um dedo na Any. - digo com os olhos vermelhos e com meus dentes a mostra.
- Acho maravilhoso isso de vocês quererem salvar a pobre moreninha, achando que ela ama vocês dois. Tão tolos. Ela os engana. Uma hora está com um, outra hora com outro. Não acham estranho ? Quem gosta realmente não vive trocando de "romance". Mas a verdade é que, ela não gosta de nenhum dos dois. É apenas desejo, e desejo um dia acaba, meus queridos.
Não sei porque, mas quando ele disse aquilo, minha vontade foi de chorar. Eu não podia estar gostando de Any. E eu também não podia estar acreditando no que ele dizia, mas estava. Estava acreditando e aquilo dóia.
Caroline chegou perto de mim, e sussurrou em meu ouvido.
- Mande a Any ir embora.
Sem pensar duas vezes, subi e adentrei seu quarto. Ela estava dormindo. Como um anjo. Interrompi meus pensamentos e agarrei seu braço.
- Sai daqui. Agora ! - grito. - Vim te avisar que os caçadores das trevas estão aqui. - a aperto com mais força Raiva me consumia, e eu não sabia porquê. - Não que você mereça algo vindo de mim. - digo olhando em seus olhos verdes, que agora estavam assustados.






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