Fragmento de História - Meio Congelado

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Há muito, muito, muito tempo atrás, existia uma civilização ao mais extremo sul, chamada de Sweva, que significa "Aves da Neve". A vila tem esse nome pois era muito comum o cultivo de aves de rapina naquela região que nevava o tempo todo, o ano todo. As casas de madeira, as ruas e gramados eram cobertos por enormes camadas de neve, que nunca chegava a derreter, já que o clima era sempre o mesmo. Os moradores deste vilarejo, além de possuírem suas aves de estimação, também tinham algumas fazendas de ovelhas, cuja lã era usada para produzir suas quentes vestimentas, e também exportar para o mundo todo.

Nesta vila morava uma criança que morava com sua avó numa pequena chácara, com uma criação de ovelhas em seu quintal, além de um lobo de estimação. Essa família vem de uma linhagem de exímios tosquiadores, famosos por sua qualidade do produto e de entrega. Porém os pais da criança haviam falecido durante uma entrega de lã por trenó, meio de transporte da época. E como a avó do garoto estava muito idosa, ele ficou responsável pelos negócios da família. Mesmo novo, sabia tosquiar muito bem. 

A lã das ovelhas de Sweva cresciam muito rápido e em muita quantidade, por conta do clima

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A lã das ovelhas de Sweva cresciam muito rápido e em muita quantidade, por conta do clima. Para que elas não passassem frio, ele foi ensinado a não tosquiar toda a ovelha, mas sim deixar uma pequena camada a cobrir todo o corpo, assim as poupando de congelarem. Todo mês moradores de vilas vizinhas visitavam Sweva de trenó para buscar carregamentos de lã, já que o menino não conseguia fazer entregas como seus pais faziam. Mesmo sabendo onde ficavam as outras cidades e como chegar lá, ele não possuía trenó, pois eram caros demais e o que recebia era o suficiente apenas para se manter até a próxima venda. Além disso precisaria de lobos para carregar um possível trenó, e como só possuía um, não conseguiria levar um carregamento completo.

Conforme o garoto crescia, a quantidade de compradores diminuía, pois para eles era bem mais em conta contratarem um novo vendedor ambulante, do que viajarem até Sweva apenas para aquilo. O menino precisava fazer algo, pois senão ficaria sem comprador algum. E com a morte de sua avó depois de um tempo, ele se viu sozinho, rodeado por lembranças ruins, e não se conformou mais com aquela vida. 

   Em um dia, após mais uma sessão de tosquia, o jovem voltou à sua cabana de madeira, e no seu quarto pegou um vaso onde guardava suas economias, as guardou no bolso, e foi até a loja local de trenós

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   Em um dia, após mais uma sessão de tosquia, o jovem voltou à sua cabana de madeira, e no seu quarto pegou um vaso onde guardava suas economias, as guardou no bolso, e foi até a loja local de trenós. Pediu pelo trenó para transporte mais barato que o vendedor tinha, e o comprou. Comprou também uma boa quantidade de grãos para comer, pois sairia em viagem. Chegando em casa, guardou toda a lã que tosqueou em grandes sacos de pano, e os colocou na parte de trás do trenó. Amarrou seu lobo na parte de frente, torcendo para que este conseguisse puxar o transporte. O animal era mais ou menos da mesma idade do menino, mas era grande, bem peludo e forte.​    Seu plano era o seguinte: partir para as cidades vizinhas, onde seus pais conseguiam vender quando vivos e oferecer pessoalmente a lã, e assim reconquistar alguns clientes que perdeu com o tempo. E então partiram. O lobo do menino conseguia carregar o trenó com alguma dificuldade, mas com certo esforço, ele conseguiu manter um rítimo considerável para o menino. Este que estava esperançoso e ao mesmo tempo apreensivo. "E se os compradores acharam outros vendedores para ter lã?" Pensava o menino. Esses pensamentos iam e vinham durante a longa jornada. A viagem durou semanas. O menino se alimentava apenas de grãos, e os dividia com o animal. Passaram por frios congelantes que, mesmo com roupas bem quentes, era possível sentir e se tremer. O lobo descansava durante a noite junto com o menino, e se aqueciam assim. Durante o dia, ele disparava o mais rápido que conseguia. Passaram por nevascas, emormes rios congelados, ruínas de civilizações... Até que chegaram no primeiro povoado numa savana, chamado Ebdic, que significava "Cidade das Bestas". Logo na entrada havia uma grande estátua de um leão feita de cobre, que reforçava ser a marca da cidade o cultivo de animais selvagens, como leões, lobos, tigres e mamutes.

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⏰ Última atualização: Feb 05 ⏰

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