x Chapter One

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DECEMBER 24, 2014. BRADFORD, HOUSE OF FAMILY MALIK.

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Depois de jantarmos, completamente em silêncio, meu pai largou os talheres sobre o prato e passou a me encarar de forma intimidadora, e assim permaneceu durante o tempo que se seguiu até que meu prato estivesse vázio. Naquela noite, não haviamos orado á Allah, não agradecemos pelo dia, e sequer trocamos uma palavra a mesa.

Assim que todos haviam terminado, meu pai limpou a garganta antes de começar o seu discurso.

"Hoje, nossa família perdeu um membro," ele começou, sem colocar os olhos sobre mim, "Mesmo que o seu corpo ainda continue de pé, para nós, você está morto, Zayn." Ele disse e minha mãe soluçou do outro lado da sala de jantar, "Suma dessa casa agora, e quando saír, esqueça-se de ter nascido nessa família" Ele grunhiu e seus olhos pousaram sobre mim, fazendo com que eu apenas assentisse minimamente e enxugasse os olhos antes de me levantar e dar um breve olhar a todos da mesa, depois me retirando em silêncio e me dirigindo até o quarto para juntar o pouco que me pertencia e cumprir as ordens do meu pai.

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(Zayn)

DECEMBER 24, 2014. BRADFORD, THE COFFEE STORE.

Eu encarava o pequeno copo de plástico transparente quase vázio, apenas com uma fina camada de café morno em seu fundo, - morno pelo tempo que permanecera intocado por mim encima da mesa - as palavras lançadas pelo meu pai não me abandonaram nem por um segundo, ecoando na minha cabeça desde o momento em que ele as jogou sobre mim na noite anterior.

Eu podia sentir como se ainda estivesse acontecendo. O objeto de couro cortando a minha pele cada ricocheteada que atingia meu corpo, enquanto meu pai gritava comigo, pedindo que Allah pusesse fim a isso levando a minha alma.
E era o que eu queria a cada vez que suas mãos ou o objeto de couro entrava em contato com a minha pele, cada marca em meu corpo me fazia querer mais que Allah o fizesse.

A pele ainda queimava quando vez ou outra, o tecido da roupa que eu usava se ajustava demais ao meu corpo. As cenas da noite anterior indo e vindo como ondas enormes, como se fossem me arrastar para o fundo do oceano mais profundo e escuro.

xx

Eu estava suficientemente destraído com os meus pensamentos e o olhar fixo no copo de café, para que eu pudesse notar Louis se aproximar e sentar-se ao meu lado. Só o notei de fato quando ele roubou o meu copo de café e suspirou pesadamente antes de dar um longo gole na bebida que provavelmente estaria fria, fazendo-o fechar os olhos em uma careta que se não fosse estranha, eu poderia nomear como 'adorávelmente adorável'.

"Uh, que droga é essa?" Ele indagou me olhando.

"Expresso" Respondi sem desviar o olhar do lugar onde o copo estava antes de Louis o roubar.

"Porra, isso tá uma droga, cara!" Ele grunhiu colocando a língua parcialmente pra fora, parecendo querer se livrar do sabor amargo que o café frio deixara em sua boca.

"É, eu sei..." Eu disse sem ânimo.

Louis me olhou sério por alguns segundos, antes de bater em meus ombros e sorrir docemente, como ele sempre faz quando quer saber o que há de errado.

"Está tudo bem, Z?" Ele indagou me olhando.

"Yeah...tudo certo." Respondi sorrindo falsamente, e ele sorriu de volta. A diferença é que seu sorriso foi sincero, absurdamente oposto ao meu.

"Certo, então. Agora me diz porque me acordou ás 9h da manhã?"

"Juro que foi por um motivo bom. Você vai gostar de saber que eu finalmente me decidi sobre a vaga de Artes Plásticas na UTAL." Murmurei calmo.

Louis arregalou os olhos passando a mão sobre a mesa.

"Então diz logo, droga" ele grunhiu me fazendo rir um pouco.

"Eu vou cara. Só preciso arranjar um lugar pra ficar." Eu suspirei revirando os olhos e Louis sorriu abertamente.

"Qual é, Zayn?" Ele cerrou os olhos em desentendimento, "Você sabe... Eu vou fazer música... e vou pra UTAL... você pode... Uh.. Passar um tempo comigo no meu apartamento." Louis disse meio que em tom de questionamento.

"E-eu não. Claro que não." Protestei inseguro, "Não quero ficar no meio..."

"Ah, cala essa boca... Vamos lá... Eu vou pra Londres daqui á dois dias e você vem comigo..." Louis disse autoritário. "Ficar no meio..." ele imitou rindo.

"Sim, senhor." Ironizei revirando os olhos. "Só não me largue na rua durante o caminho"

"Querido... vou te levar porque sem você, não vou ter 'diversão' quando estivermos carentes" Louis riu fazendo aspas no ar enquanto dizia a palavra diversão.

Suspirei pesadamente, olhando Louis sorrir docemente, como ele sempre faz, apesar de ser não mais doce do que limão.

E as coisas estão bem, vai dar tudo certo. Eu queria tanto que fosse assim.

xx

Primeiramente: Oulá.
Segundamente: All stay okay with you, bitches?
Terceiramente (ãn?): Eu queria explicar para alguns @ que, a H.I é sim de minha autoria, só que... postada em outra conta que a silly aqui havia abandonado. But esses dias uma tal de @TooBraveLeeyum me contou que a fic tinha crescido. Eu vi os comments, os quase cinquenta votos e as quase setessentas leituras e fiquei muito cry.
Eu sei que seria putaria não continuar a H.I, então repostei :)
Quem tinha lido na @hermitwo, vai notar que eu meio que reescrevi e melhorei a história... but is only this.

Desculpem o texto '-'
E até a próxima att .-.

All the love, Juhsxx.

hardly illusion ▶ zarryOnde histórias criam vida. Descubra agora