Capítulo 19: Cosméticos e perfumes franceses

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Gojo estava impaciente, realmente impaciente. Ora não parava de falar por nada, ora não parava de cutucar os outros. Viagens não aéreas não eram para ele, o platinado ficar mais de vinte minutos sem algum estímulo significava o inferno na Terra para suas companhias.

— Será que a gente já chegou? — ele estava deitado de cabeça para baixo no sofá do primeiro andar do subsolo do iate, com suas pernas desleixadamente abertas no encosto da mobília.

— Gojo, por Deus! Você tá parecendo o burro de "Shrek"! — Utahime estava com sua paciência abaixo de 0.

Shoko riu e desviou a atenção para o amigo, roubou o óculos do mesmo antes de dizer:

— E o Suguru é o Shrek, fica respondendo toda hora.

O homem citado fez careta, mas não disse nada sobre a fala da amiga ao contrário de Jade.

— Ei! Isso me faz a Fiona? — levantou a cabeça, mas seguiu com ela apoiada no braço do moreno.

— A Fiona humana é bonita — Utahime sorriu, mas a amiga não desfez o beicinho que tomava conta de seus lábios.

— E quem disse que ela é a Fiona humana? — Gojo sentiu um tapa de força moderada em sua cabeça, o qual fora depositado por Getou, o homem finalmente havia perdido a paciência.

Antes de mais nada, o iate parou de se mover, fazendo Satoru deslizar até o chão e se levantar em um pulo arrumando sua camisa amassada, roubou seus óculos de volta e subiu as escadas para averiguar a situação de onde se encontravam.

O silêncio que se instaurou no lugar massageou o cérebro dos demais, poderiam simplesmente fechar os olhos e dormir tudo o que não tinham dormido durante a noite já que o platinado acordou todos às cinco da manhã quando derrubou um copo cheio de achocolatado, o qual fazia parte de seu "lanche da madrugada", em suas próprias palavras.

Esse teste drive do paraíso encerrou-se quando passos barulhentos desceram as escadas, um platinado sorridente e ofegante parou na frente de todos e posicionou as mãos nos quadris.

— E então? — Shoko levantou as sobrancelhas.

— Chegamos? — Utahime traduziu a pergunta da amiga para o dialeto direto, o qual Gojo entendia na hora.

Oui.

Saíram então do iate assim que ele estava no cais francês e pegaram um táxi até a capital do país. Jade não se importou com o Gojo tagarela que tinha ao seu lado ou o calor que sentia, seus olhos estavam focados na paisagem esplêndida que podia ser vista do outro lado da janela. A mulher já esteve em Paris algumas vezes, mas nunca esteve de verdade, prestando atenção nos cafés lotados de pessoas comendo seu croassaint amanteigados e tomando seus cafés preferidos. No ponto de táxi que desceram, um homem levava consigo um carrinho de mão com várias flores juntas, ele vendia um conjunto, que não chegava a ser um buquê, de girassóis para um senhorzinho. Talvez o homem de idade estaria planejando um surpresa para sua esposa, ou estava tentando deixar sua casa mais bonita.

Getou se aproximou da morena, encostando seu nariz no cabelo da mesma e beijando o local. A Zenin sorriu.

— Não sabia que ia fazer tanto calor — ela reclamou. Céus, estava cada vez mais parecida com Gojo.

— Espero que tenha trago roupas frescas na sua mala, parece que a umidade do ar não vai nos ajudar.

Ela fechou os olhos fazendo uma careta para representar seu sofrimento, o que fez Suguru rir e empurrá-la de leve quando todos começaram a andar. A primeira parada seria um restaurante, o horário de almoço fora horas atrás, mas o espaguete queimado de Satoru não saciara a fome de ninguém.

𝐀𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora