𝗃𝖺𝖼𝗈𝖻 𝖻𝗅𝖺𝖼𝗄 𝗑 𝗈𝖼
𝗙𝗔𝗜𝗧𝗛 𝗔𝗦𝗣𝗜𝗥𝗔𝗩𝗔 à independência. Cansada de se resumir a uma cidade pequena e perseguir um garoto apaixonado pela sua irmã mais velha, ela decide escolher o amor próprio e fugir de Forks na primeira oportuni...
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ULTIMAMENTE, Faith Swan odiava Forks.
Odiava o clima chuvoso e frio que penetrava nela até o último fio de cabelo. Odiava os habitantes e suas manias estúpidas de cidade pequena. Odiava a convivência em sua casa, na qual a irmã, com quem não mais conversava, parecia cada vez mais perto do fundo do poço após o término do namoro. De tempos em tempos, Faith sentia-se como uma intrusa.
Ela franziu o cenho, sentia-se amarga.
Viveu na cidade grande parte de sua vida, tirando os verões que passava com a mãe. Sua relação com o pai era saudável, e o clima frio não era tão insuportável. Ela não deveria odiar tanto o lugar. Mas, ultimamente, Faith queria algo além do que os pequenos arredores lhe podiam proporcionar.
No começo do ano passado, sua irmã voltou para Forks, e era maravilhoso tê-la em casa. Elas estavam mais próximas do que nunca e todas as noites regadas ao chocolate quente que passavam fofocando sobre garotos eram como uma terapia. Afinal, foram criadas separadoras depois de um divórcio conturbado. Bella ficara com sua mãe, e Faith com seu pai. Talvez por isso, pela falta de uma figura feminina constante em sua vida, a mais nova tivesse aquela postura atrevida e descontraída que lhe era característica.
Ela e a irmã eram completos opostos. Bella era uma garota passiva, atrapalhada e romântica demais para seu próprio bem. Faith, por outro lado, era brava como um cão e teimosa como o inferno. Falava o que vinha na cabeça e tinha um jeito de moleque do qual não conseguia, ou mesmo queria, se livrar. Seu perfil espalhafatoso era conhecido na cidade, e Charlie já estava cansado de escutar que a filha não era flor que se cheire.
Depois que o namoro de Bella com Edward terminou, as coisas ficaram feias para Faith também. Sua preocupação com a saúde mental de Isabella lhe tirava o sono. E, embora não entendesse como um término podia durar tanto, a empatia dela e do pai prevaleciam. Consultas psicológicas, noites em claro, dezenas de pesquisas no Google e na velha biblioteca da cidade em busca de algum tratamento inovador. Nada parecia animá-la.
Nada, exceto um certo garoto de pele bronzeada e cheiro amadeirado.
Naquela noite, Bella e Jacob haviam saído para ir ao cinema. Em troca de vinte dólares, seu pai pediu que a mais nova seguisse os dois, afinal, ninguém suportaria outra desilusão amorosa da irmã. Ela entendia que ele estava preocupado, porém, naquele papel de espiã, Faith sentia-se, no mínimo, ridícula.
O filme era de péssimo gosto, mas combinava com a atual personalidade aventureira e em busca de adrenalina da irmã. Durante toda a sessão, assistia ao fundo enquanto o clima tenso parecia se desenrolar na frente de seus olhos.
Um suspiro frustrado escapou de seus lábios.
Faith estava imersa em meio a um dilema existencial. De todas as pessoas do mundo, não entendia como Jacob, logo o seu Jacob tinha de ser aquele que acalmava o vazio de Bella. Ela gostava dele, embora ele a visse apenas como uma irmã mais nova. Foram criados juntos. Seus pais eram amigos e ela jamais admitiu a ninguém que tinha uma paixonite pelo garoto desde que se entende por gente. Mas estava lá, e crescia mais forte a cada dia.
