Me Lembrar

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Ooooi Gente :D

 

É a primeira coisa que escrevo aqui no Wattpad e espero realmente que vocês gostem!



Beijos da Anna ;)



Sexto mês de intercambio e se não fosse à saudade de quem eu amo juro que ficava em Amsterdã para sempre, foi paixão a primeira vista. Devia ser proibida tanta beleza em uma só cidade. Mesmo depois de conhecer Paris, São Petersburgo, Londres, Lisboa e Roma foi por essa primorosa cidade que me apaixonei.

                   Hoje, 18 de abril estou no fim da primeira semana em Amsterdã e com tudo pronto para dizer "hey" aos meus 21 anos em Maastricht. Uma cidadezinha a 178 km daqui pela qual anseio conhecer dês do dia que deixei o Brasil.

                   Estou a caminho da estação de trem, optei por ir a pé para aproveitar a primavera que abraça essa cidade com tanto amor deixando tudo ainda mais belo. Comigo levo apenas uma bagagem de mão e a bolsa afinal nunca fiz a linha daquelas garotas que carregam o guarda roupa pra onde quer que vá. Gosto da praticidade.

                   Chego à estação desintencionalmente corada, mesmo não estando no inverno às temperaturas aqui são baixas para as quais estou habituada. Sento-me no primeiro banco que avisto e olho o relógio de pulso. São 9 horas aqui 4 horas da madrugada no Brasil e com desgosto aceito que vou poder ligar para minha mãe só quando chegar a Maastricht. Espero que não receba nenhum puxão de orelha por telefone. Ninguém merece. Como pude esquecer-me de avisar que pretendia passar essa semana em outra cidade!?

                   Foi muito difícil convencer meus pais de me deixarem fazer esse intercâmbio sozinha e prometi de pés juntos a eles que aonde quer que eu fosse iria avisa-los com horas de antecedência, que ligaria todos os dias, que não beberia, não dirigiria e muito menos  beijaria alguém, entre outras inúmeras  regras que meus amigos julgaram absurdas mas que nem me importei de acata-las desde que tivesse como recompensa tudo que mais sonho antes mesmo dos meus 15 anos.

                   Como o trem parte só as 10:30 pego meu livro em uma versão magnífica de Orgulho e preconceito, meu  iPod e vou direto pra a playlist do boyce avenue. Gosto de uma trilha sonora quando estou lendo e mais uma vez, sem fugir do habitual, sou arrebatada desse mundo.

                   Termino o livro e são exatas 10 horas. Ótimo, ainda vai dar tempo de comprar um expresso. Saio da Starbucks e fico próxima aos trilhos aguardando a chegada do trem, já que por aqui atrasos são raros não gosto nem de cogitar a ideia de perder o horário. Planejei esse intercambio minuciosamente e decidi visitar Maastricht por último queria que essa experiência fechasse com chave de ouro tudo que vivi e aprendi nesses 6 meses de viagem.

                   O trem chega. Sem demora entro no 5º vagão e saio à procura do acento indicado na passagem, B11. Ansiedade e euforia emanam do meu corpo, se minha mãe estivesse aqui sem dúvida falaria "Que isso menina? Parece que nunca viajou antes." Mas fazer o que? Eu sou assim, ligada nos 220.

                   Ao entrar no vagão me deparado com um homem alto, com músculos sexymente salientes, de olhos castanho extremamente sexy e com uma barba rala que casa perfeitamente com seu queixo furadinho, em resumo ele se encaixaria facilmente na classe de deuses gregos de calça. Uau!

                   Mas ei! Eu conheço esse deus grego. Adam Vieira. Meu vizinho que foi embora do Brasil por motivos que nem mesmo a família quis comentar a uns 4 anos.  Automaticamente lembro-me da minha adolescência e da paixonite que tive por ele durante anos. Eu e metade das garotas do bairro. Essa lembrança me faz recordar de algo frustrante: Verão de 2010 estava na praça do bairro contando os segundos para Adam chegar, havíamos combinado no dia anterior de nos encontrarmos porque tinha algo muito importante para lhe dizer. Finalmente tinha criado coragem de contar que estava apaixonada por ele, mas tudo isso foi recebido como uma piada por Adam e foi nesse dia que meu coração foi partido pela primeira vez.  Espanto esse pensamento para longe afinal aquela garota que acreditava que amar e ser amada era acessível a todos já não existe faz muito tempo.

Conto I - Me lembrarOnde histórias criam vida. Descubra agora