A Escolhida

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Já era seu vigésimo dia naquele palácio. Graças aos deuses, seu tormento estava prestes a acabar. Até o momento, considerou que fez um belo trabalho não se aproximando de Sasuke mais que o necessário, apesar de ele frequentemente insistir nisso levando-a em passeios pelo palácio. Tinha que confessar que suas opiniões sobre Sasuke estavam erradas e acabou até se acostumando a ficar sem sua presença. Porém, todos os dias, os quatro almoçavam e jantavam juntos, mas Sakura sempre dava uma desculpa para pular ao menos uma das refeições. Dividir o mesmo ambiente que Karin era torturante, mas ao menos ela tinha a companhia de sua amiga Ino quando não estavam com o príncipe. Pelo que sabia, Sasuke havia feito um bom progresso com a loira, tanto que a amiga lhe confessou que ele a havia beijado debaixo de uma árvore enquanto caminhavam juntos. Sakura ficou feliz pela amiga, pelo menos ela tinha certeza que Sasuke tem um bom gosto para mulheres.

Já Karin, por outro lado, não parecia muito contente em compartilhar a atenção do príncipe com as outras garotas. Ela vivia pendurada no pescoço do rapaz e até o seguia por todos os lugares quando tinha tempo livre. Sempre que podia, Karin atrapalhava Ino e chegou a trancar Sakura em seu quarto para que ela não saísse ao encontro de Sasuke. Como Sakura gostava de ficar sozinha, acabou não reclamando sobre o episódio. A ruiva vivia arrumando confusão, e é exatamente por isso que Sakura e Ino não a suportavam. Sempre que a rosada via Karin e Sasuke juntos, não podia evitar de sentir pena do príncipe em ter que aturar uma mulher como aquela.

No dia anterior, depois que Sakura e o príncipe conversaram por um breve momento, Karin teve uma crise de ciúmes e acabou trancando novamente a garota em seu quarto. Como ela fazia isso? Por influência de sua casa. Karin era de uma família influente e respeitada e, com isso, era fácil fazer com que os criados do palácio a obedecessem, trancando Sakura em seu quarto e entregando a chave para ela. Depois, ela simplesmente dava a desculpa de que Sakura queria ficar sozinha, justificando seu sumiço para o príncipe.

Já haviam se passado doze horas, e Ino estranhou o desaparecimento da amiga, mas já imaginava o que poderia ter acontecido. Por sorte, Karin não era muito inteligente, deixando seu quarto totalmente aberto para que qualquer um entrasse. Ino aproveitou-se dessa brecha e facilmente pegou as chaves do aposento da amiga, saindo correndo para soltá-la.

— Ei, Sakura, sou eu! — Ela bateu na porta. — Vou te tirar daí. — Ino pegou as chaves e entrou no quarto da rosada, encontrando-a deitada em sua cama, completamente desleixada. Sakura estava dormindo.

— Sakura, acorde! — A loira a cutucou. — Vá se arrumar, você precisa comer!

Sakura abriu os olhos lentamente.

— Ino? Como entrou aqui? — Ela esfregou os olhos e bocejou logo em seguida.

— Ora, peguei as chaves daquela imbecil. Você tem que contar ao Sasuke o que ela fez, não pode deixar isso passar!

— Não quero arranjar problemas, Ino. Isso só seria pior para a imagem da minha família... Você sabe do que Karin é capaz. De qualquer forma, já estamos quase indo embora.

Ino suspirou. Dificilmente convenceria a amiga a tomar alguma atitude em relação àquela ruiva metida.

Sakura levantou-se um pouco cambaleante pela falta de energia em seu corpo. A loira ofereceu ajuda, mas ela garantiu que estava tudo bem. Ino ficou esperando enquanto a outra trocava de roupa e penteava os cabelos. As duas usavam um chiton branco, que era uma túnica de linho com um cinto dourado na cintura que valorizava as curvas femininas de ambas. Sakura não se deu ao trabalho de passar maquiagem, estava faminta demais para isso.

Logo que as duas saíram do quarto, um vento quente atingiu o rosto da rosada. O sol daquele dia estava extremamente forte e ela se perguntou por qual motivo Fugaku deixava o sol torrar as pessoas. Ele provavelmente deve gostar de torturar o povo com esse calor infernal. Andaram em direção ao salão de refeição no palácio do príncipe. Nesse dia, ela teria que abrir uma exceção e compartilhar da refeição com Karin novamente ou acabaria morrendo de fome.

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