— Acho que vamos ter um filho.
A voz vinda do banheiro do casal paralisou Son Heung Min ao entrar em seu quarto compartilhado. Ele não esperava isso quando chegou em casa e não encontrou sua namorada onde ela geralmente o cumprimentava ao retornar de cada partida — seja em Londres ou não. Talvez ela estivesse com as amigas ou com o pai em algum lugar em Wood Green, ele pensou em primeiro momento. Mas nada no mundo o preparou para isso — nem mesmo o seu treinamento no exército sul-coreano.
Sua casa e sua Daisy pareciam diferentes, quase irreais.— Sonny? — chamou Daisy Gaiman, ao lado do namorado de dois anos e meio. Se para ele tudo estava mudando de uma hora pra outra, para ela as coisas estavam mudando há dias.
Seu corpo não parecia mais como era e ela sabia disso, mas não queria dar ouvidos a uma possível ideia, quase uma fantasia, de um bebê fictício e ainda mais em tão terna idade.
Entretanto essa última semana foi a pior e Daisy não conseguia mais mentir para sua mãe toda vez que ela vinha a visitar e fazer companhia na ausência de Heung Min.
Amélia Gaiman já havia gestado quatro vezes na vida e reconhecia uma grávida só de olhar, e sua filha era uma delas.— Você…você está grávida? — falou Heung Min, ainda hesitante. O jogador do Tottenham gesticulou, ainda trêmulo, entre seus corpos — Nós? Um bebê?
— Eu não sei, Sonny — suspirou Daisy. Pela primeira vez, ela não conseguia encarar seu namorado. Ela o amava e sabia que ele sentia o mesmo, mas aquilo era uma zona diferente do relacionamento e da vida deles — Acabei de fazer os testes.
Heung Min queria dizer algo. Ele queria dizer muitas coisas, porém sua cabeça já não estava mais presente naquele cômodo. Ele só pensava num bebê, não importava o sexo, com traços suavemente asiáticos e quem sabe com os olhos claros como os de Daisy, se não for pedir muito. Ele amava os olhos azuis da namorada.
❝São como o céu em uma dia ensolarado❞, disse ele uma vez.
— Seus pais vão me odiar! — lamentou Daisy, tirando Heung Min de sua bolha de adoração ao possível bebê.
— O quê? — ele lhe lançou um olhar de pura perplexidade. — Daisy, meus pais te amam!
— Sonny, nós vamos ter um bebê antes do casamento! — sussurrou ela, em pura aflição e nervosismo. — Eles esperavam um pedido de casamento e vão receber um bebê! Um bebê, Sonny!
A visão que Daisy tinha da família do namorado era de uma tradicional família coreana e que esperavam que um dia seu filho pedisse sua namorada em casamento e logo lhes dariam netos, e não ao contrário como eles estavam fazendo.
— Ei, fica calma. — disse Heung Min. — Daisy, nós nem sabemos se vamos mesmo ser pais. E se for um alarme falso?
Por mais que doesse, ele tinha que levantar essa hipótese.
— E se não for, Sonny? — rebateu Daisy, o encarando pela primeira vez. — E se aqueles testes no banheiro derem positivo? O que vamos fazer? O que vamos dizer?
— Vamos ficar juntos — esclareceu Heung Min, entrelaçando seus dedos nos dela. — Vamos criar nosso bebê e fodasse o que vão pensar. Você e eu contra o mundo. Lembra?
— Lembro, bobão. — e Daisy sorriu pela primeira vez naquela noite.
Era uma piada entre eles. Quando Heung Min conheceu Daisy, ele sabia no que estava se metendo ao chamar a garota inglesa para sair, ele sabia que as pessoas iriam falar — ingleses e coreanos. E ele não ligou.
Quando ficaram mais sérios, ele a levou para conhecer o seu país e um pouco de sua cultura. Foi complicado no início, afinal ele era uma estrela em sua terra natal e Daisy era uma estrangeira, e mal falava um pingo da língua coreana. Foi difícil, beirando a crueldade em algumas vezes, mas eles tiram de letra e naquele dia em diante prometeram seres eles contra o mundo.— Eu sei que você queria fazer as coisas do jeito certo, mas vai dar tudo certo. — garantiu Heung Min. Ele a puxou para lhe abrigar num abraço seguro e beijou seus cabelos escuros. — Eu estou aqui e temos nossos amigos, seus pais e até os seus irmãos. Não estamos sozinhos.
— Eu sei, mas ainda é assustador, Sonny.
— Eu sei, amor. Eu sei.
O mundo era assustador algumas vezes e ele sabia disso. Heung Min tinha muitos medos, alguns ele perdeu com o tempo, porém ainda havia aqueles que o mantinha acordado a noite e naquele momento, saber que sua preciosa Daisy se afogava em seu próprio temor bem diante dos seus olhos e ainda bem segura em seus braços era desolador.
— Amor, — começou Heung Min — os testes…eles estão prontos?
— Acho que sim.
— Você quer ir checar ou eu vou?
Daisy ponderou e disse:
— Acho que é sua vez de fazer grandes descobertas, Capitão.
Com muito cuidado, ele se desvencilhou da namorada e com passos curtos adentrou o banheiro espaçoso e viu, na pia dupla, os três palitos que definiram o futuro de sua vida.
Duas linhas. Heung Min tinha sobrinhos o suficiente para saber que isso significava.— Puta merda! — murmurou Heung Min.
— Min? — chamou Daisy, já deitada na cama do casal. — Vamos ter um bebê ou não?
Heung Min sorriu e proclamou, já na porta do banheiro e com os olhos na garota deitada sob as cobertas:
— É, vamos ter um bebê.
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Oie!
Olha quem voltou e com quem kkkk
Boa leitura e espero que gostem
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𝟑 𝐌𝐢𝐧 | 𝐒𝐨𝐧 𝐇𝐞𝐮𝐧𝐠 𝐌𝐢𝐧
Fanfiction3 Min | ❝Acho que vamos ter um bebê❞ A vida é cheia de surpresas, mas ninguém estava preparado aquela conversa durante aquele três minutos que mudaria tudo ⤨plot original ⤨son heung min x oc - 2022 ⤨ plágio é crime