Das sombras a luz

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Alba viverá em um convento a maior parte da sua infância, e foi educada para fazer parte das altas rodas de conversa da nobreza latina. Afinal não era para menos, sendo filha de Godfrey de Ibelin um dos mais importantes tutores do atual rei Balduíno IV da casa de Anjou. Era lhe necessário que tivesse uma educação primordial, para fazer jus ao dote em dinheiro que carregava. Mesmo querendo dar o melhor futuro possível para sua filha, godfrey a protegia de todos os pretendentes ( que não eram poucos ) que ousasse se aproximar dela sem sua permissão, não era muito presente na vida de sua filha mas sempre tentava ao máximo vir todos os meses pelomenos duas vezes fazer uma pequena surpresa e lhe trazer algum presente. Após algum tempo na tutela de seu pai, ele já não podia dar tanta atenção porque as cruzadas e o jovem rei necessitava de sua presença frequentemente na corte. O Barão não podia e nem queria deixar a filha sozinha então a levou até uma aia que foi encarregada de administrar uma de suas propiedades na França, é criar a menina por ele como se fosse uma mãe. Alba mesmo recebendo todas as regalias não considerava-se gananciosa, preferia o simples e o delicado sempre com uma pitada de aventura. Ela apesar de muito dócil tinha um gênio forte e brincalhão. Não gostava de levar nada muito a sério. certa vez ela falou:

" Acredito que nossa vida está recheada de aventuras que só se são vividas, quando se realmente pode enxergar um lado além do sério e assim consegue-se conhecer a virtude da diversão "

Está e a história de Alba,a pequena filha secreta do barão godfrey de Ibelin!
A vida secreta desta doce menina, aqui está escrita e esperando para ser descoberta.

Em uma pequena casa nas ruas da França... Corria no meio da rua uma bela jovem de cabelos dourados e olhos azuis gelo.
- Senhorita...pare... Não consigo acompanhá-la! - Exclamou uma criada que a acompanhava pela feira.
Havia muitas pessoas e tendas erguidas pelas calçadas que tinham de tudo um pouco. Rendas, tecidos, joias ,ingredientes,temperos, perfumes e frutas...enfim muitas coisas!
- Hora!- A jovem virou-se sorrindo.- Georgina, não saio a dias de casa...vamos não seja tão rígida comigo!
- Se continuar neste ritmo terá que me arrastar por que não aguento más!!! E a feira está muito movimentada. Venha já aqui mocinha! - exclamou Georgina, batendo o pé no chão com um olhar furioso.
- Há é!!! Eu irei até você... se conseguir me pegar primeiro! - Disse a garota com uma expressão divertida no rosto, antes que a pobre mulher pudesse dar sua opinião sobre aquilo, Alba já estava se misturando a multidão.
- Alba!!! Volte já aqui...que garota teimosa. - Georgina saiu correndo atrás de Alba até perder ela de vista.
Ela parou no meio do comércio sem saber para onde iria, quando alguém a atacou pelas costas.
- Surpresa! Peguei você, agora terá que me acompanhar por toda a feira... Como combinamos em casa. - Alba dava altas gargalhadas enquanto Georgina estava com uma expressão totalmente detestável!
- Não podemos demorar muito para voltar...
- Não,não! Eu quero ficar e aproveitar um pouco... não há nada que me tire o privilégio de passear e visitar minhas amigas! - Alba cruzou os braços em um gesto infantil.
- Esqueceu-se? Tenho um bom motivo que a fará dar meia volta!
- Há é? Duvido muito!
- Seu pai mandou um mensageiro,há alguns dias atrás, ele disse que chegaria para visitá-la e pelas minhas contas... Ele deve estar chegando! - Disse a criada olhando para o chão com uma expressão duvidosa.
- Ele quase nunca vem me ver, está sempre ocupado de mais...nem me lembro da última vez que me deu um abraço! Não sou tola sei que ele não vira.
Ela mal terminou de falar, quando percebeu que sua companheira estava olhando para algo ou alguém que estava atrás dela, Alba virou se rapidamente e seu olhar foi de irônico para espantoso. Era o Barão que estava olhando fixamente para ela de longe. A garota ainda não acreditava que ele estava ali, parado em sua frente.
- Pá... Papai! - Sussurou ela, ao vê-lo se misturar a multidão. Georgina a puxou pelo braço de volta para casa.
- Está vendo só, eu te falei que ele iria vir! - resmungou Georgina. - Ainda serei demitida.
- Ora! Não exagere, foi só uma uma escapadinha... - as duas chegaram em frente a entrada da casa. - Ele vai perdoar.
As duas entraram em casa, seu pai já a esperava. Ela entrou na sala e o Barão estava aguardando a chegada das duas enquanto apreciava um jarro completo de lavandas que perfumava toda a sala, parado de pé próximo a mesa godfrey virou-se ao ouvir os passos das duas. Ele ficou em silêncio por alguns instantes. Georgina fez uma breve reverência em sinal de respeito.
- Milord. - Ela tremeu quando ele a encarou de forma séria.
- Georgina! Antes que começe a se desculpar, por estarem andando sem uma escolta de segurança pelas ruas, quero que saiba... - Ele fez uma breve pausa enquanto olhava para a filha. - Sei que provavelmente quem deu está ideia foi minha adorada filha... Então não se preocupe, porque não vou descontar nada da senhorita.
Alba e Georgina se olharam ambas ainda de cabeça baixa.
- Só não posso dizer o mesmo de Alba. - Enfatizou ele, em tom irônico, enquanto cruzava os braços tentando manter-se sério.
- O quê??? - Exclamou Alba encarando com surpresa e ao mesmo tempo revoltada com as palavras de seu pai.
- Eu estou brincando! - Godfrey começou a rir. - Está dispensada por hoje Georgina. Pode ir!
Ele viu as duas se abraçarem e uma se despedir da outra. Quando a acompanhante dela saiu a menina ficou em silêncio, Ibelin deu alguns passos a frente.
- Você cresceu! E a cada dia que passa, você fica mais parecida com sua mãe. - O Barão não era o tipo de homem a quem deixava sentimentos virem a tona, era sensato e sempre foi muito reservado com ela. - Alba, eu faço o que faço para seu bem! - Ele sorriu enquanto abria seus braços discretamente. - Venha cá, dê-me um abraço...
Ela não exitou em correr para os braços de seu pai, afinal de contas não era todo dia que ela tinha a oportunidade de abraçar godfrey. Sempre que a visitava trazia lhe presentes, eram raras as vezes em que elas pedia algo o Barão sempre trazia por conta própria.
Os dois sentaram em um divã no canto da sala e o Barão pegou um caixinha que estava em cima da mesa.
- isso e para você, minha querida! - A ternura que os olhos dele transmitiam era más que bastante para satisfazer a saudade dela, más para ele era uma forma de recompensar o tempo perdido.
- Papai, sabes muito bem que não há presentes que consigam substituir o carinho que me concede, o amor não tem preço! Muito menos pode ser substituído por joias ou dinheiro, a única coisa que queria era passar mas tempo contigo. - Alba sorriu ao abrir a caixinha.
- Eu sei, e não discordo más entenda que tenho muito trabalho, e não podes esquecer que estamos em tempos de guerra.- Disse ele em um tom sério.
- Uma pulseira de cristal? - Perguntou se ela ao ver aquele lindo objeto. Que cintilava como os seus olhos.
- Esse presente e especial! Essa pulseira foi confeccionada especialmente para você, veja em um dos cristais está o emblema de nossa família. E a cor deles escolhi pessoalmente para que combinasse com seus olhos... - Ele colocou-a no pulso de Alba.
- Não deveria se preocupar em me dar presentes caros papai! - Assim que Alba o encarou profundamente nos olhos, viu seu pai congelar em frente a ela como se algo lhe tivesse distraido dos pensamentos.
- Amice... Amice... - Sussurou com desespero. Como se não conseguisse desviar os seus olhos dos da filha.
Amice era a mãe de Alba, na verdade era esposa que Ibelin sequestrou da casa dos pais e a levou para a França. Por anos ele a amou loucamente, mas um dia de repente a perdeu sem poder lhe dar um último beijo.
- Papai! - A garota continuou olhando confusa. - Por que, está chamando pela minha mãe?
- Sinto muito a falta dela... Assim como imagino que você também sinta. - Ele suspirou.
- Sentimos muita a falta da mamãe... Mas acredito que ela não iria gostar muito... - Ela deu um sorriso carinhoso para ele. - Se nos visse tristes.
- Você tem razão!
- Hooo! Papai quero saber mais sobre o tal rei... Me conta mais sobre seu aluno.
- Ah minha querida! - Ele pareceu discordar amargamente. - Infelizmente hoje eu só passei para ver você rapidamente, tenho um compromisso que não pode esperar.
- Haaa... Mas o senhor prometeu! - Ela fez olhinhos irresistíveis de choro.
- Alba de Ibelin. - O Barão pegou suas coisas da mesa. - Não posso ficar desta vez meu docinho.
- Prometa que vai voltar logo papai...
- Eu prometo... - Ele beijou a mão de Alba.
Em seguida lhe deu um beijo em sua cabeça, pegou suas coisas assim que saiu antes de desaparecer na curva ascenou para a menina na porta. Assim que ela ascenou de volta, começou a sentir um aperto estranho no coração.
Mal sabia Alba, que aquela seria a última vez que veria seu pai. Dias após sua partida uma mensagem foi enviada a casa dela, para avisar que o Barão havia sido gravemente ferido em um confronto, para defender seu filho.
- Filho? - Perguntou Georgina ao pegar a carta das mãos da filha de Ibelin que seguia atónita.
- Papai tinha um filho. - Alba se sentou em uma cadeira porque não tinha mais forças para estar de pé. - Más, por que ele nunca me falou nada sobre isso?
- Acalme-se... Ele tinha os seus motivos Alba. - Georgina abraçou a garota que colocou as mãos no rosto começando a chorar.
Aquela notícia, acabou deixando tudo de pernas para o ar na França. Porque alba pensava que seu pai confiava nela para lhe contar coisas importantes

O Que Há Por Trás Da Máscara /ADAPTADO/Onde histórias criam vida. Descubra agora