Seus dedos correm graciosamente pelas teclas delicadas do piano, com uma respiração lenta, ela encontra a paz naquela pequena melodia que foi conduzida por seus próprios dedos.
Danielly sabia que precisava daquilo, a paz que a música trazia para ela, era como um calmante para sua mente. Seus pensamentos eram quase sempre preenchidos de afazeres e preocupações, mesmo tão nova, era difícil de se encontrar a paz em um mundo que todos esperam algo de você. Esperam a perfeição.
Com apenas doze anos, Danielly tem o peso de ser uma futura governante em suas costas. Espera-se muito de um monarca, principalmente se és uma mulher. Como futura rainha, Danielly tem o dever de provar que é capaz de ser o núcleo de uma nação. E por sua idade, tal coisa a sobrecarrega mais do que ela gostaria; apesar de manter a postura, Danielly admite para si mesma, que as vezes, precisa apenas de alguns segundos de paz.
Mas a paz, infelizmente, tem um tempo muito limitado.
Os passos calmos passam pelas grandes portas da sala de música, os dedos de Danielly param nas teclas do piano. Ela vira-se para que possa contemplar com clareza a imagem da sua mãe.
Ela se levanta e faz uma breve reverência a sua majestade.
- Mãe.
- Oh, minha pequena, não era a minha intenção atrapalhar-te.
Ela sorriu com gentileza e descansa suas mãos juntas em frente ao seu corpo.
- Não atrapalhou. - Ela afirma com um tom de voz doce.
Gislaine como rainha Ermandy, tinha o dever de cuidar para que a sua sucessora fosse perfeita quando assumir o trono, assim que Danielly se casar. Ela sabe que sua filha lida com responsabilidades demais para sua tão pouca idade, e isso a preocupa as vezes.
- Temos que ir, a carruagem já está a nossa espera, querida. - A rainha vira-se para a porta e faz um gesto para que a princesa a siga.
Danielly vai atrás de sua mãe sem contestar.
Antes de entrar na carruagem, ela observa o seu castelo com uma imensa satisfação, apesar de estar triste com essa viagem. Não a agrada o fato de sair de Ermandy, mesmo que por apenas alguns dias.
- Quanto tempo levará para chegarmos à Hecteres? - ela pergunta, tentando não transparecer sua insatisfação.
- No máximo cinco dias. - A princesa torce o nariz discretamente. A resposta de sua mãe não a agradou muito, principalmente por causa de um fato sobre a princesa: ela odeia barcos. Só em pensar nessa viajem de navio já a deixa enjoada.
O cocheiro da carruagem se aproxima, ele faz um longa reverência as damas a sua frente.
- Majestade; alteza. - Ele as cumprimenta.
- Octávio - a rainha fala, gentilmente.
Ele estende a mão para ajudar sua rainha a subir na carruagem, e faz o mesmo logo depois com a princesa.
Octávio dá partida, a guarda real encontra-se logo atrás deles. Os melhores cavalheiros, prontos para garantir a segurança das duas damas mais importantes de Ermandy.
Logo elas chegam ao porto, onde encontra-se o navio real. Aquele lugar não tinha o mais agradável dos aromas, no entanto, estava mais para odor corporal e peixe podre, algo que não satisfazia em nada o nariz delicado da princesa.
Ela segue sua mãe até o navio, e se acomoda em uma cabine bastante confortável, feita especialmente para vossa alteza. Com uma cama da melhor qualidade, um espaço considerável e um longo espelho para que pudesse adimirar-se.
Danielly, na maioria das vezes, era um pessoa modesta. Mas ela via o quão bonita era, chamava atenção por onde passava. Todos conseguiam ver que, quando ela crescesse, seria a mulher mais bela já vista por todo o seu reino.
A princesa deita-se na cama de barriga para cima e observa o teto de madeira. Ela fecha os olhos e tenta ignorar o balanço do mar. Adormecer se torna uma tarefa difícil, mas depois de um tempo, o sono consegue levar a princesa.
[...]
Dias depois.
Danielly acorda assustada mais uma vez, isso tem virado rotina enquanto ela está nesse navio.
A garota caminha até sua mala e tira de lá um livro, com uma aparência de novo, feito de melhor qualidade apenas para ela. Ela adora quele livro, que havia sido um presente de sua mãe, já tinha o lido várias vezes, e ainda assim, era o seu favorito.
Ela abre na primeira página, os dedos de Danielly tocam com delicadeza a frase escrita a mão por sua mãe.
Para minha princesa favorita, feliz aniversário, dany.
Ass: mamãe.Ela sorri. Começa a ler, mais uma vez, o livro que estás em suas mãos.
[...]
- Finalmente - a voz da rainha soa alto quando seus pés se acomodam em terra firme.
- Eu já não estava mais suportando este navio. - Danielly não consegue esconder seu sorriso.
- Eu também não, minha pequena. - Ela olha para a sua filha com ternura. - Bom, vamos, ainda tem mais algumas horas de carruagem até o castelo do rei Honório - Gislaine fala, sorrindo. - Você vai gostar muito deles. Honório sempre foi um grande amigo meu, assim como a falecida Gisele, que os deuses a tenham. - Ela entristece um pouco. - Além do príncipe Ruan, também tem a princesa Nayara da Hecteres. Acho que você se dará bem com ela, tens a mesma idade.
- Já ouvi falar dela, há rumores de que o rei a despreza por causa da morte da rainha.
Gislaine assusta-se ao ouvir aquilo e coloca a mão em seu peito.
- Isso não é verdade! Conheço Honório; apesar de amar muito Gisele, ele não culparia a filha por sua mulher morrem no parto dela. - Ela tinha plena certeza de suas palavras.
- Como eu disse: são rumores.
Danielly se afasta, encerrando a quela conversa sem fundamento e nem propósito, não valia o seu tempo.
A princesa levanta seu vestido e dá alguns passos em direção a carruagem. Ela percebe que a temperatura em Hecteres é um pouco mais baixa do que ela está acostumada. O sol não aparecia no céu apesar de estar de dia, apenas nuvens podiam ser vistas quando olhava para cima.
A viajem de carruagem foi um tanto estressante, mas depois de um longo caminho, elas finalmente chegam ao tão esperado castelo.
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Perdoem os erros.
Espero que gostem; talvez seja postado um amanhã também. Bjss.
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A Aliança Das Rainhas
RomanceNaiara é uma menina a ser considerada doce por muitos; entretanto, para aqueles que convivem com ela, é um grande desafio fazer dela uma perfeita princesa. Como filha do rei Honório de Hecteres, Nayara entende que liberdade não faz parte do seu dest...