capítulo 5

25 7 18
                                    

Ian Gravonski

Me chamo Ian Gravonski sou médico cirurgião,nasci e cresci na comunidade de Paraisópolis,vi muitos garotos da minha idade entrando na vida do tráfico,ao contrário deles sempre tive o sonho de me tornar um médico.............

Por esse motivo sempre me mantive distante desse mundo que todos os garotos da minha idade queria e sonhavam entrar.............

Fui para os Estados Unidos estudar medicina com uma bolsa totalmente paga que ganhei,ainda lembro que prestei uma prova concorrendo a bolsa de estudos............

Quando fiz a prova muitos falaram que não iria conseguir,pois como um pobre como eu teria condições de concorrer a uma vaga sendo que nunca fiz um curso,nunca estudei em escola particular,sempre em escolas públicas...............

Minha força de vontade em vencer me fez chegar onde cheguei,ganhei a bolsa e fui estudar fora do Brasil,agora que voltei tentei tirar minha mãe de Paraisópolis mas ela diz que aqui é seu lugar,confesso que eu também sinto que aqui é meu lugar..............

Vejo que muitas coisas mudaram por aqui desde quando fui embora,o baiano era um amigo de infância,jogávamos bola na rua enquanto o pai dele comandava tudo,minha mãe me contou que depois que o pai dele foi morto ele assumiu o lugar tornando tudo organizado e faturando muito mais que o pai dele,mas tem seis meses que meu amigo morreu em uma invasão da polícia,agora parece que está no comando a mulher dele,dizem que ela é linda parece uma princesa,tem pessoas que a chama de princesinha do tráfico,dizem que a mulher parece uma boneca mas sem coração pois é fria e calculista dez vezes pior que o baiano,mas que ajuda todos que precisam desde que seja morador do bem trabalhador pai e mãe de família,a comunidade em si cresceu muito depois do comando dela,a mulher parece uma máquina de fazer dinheiro e deixar tudo em ordem..............

Desde o dia que cheguei aqui afinal de contas estou morando com a minha mãe pois não quis a deixar sozinha a única coisa que fiz foi melhorar a casa onde ela mora dando mas conforto da maneira que ela merece,nunca vi a tal princesinha do tráfico ela liberou minha entrada pelo radinho dos moleques da contenção.....

A voz em si é meiga e doce nem parece de alguém que vive nessa vida,ninguém sabe muito dela e também nem quero saber afinal de contas a mulher é da vida toda errada,deve ser doce igual um coice de mula sem contar que deve ser fria igual um congelador jamais quero me aproximar dela,vou viver aqui com a minha mãe sendo o mais discreto possível pois não quero confusão com ninguém............

Minha mãe me convenceu a trabalhar meio período no postinho da comunidade já que não tem muitos médicos,falei com o neguinho que gostou da ideia e passou pra tal Lauren pelo que ouvi a conversa ela falou que se ele confia em mim por ela está tudo bem,mandou acertar meu salário e vou trabalhar por aqui,com esse dinheiro consigo manter minha clínica fora da comunidade e trabalho meio período em cada lugar......

Vejo que o tempo que passei fora muita coisa mudou aqui na comunidade a única certeza que tenho que algumas foram para melhor tirando o fato que o baiano morreu tudo melhorou,o neguinho é um velho amigo também vivíamos correndo pela comunidade jogando bola e agora ele é o braço direito da chefe,sinto falta da nossa infância,falta dos tempos que eles não tinham nenhum envolvimento no tráfico quem sabe se isso nunca houvesse acontecido o baiano estaria aqui......









A Dama e o Vagabundo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora