Para-brisa

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Rin estava muito perto, extremamente perto. Ele obviamente só estava olhando pro corte em sua bochecha, mas Isagi sentia que seu coração explodiria a qualquer momento.

A mistura de emoções veio muito rápido, era impossível identificar todas, exceto o medo de ter a cabeça aberta por um tijolo, o alívio por isso não ter acontecido e o susto em ter Rin tão próximo.

Isagi engoliu em seco e segurou as mãos de Rin que estavam em seu rosto, afastando-as, "Eu estou bem. Só me pegou de surpresa..."

Rin pareceu relaxar com a resposta, finalmente voltando a uma distância normal. As sobrancelhas continuavam franzidas à medida que puxava o celular do bolso e fazia uma ligação.

Ness estava curvado no chão, pressionando a própria barriga onde foi chutado. Ele parecia ligeiramente sem ar, mas ainda tinha forças pra cuspir olhando pra Isagi e xingar, "Sua puta! Só o Kaiser não basta, você ainda está procurando por outros pra vender esse seu rabo?"

Isagi deu dois passos em direção dele pronto pra fazê-lo engolir as palavras, já imaginando como esse filho da puta ficaria sem os dentes quando Rin o puxou pelo capuz do moletom, o trazendo pra trás dele e apontando a uma câmera de segurança.

"Sim, no estacionamento da faculdade."

Isagi olhou confuso, ele não ouviu o começo da ligação.

"Cabelo roxo, vestindo blusa, calça e boné pretos, alemão, branco."

"Você está ligando pra polícia?!" Ness tentava levantar com dificuldade, gritando, "Você não tem nada a ver com isso, cuide da sua própria vida, cuzão!"

Isagi ouviu Rin ser xingado e tentou passar por ele, não se importando com câmera nenhuma.

Rin o manteve atrás de si, segurando seu antebraço.

"Não tenho nada a ver com isso? Foi o meu carro que você acertou, seu imbecil."

Ness não pôde continuar fazendo escândalo, as pessoas que passavam em volta na hora já haviam chamado os seguranças do campus, que não demoraram a chegar.
Só quando Ness já estava bem longe Rin largou o braço de Isagi. Eles passaram uma hora explicando aos seguranças o que aconteceu e qual a relação entre causa e efeito, Rin ligou à companhia de seguros e o reitor foi informado, marcando uma reunião entre os três pro dia seguinte. Um dos seguranças pegou o número e informações de ambos, alertando-os pra não desligarem os celulares caso a polícia entre em contato.

Isagi ainda sentia que andava nas nuvens, a ficha de que sua vida realmente ficou por um fio só caindo agora. Ele puxou o braço de Rin sem usar muita força, falando olhando nos olhos dele. "Obrigado."

Era apenas uma única palavra, mas foi possível ouvir toda a gratidão que pesava nela.

Quando Isagi estava a caminho do carro, Rin viu alguém segurando algo estranho na mão, seguindo de uma certa distância. Inicialmente ele não ligou muito, achando ser alguém apenas passando pelo mesmo caminho, só percebendo que algo estava errado quando Isagi jogou a bebida que tomava no lixo e a pessoa atrás aumentou a velocidade, andando rápido em direção dele. Agora com os dois mais perto, Rin pôde ver o tijolo na mão do outro, não pensando antes de agir e saindo do carro querendo proteger Isagi.

Rin assentiu, não havia necessidade de mais palavras. Pegando o celular, procurou pelo número de Hiori e o ligou.

"E aí?"

"Você pode me emprestar seu carro?"

"Meu carro? Por quê?"

Rin olhou de relance a Isagi, "Jogaram um tijolo no meu para-brisa, já chamei o reboque."

7 semanas [rinsagi]Onde histórias criam vida. Descubra agora