Prólogo

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Soluçava baixinho, enquanto se encolhia na cama e abraçava seus próprios joelhos.

Estava grávido.

E o alfa que o engravidou não quis assumir a paternidade, simplesmente sumindo do mapa logo em seguida.

Seu pai havia ficado furioso consigo quando descobriu, tanto que quase o agrediu.

Sentia tanto medo... Angústia, receio. Não queria que seu filhote crescesse naquele ambiente tóxico.
Precisava sair dali de qualquer jeito e ir para bem longe, com seu filhote, que ainda era uma pequena sementinha em seu ventre.

O único que o dava forças para continuar era seu filhotinho, que amava tanto.
Não podia se dar ao luxo de desistir, precisava ser forte para conseguir sair daquela casa. Com isso enxugou suas lágrimas, e mesmo com os lábios trêmulos e o corpo todo dolorido, caminhou até a porta de seu quarto, tentando abrir a porta, mais não conseguindo ao constatar que estava trancada.

— Papai, por favor, me deixa sair... — Murmurou em um tom choroso.

O silêncio se fez por alguns minutos, inquietantes, mais logo uma voz o respondeu.

Não me chame de pai sua aberração! Você é uma vergonha! — Jeon Kwan respondeu frio e grosso, não sentindo nenhum remorso ao dizer tais palavras. — Ficará por um bom tempo dentro deste quarto, sem água e sem comida para aprender a lição.

— Papai, por favor... — Seu choro se tornou mais alto, a medida que tentava desesperadamente abrir a porta, sendo totalmente falho. — Não faz isso. Me perdoa, papai, por favor!

JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR DE PAI SEU ÔMEGA ASQUEROSO. EU NUNCA SEREI SEU PAI. DEVIA TER FEITO SUA MÃE TE ABORTAR QUANDO TIVE A OPORTUNIDADE. — Kwan usou sua voz de alfa, sequer se importando se iria ou não machucar Jungkook. — Eu tenho vergonha de ter um filho ômega, ainda mais um lúpus. — Ditou por fim, se afastando da porta do quarto, deixando o pequeno ômega chorando sozinho. Este que estava encolhido no chão, com as mãos nos ouvidos que sangravam.

Chorou, e chorou, por um bom tempo. Sentia dor, e uma sensação de aperto no peito.

As palavras de seu pai foram cruéis, feito facas afiadas, que atingiram seu coração, rasgando-o e dilacerando-o por completo.

— Por favor Deus... Eu não aguento mais isso. Me ajude a sair dessa casa. — Suplicou, ainda com um resquício de esperança. Mais logo seu corpo foi ficando fraco, e sua visão foi escurecendo, até não ver mais nada além do preto.

De alguma forma de sentiu acolhido por toda aquela escuridão que o assolou.
Sentia que finalmente poderia descansar em paz, ao menos por um tempo.

Meu pequeno ômega • KOOKMIN | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora