Sanji...

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Zoro não sabia o que fazer. Já havia algumas semanas que seu marido não desgrudava da tela daquele computador e nem saia do escritório, mal estava falando consigo e nem fazendo comida! O esverdeado estava vivendo de restos. Sentia falta do loirinho, do jeito que ele o abraçava na hora de dormir ou até quando ele enfiava aquelas mãos pervertidas em seus peitos.

Suspirou pela enésima vez, sentia o coração um pouco apertado, será que era tão insignificante assim? a ponto de Sanji fingir que ele não existia por uma semana?

Sabia que estaria fazendo um pouco de drama, mas Sanji nem sequer perguntava como tinha sido seu dia, estava o deixando frustrado e triste.

"Eu não quero incomodar ele, sei que esse tal novo software é um projeto importante... Mas eu só queria um beijo." Mordi a ponta do dedo enquanto olhava para as escadas.

Levantei do sofá andando em passos calmos até a porta do escritório, entrei sem bater, ainda receoso. Puxei a manga da blusa que usava, sendo uma das blusas do loiro, em sinal de nervosismo. Fechei a porta atrás de mim, finalmente chamando sua atenção.

— Pois não? Sabe que não gosto quando entram sem bater, estou ocupado. — Disse ele sem nem sequer olhar para mim, a única coisa ouvida no momento eram seus dedos no teclado.

— Mesmo essa pessoa sendo seu marido? — Respondi no mesmo tom.

Ele suspirou, se jogando na cadeira e coçando as têmporas.

— Sim Zoro, mesmo essa pessoa sendo meu marido. Como já disse, estou ocupado.

Franzi o cenho olhando para aquela atitude, incrédulo.

— Está ocupado já faz uma semana, não come, não dorme e esta vivendo á base de café seu idiota!

— Sim, exatamente, por que alguém nessa casa tem coisas para fazer! -- Ele levantou o tom de voz, era possível ver uma veia saltando em sua testa, seu estresse era nítido.

Suspirei me aproximando da mesa, eu sabia que naquela relação a pessoa mais calma era eu, no entanto estava difícil. Meu coração doía e eu só queria um mínimo de atenção, um beijo apenas.

— Me desculpe te atrapalhar, senhor atarefado, se não queria responsabilidades além do profissional, não casasse comigo. — Disse abaixando a voz no final. Queria sair dali e chorar baixinho, até que tudo aquilo acabasse. — Se estou sendo um peso morto desse tanto, bom, o cartório está ali no centro. -- Funguei.

Vi seu olhar suavizar, talvez agora tivesse noção do que havia acontecido.

— Zoro, amor, me desc-

— Não, não quero saber, a única coisa que queria era apenas um beijo seu loiro de merda, passei uma semana sem fingir ligar para essa sua distância infernal. Você nem olhava para mim Sanji! – As lágrimas já escorriam sem nenhum pudor. — Vai se foder você e a porcaria do seu trabalho.

Sai dali em passos rápidos, me sentia menos sufocado, porém, ainda entristecido, eu só queria um toque, um abraço, eu só queria atenção.

Horas depois, Zoro já estava dormindo quando Sanji finalmente voltou para o quarto, durante a madrugada, como estava acontecendo naquela semana. Ele suspirou, tirou a gravata e os restos da roupa indo para o banheiro que tinha no quarto. O banho foi rápido, e gelado, sentia sua cabeça fritar.

No fim, vestiu apenas uma cueca e se aproximou em passos curtos da cama, se deitou abraçando o tronco do seu marido, colocou o nariz na curvatura do seu pescoço, sentindo seu próprio cheiro ali.

— Sai, você está gelado. — A voz rouca do moreno sobressaiu no escuro.

— Então me esquenta. — Respondeu, a voz sendo abafada por estar colada na derme do outro.

Zoro suspirou, sua respiração ainda era fraca. Não moveu um músculo sequer depois do que outro falou. Sanji sentiu seus olhos molhados e a voz chorosa do seu amado ainda ressoava em sua cabeça.

— Amor... Me desculpa, sim? Sei que venho sendo um idiota nessa última semana, você não merece ser tratado assim. Eu sou burro, eu sei, mas desculpa esse idiota, por favor. — Apertou mais o moreno contra seu corpo, lágrimas saiam agora dos olhos azuis, tudo que estava acumulado durante a semana começa a pesar sobre suas costas.

— Isso não te dava o direito de me tratar dessa forma, responsabilidade afetiva é bom e em um relacionamento é primordial, o mínimo era pelo menos me dizer o porquê de está agindo dessa maneira. — Sanji sorriu, Zoro era o mais maduro ali, de fato, desde o início do nosso namoro falava sobre responsabilidade e responsabilidade, e como sempre, mais uma vez estava na razão.

— Eu sei vida, me desculpa por isso, às vezes eu não sei lidar de forma conjunta com as coisas. Você precisa me ensinar, aprendemos coisas juntos...

Zoro finalmente virou seu corpo para o loiro, vendo seus olhos marejados e vermelhos, assim como a pontinha do seu nariz. Ele aproximou sua mão acariciando a bochecha molhada, limpando suas lágrimas em seguida.

— Quando casamos você lembra o que prometemos no voto, sim? Na alegria e na tristeza... Prometemos ficar juntos, na saúde e na doença...

— Até que a morte nos separe. — Ele completou.

O de cabelos verdes sorriu.

— Exatamente, então nunca mais ache que está sozinho, nós vivemos um para o outro, então me deixe carregar essa cruz com você. — Aproximei nossos corpos deixando nossos narizes encostados. — Eu te amo mais do que qualquer coisa. Você é como o sol na minha galáxia, sem você, não tem equilíbrio.

— E você é como a lua, sem ela não tem eclipse. Eu te amo Zoro. — Sanji quebrou a distância entre nós, finalmente selando nossos lábios. Senti sua língua em meu lábio inferior, cedi permissão, ele aprofundou o beijo, deixando nossos corpos ainda mais colados.

— Eu só queria um beijo seu, no final das contas. — Disse quando nos separamos.

— Nunca irei recusar qualquer coisa que me peça. — Seus dedos fizeram um carinho singelo em minha nuca. Sorri, me aconchegando seu peito — Você me faz forte sabia.

Ele disse, e posso dizer com todas as letras que era mais do que recíproco.

E no fim, um diálogo resolvia tudo.


Eu quero atenção!Onde histórias criam vida. Descubra agora