zero.

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Jungwon nunca foi uma pessoa muito matinal. Nunca acorda cedo. Principalmente em fins de semana, onde seu objetivo de sábado a domingo é hibernar e só acordar em situações de grande emergência: casa pegando fogo ou churrasquinho surpresa.

E depois da decepção que foi ontem, ele realmente não quer ser acordado antes das 12.

Desgraça de Copa do mundo.

Desgraça de jogo.

Desgraça de juíz.

Brasil tinha perdido pela quinta vez desde 2002, e como todo brasileiro fã de futebol, Jungwon ficou triste, xoxo, capenga e qualquer outro adjetivo que você possa imaginar. Sua mãe ficou até um pouco preocupada com o filho chorando de soluçar assim que um Neymar amuado passou na tela da TV.

Agora se Jungwon é mesmo fã de futebol? Pelo jeito que ele gritava pênalti toda vez que alguém caia no chão, provavelmente não. Mas quem não se diz futebolista em época de Copa, né?

Hum-hm.

Então, novamente, repetindo, como todo brasileiro fã de futebol, ele não perdeu a oportunidade de afogar todo o seu desgosto pós-derrota em bebida, já tinha comprado dois fardos de cerveja pra comemorar sua futura vitória - que não veio, então porquê não usar pra comemorar a derrota?

A coisa é que ele exagerou. E quando Jungwon exagera no álcool, na maioria das vezes, não tem faculdade nem café da manhã que o acorde. Sua sorte é que o jogo foi na sexta.

Por esses grandes motivos, não esperava estar acordando as nove horas da manhã.

Em um sábado.

Pós bebedeira.

Um estrondo muito alto da porta batendo na parede foi o que fez o moreno levantar num pulo, se arrependendo assim que sentiu sua cabeça girar de tontura. Puta que pariu, ficaria sem beber por pelo menos uma semana depois dessa, ele jura.

Foi caindo lentamente de novo no colchão, sentido seu cérebro começar a voltar pro lugar. Se aventurou em abrir um pouco os olhos, afim de saber quem atrapalhou seu sono sagrado, só pra encontrar um loiro sorridente demais para o seu gosto, na entrada do quarto, parado como se fosse uma assombração.

"Como você pode estar tão feliz?" perguntou, sua voz soando cansada e ele também não iria se esforçar para parecer mais animado.

"Por que eu estaria triste? Olha como o dia 'tá lindo!" o recém chegado caminhou até a janela, abrindo a cortina de uma só vez, sem dó nem piedade do amigo ainda deitado.

Jungwon gemeu com a claridade "Sunoo!"

"O que foooi?" se jogou praticamente em cima do moreno, recebendo outro gemido insatisfeito "Você vai ficar enfurnado aqui nesse cativeiro pra sempre, é?"

"Sim, até eu esquecer que o Brasil perdeu ontem" choramingou, como se estivesse falando da perda de um ente querido.

Sunoo soltou uma risadinha suspeita.

Jungwon não gostou nem um pouco dessa risadinha.

"O que é?"

"O que é o que, doido?"

"Você riu. E eu conheço essa risada aí" o mais novo olhava para o amigo como se ele tivesse cometido um crime.

O loiro continuou rindo.

Jungwon se sentou rápido demais, ignorando a dor que passou pela sua cabeça, fazendo Sunoo bolar pro lado.

"Aí, ta maluco?" reclamou ainda com o riso frouxo.

camisa nove; jaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora