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ANOITE caia mais uma vez em Seoul, e com ela os primeiros floquinhos de neve do inverno rodopiavam felizes no céu quando Hyunjin se despedia de Changbin e fechava a confeitaria atrás de si.
Félix, cansado do dia intenso, já estava acomodado confortávelmente debaixo dos lençóis ao que esperava seu amado se juntar a ele, o que não demorou a acontecer.
— Estou tão orgulhoso do Jeongin... — Félix comenta assistindo seu companheiro, já de pijama, retirar os sapatos e se aninhar ao seu lado debaixo dos cobertores. — O que ele fez exige muita coragem…
— Tem razão, mas considerando o quão maravilhoso Changbin é, Jeongin tem muita sorte, não é todo mundo que tem a cabeça aberta como aquele anão. — Hyunjin responde abraçando protetoramente seu pequeno "camundonguinho".
— Isso tem haver com seus pais? — Félix questiona, mas não obtendo respostas, ele prossegue com o interrogatório. — Você nunca os encontrou depois de tudo o que aconteceu?
— Não. — assumiu com um suspiro, afundando seu nariz na cabeleira loira do namorado, em busca de conforto. — Eu só consegui manter contato com minha irmã, para meus pais, Yeji é filha única.
— Oh Jinnie, eu sinto tanto, querido. — Félix pronunciou aprofundado seu abraço, transmitindo todos os seus sentimentos para o amado.
— Não sinta, doce, eles quem estão perdendo. — Hyunjin diz, plantando um pequeno beijinho no cabelo do outro. — E quanto a você, como foi parar nas ruas?
— Bom... é uma longa história…
— Temos todo tempo do mundo, se você quiser. — Félix sorriu com a afirmação e tomou coragem para contar.
— Eu fugi de um circo…
— Um circo?
— É Jinnie, um circo, com lonas e tudo, agora deixa eu terminar!
— Desculpa... Um circo... Você fazia o que lá?
— Nada demais, eu só trabalhava nos bastidores, um faz tudo, sabe?
— Uhum…
— Meu pai era o Mágico, o mais incrível que já presenciei, eu nunca me cansava de ver suas performances, e mesmo eu tendo talento nenhum para o ofício ele sempre me apoiava, com qualquer coisa que eu quisesse fazer, até me ensinou a lidar com cadeados e fechaduras…
— Oh…
— Pois é…
— Você parecia feliz, por que foi embora?
— Meu pai se foi e tudo naquele lugar me lembrava ele, então eu parti também. — explicou suavemente recebendo um carinho na cabeça. — Ainda tenho saudades dele.
— Sei que ele está muito orgulhoso de você, meu amor, aposto que ele está no paraíso dos mágicos agora, cercado de coelhinhos e cartolas protegendo cada passinho seu… — essa constatação tirou uma risadinha do rapaz de olhos azuis.
— Obrigada Jinnie, eu amo você.
— Eu também amo você, camundonguinho...
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