Magos e Lobisomens não se misturam

Capítulo 10 : Voltando para casa

A Taiga Russa é um ambiente hostil e implacável. À medida que o início do inverno se aproxima cada vez mais da terra, essa severidade só se intensifica. Pinheiros impossivelmente altos se agrupam para formar florestas densas. Rajadas de vento de arrepiar os ossos atravessam a floresta e a grama alta. As águas escuras e agitadas de um rio forte cortam a planície aberta enquanto as montanhas cobertas de neve aparecem à distância.

O deserto denso e intocado da taiga também é uma vitrine de pura beleza natural.

No entanto, literalmente se perder na beleza estonteante da terra muitas vezes equivale a uma sentença de morte para o explorador inexperiente.

Mas para um homem, um lobisomem , como Fenrir Greyback, as terras indomadas são tão perigosas quanto um quintal cercado. O deserto aberto do território de sua matilha é seu elemento, um dos poucos lugares onde o lobisomem alfa realmente se sente vivo. 

Enquanto Fenrir observa a paisagem familiar de seu território, a mordida fresca do ar do final do outono o belisca quase afetuosamente. Ele finalmente alcança o lobo quanto tempo se passou desde que ele voltou para suas terras de matilha. A vastidão selvagem diante dele, desprovida de toda influência humana (tanto trouxa quanto feiticeira), faz com que o lobo dentro de Fenrir anseie por dominar seu território e se familiarizar com cada centímetro quadrado. No entanto, por mais que ele tenha sentido falta da taiga, seus olhos azuis penetrantes não podem deixar de se embotar um pouco. Fenrir esperava que, quando finalmente voltasse para sua matilha, estaria com sua companheira e filhote recém-nascido ao seu lado.

Harry teria adorado. Afinal, a Taiga Russa é o lar de algumas criaturas bastante fantásticas além dos lobisomens.

Respirando fundo, em uma tentativa inútil de limpar sua mente de questões pessoais, Fenrir endurece sua expressão. Não é hora de se perder em culpa e arrependimento, ele tem um bando para cuidar. Enquanto continua sua jornada, o alfa fica satisfeito por ainda poder detectar seus próprios marcadores de cheiro que delineiam o território de sua matilha. O ar é perfumado com pinheiros siberianos, o perfume provocando seus sentidos enquanto ele caminha pela folhagem espessa. Aproximando-se do assentamento de sua matilha, seus olhos notam as marcas de garras que ele mesmo fez na casca áspera das árvores perenes. Os sulcos profundos e inconfundivelmente lupinos servem como um aviso final para os invasores sobre quais criaturas habitam essas florestas.

O formigamento de magia que passa por seu corpo enquanto ele passa pelas poderosas proteções dá as boas-vindas a Fenrir primeiro. A paliçada de madeira que o próprio lobo alfa ajudou a erguer permanece forte e cerca o assentamento de lobisomem. Troncos grossos de árvores agem como uma barreira natural contra os elementos e qualquer tolo o suficiente para atacar um bando tão forte. Fenrir entra na vila rústica com pouco alarde, o alfa escolhendo observar silenciosamente o estado de sua matilha. Faz muito tempo desde que ele esteve com eles, mas o lobo está de castigo pelo desejo de sua própria companheira enquanto observa seus lobisomens com suas famílias. Afastando-se, ele sintoniza a reconfortante harmonia do bando enquanto eles preparam o jantar comunitário - uma tradição que o alfa insistiu, não importa o tamanho do bando (afinal, reforça os laços familiares que tornam a matilha tão forte). Enquanto ele caminha pelo assentamento, Fenrir recebe uma gama de saudações respeitosas que ele retribui. E embora todo o bando de lobisomens possa sentir que algo está errado com seu alfa, eles também sabem que não cabe a eles comentar abertamente sobre isso.

"Fenrir, bem-vindo ao lar!"

Com a saudação entusiástica, o lobisomem se vira para ver Scarlett se aproximando dele com Derrick logo atrás dela. Seus betas estão ambos com sorrisos de boas-vindas quando alcançam seu alfa. Para evitar suas perguntas, Fenrir rosna algumas primeiro.