A noite estava linda, o céu cheio de estrelas, fazendo companhia para sua grande amiga, Lua. Não tinha nenhuma nuvem por ali, apenas ela e suas infinitas estrelas brilhantes.
— Uma vez, me disseram que, se contar mil estrelas, seu desejo se torna realidade. — Escutei o som baixo e melodioso de sua doce voz, parecia música para meus ouvidos. Olhei para o cara do meu lado que, incrivelmente, é mais velho que eu quando nem parece, e este já estava a me olhar. — Já ouviu falar disso?
Aquele era Pete. Nos conhecemos há alguns meses e estamos na mesma faculdade. O conheci de uma maneira vergonhosa, quem diria que a pequena pessoa saltitante que derrubou seu café em minha camisa numa manhã de quarta feira iria virar alguém tão especial para mim? Sua insistência para limpar minha camisa naquela época foi que o trouxe para perto de mim e eu agradeço ao destino por isso.
Pois ele virou minha maior fonte de alegria de lá para cá, virou minha pessoa especial.
Ambos estávamos deitados na grama de seu quintal, era umas dez da noite de sábado e tínhamos acabado de ver um filme, Soul, um clássico para chorar. Pete, que riu de da minha cara por ter chorado com o filme, agora está me olhando, seus olhos reluzindo a luz da lua.
Como ele pode ser tão lindo em meio à toda essa escuridão? Ele era realmente...
— Hm. — Murmurei afirmando, voltando a olhar para a lua, não poderia e nem conseguiria continuar a olhá-lo por muito tempo, acabaria com as bochechas rosadas. Bem, isso se já não estiverem. — Minha mãe sempre dizia isso, ela contou que uma vez, ela contou mil estrelas, desejando que o grande amor da vida dela à notasse, no caso, o papai.
— Oh, então funciona mesmo? — Soltou a pergunta surpreso, acho que não esperava ter alguém com um relato dessa lenda.
— Bom, estou aqui, não é? — Acabei rindo dele, ele sabia que era uma pergunta besta e resolvi provocá-lo com isso. Recebendo um tapa fortinho no braço logo em seguida. — Ai! Não me bate, você não sabe brincar?
— Não! — Respondeu com um bico nos lábios, fingindo estar bravo. Fofo, muito fofo.
Ele claramente é o meu sol.
— Vegas? — Chamou, enquanto olhava para o céu estrelado, respondi com um "hm?" — Você já teve vontade de contar? — Me tirando dos pensamentos apaixonados envolvendo ele, o rapaz do meu lado solta isso, me deixando um pouco confuso.
— As estrelas? — Apontei pra cima, ele concorda, voltando a me olhar. Me sinto nervoso, tenho medo de me perder em seus olhos e falar demais. — Já sim, na verdade eu já contei, ou tentei.
— Sério? O que pediu? Se realizou? — Curioso e surpreso, céus, ele é um gatinho curioso. Se sentou cruzando as penas e ficou a me encarar, esperando que eu terminasse, continuava com a voz calma porém mais animada, sua voz me deixava tranquilo, enquanto seus olhos me traziam um pouco de nervosismo, eu queria tanto contar que...
No fim, sempre será ele. No final do dia, ele sempre será quem eu quero ver, ele que me faz bem, quem me dá energias boas e que me leva até as nuvens com seus sorrisos fofos e seus olhos que também são sorridentes. Nunca pensei que iria encontrar conforto em alguém como encontrei em Pete. Ele é como um sol, caloroso e brilhante, ele é o sol da minha vida.
Me sentei e virei em direção à ele, quero que veja a sinceridade e todos os mais belos sentimentos que meus olhos e palavras podem transmitir por ele.
— Pedi para que o sol, um dia, aceite ficar com a lua, e juntos, fazerem um lindo eclipse acontecer. — Declarei, sorrindo doce para ele.
Ele sempre consegue tirar toda a minha atenção, de qualquer coisa. Quando estamos juntos, meus olhos e coração buscam apenas os dele, só ele. E não estava diferente agora, todo meu corpo e alma estavam desejando ele, ficar perto dele e senti-lo ali, comigo.
Ele sorriu, parecendo ficar tímido. E como sou um bobo apaixonado por cada detalhe dele, aposto que minha cara está parecendo aquele emoji que tem corações nos olhos.
O vento soprou mais forte e acabou por bagunçar sua franja, até aqueles mínimos detalhes mexiam comigo. Por impulso e por desejo de meu coração, levei minhas mãos até a altura de seu rosto, arrumando seu cabelo, colocando uma parte de sua franja atrás de sua orelha. Era tudo tão lindo, em meus olhos, tudo acontecia em câmera lenta, como se quisesse capturar cada detalhe dele nessa noite e guardá-las em minhas memórias. Os olhos deles se encontraram com os meus mais uma vez naquela noite e por Deus, estavam tão belos, hipnotizantes, cheios de brilhinhos que pareciam uma galáxia inteira.
Ele tinha uma galáxia em seus olhos e eu amava admirá-la.
Desci minha mão até sua bochecha, fazendo um carinho ali. Sua pele naquele local estava quentinha, por estar um pouco escuro, tendo apenas a iluminação da rua, não tenho certeza, mas acho que ele estava corado, tão fofo, sinto vontade de dar muitos beijinhos em seu rosto, como se não houvesse amanhã.
— Você é meu sol, Pete. — Com o coração quase saindo pela boca de tanto palpitar forte por ele, querendo amar seu sol sem medo ou hesitação. — E eu sou a lua que precisa da sua luz.
Pete, esse que até agora estava um pouco surpreso com aquela declaração, finalmente sorriu mostrando seus dentinhos e fazendo seus olhos desaparecerem. Puxa vida, ele está sorrindo com os olhos...
O mais velho sabia de meus sentimentos por ele, tenho certeza. Digamos que não consigo esconder muito bem meus sentimentos quando se trata dele.
— Então... — Ele finalmente fala, segurando o pulso de minha mão que estava ainda em sua bochecha, com carinho, mirando seu olhar desde minha boca até meus olhos. — Vamos ser o eclipse mais lindo de todos.
Não deu tempo de reagir à isso, pois logo após ditar essas palavras, ele se aproximou e selou meus lábios.
Aconteceu, o leve choque daquele contato me deixava extasiado. Eu estava um pouco trêmulo e muito surpreso. Era como se acontecesse um show de fogos de artifício em minha cabeça, eu estava desacreditado que aquilo estava acontecendo, o encontro do sol e da lua estava à acontecer!
Os lábios de Pete eram macios, igual suas bochechas. Sorrindo e fechando os olhos, agora bem mais calmo e aproveitando tudo aquilo, levei minha outra mão para sua cintura, o trazendo para mais perto, meus dedos da outra mão em sua bochecha faziam carícias delicadas em sua pele lisinha enquanto a outra apertava sua cintura com firmeza. É tudo tão mágico, como se o mundo exterior estivesse parado e tivesse apenas nós dois existindo.
Não demorou muito para começamos aquele toque mais íntimo, sentindo sua língua em contato com a minha, sentindo seu gosto e me fazendo suspirar em sua boca, estava extasiado e em puro deleite, a boca de Pete era gostosa e sentia que poderia beijá-lo para sempre. Estavamos sentindo toda a paixão fluir. Estava tão entregue, nossas bocas se encaixam tão bem, era como se fossem feitas uma para outra.
Com a falta de fôlego, íamos parando aos poucos. Antes de separar, deixei alguns selinhos e mordiscadas em seu lábio inferior, o tirando um suspiro alto, com certeza iria me viciar nela, assim como sou viciado nele. Encostei nossas testas e ainda de olhos fechados, com a respiração pesada, o peito subindo e descendo pela falta de ar, eu sorri verdadeiramente feliz.
— Estou sonhando? — Falei baixinho de olhos fechados com medo de abrir e esse momento sumir.
— Bobo... — Soltou uma risadinha, o som que eu amo ouvir, me trazendo para mais perto dele em um abraço, é tão quente e confortável estar perto dele assim, estar em seus braços. — Posso te beijar outra vez para que veja que é tudo real. — Sussurrou como um segredo em minha orelha, o ar quente que saia de sua boca fazia meu coração pular uma batida.
Me separei dele, peguei suas mãos e as selei com um beijo cheio de carinho, olhei aquele homem na minha frente, tão perto que poderia sentir sua respiração. Reparei em cada traço de seu rosto, tudo nele me deixava encantado, minha vontade de querer beijar cada detalhe dele aumentava cada vez mais, poderia apreciar sua beleza por todo o tempo do mundo, Pete era o ser mais lindo que já teve o prazer de ver e vê-lo falar isso num tom sapeca me deixou animado. Sorri de lado e levei minha mão ate sua nuca, puxando entre os dedos os pequenos fios de cabelo no local, ele é tão belo, principalmente quando está na luz do luar.
— Me mostre que é real, então.
"Não importa que você não tenha terminado de contar mil estrelas naquela noite. No fim do dia, você já tinha realizado o seu desejo, o eclipse havia acontecido."
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A Lua amando seu Sol - VegasPete.
FanfictionCada segundo daquele momento especial entre Vegas e Pete naquela noite, se transformou em um lindo eclipse.