Capítulo 2

31 5 0
                                    

29 de setembro de 2012.

Estávamos todos reunidos na sala vendo TV; eu, mamãe, papai e Sírius. Gostava desses momentos, fazia com que eu me sentisse mais próxima deles. Para o meu descontentamento, tocaram a maldita campainha e papai foi ver quem poderia ser, já que estava tarde.

- Você tá brincando com a minha cara, Joe?! - O homem gritou estressado, era o tio Rui, amigo do papai.

A mamãe foi ver sobre o que conversavam, e eu e Sírius, obviamente, seguimos logo atrás.

- Eu te falei, não se afobe, nós vamos conseguir sair dessa BEM, só me dá um tempo e eu prometo cuidar de tudo! - Disse papai, gesticulando para o homem diminuir o tom de voz.

- Acontece que a gente não tem mais tempo, cara! Ele quer que nós entreguemos os documentos amanhã ao entardecer e nós sequer sabemos por onde ele anda. A gente precisa fugir! - Rui falou, parecia estar nervoso e com medo.

- Já falei com o Thomas, ele vai descobrir sobre o paradeiro dos malditos documentos e trazer para a gente amanhã, antes do meio-dia. Com relação ao Leni, ele não mataria nem uma mosca, relaxa! - Papai afirmou, tentando confortar o amigo.

Que conversa estranha, nunca tinha visto eles discutindo. Enfim, não deve ser nada importante.

Gostaria de ter o poder de voltar no tempo só para me estapear por ter dito isso.

No dia seguinte

Hoje está sendo um dia incrível! Sírius e eu fomos para a escola e quando chegamos, ao entardecer, mamãe nos permitiu dar uma volta no bosque enquanto papai e tio Rui conversavam.

- Você não achou estranho a conversa que tiveram ontem? O pai e o tio, quero dizer. - Meu irmão comentou, parecia confuso.

- Achei, mas é como mamãe disse, nós somos apenas crianças, não podemos fazer nada com relação aos assuntos dos adultos. - Respondi, mais para mim que para ele.

A verdade é que eu passei a noite pensando nisso, digo, não é comum o tio estar daquele jeito, ele é sempre tão alegre e cheio de luz, mas ontem ele estava apavorado e até falando em fugir.

- Sírius, você acredita que o tio tenha ficado daquele jeito por algo trivial? Eu, sinceramente, acho bem provável que não, só que por algum motivo o papai estava despreocupado. Será que ele é amigo do senhor que está cobrando esses documentos? Tipo, ele disse que o tal Leni é inofensivo. Mas o mais importante é: o que tem nesses documentos para causar tanto desespero e pressa? - Faço perguntas para que eu mesma responda, faço isso com frequência, me ajuda a entender em que situação me encontro, mas essa última foi inútil, não consigo respondê-la.

- Alissa, eu também não sei o que está acontecendo, mas o que quer que seja, o papai vai cuidar disso, eu confio nele! - Sírius falou, na intenção de me transmitir confiança e segurança.

Continuamos andando pelo bosque por um tempo, até que a noite já se aproximava.

- Vamos voltar, já está tarde. - Disse, cutucando meu irmão.

De longe, percebemos uma movimentação ao redor da casa. Como não sabíamos o que poderia ser, resolvemos esperar ali, embaixo da grande árvore. Confesso que minha vontade era ir correndo para ver o que era todo aquele alvoroço, mas meu irmão me impediu e eu resolvi ouvi-lo, só dessa vez.

Já era noite, eu não estava mais aguentando a angústia, como será que estava a mamãe? Será que ela está bem? E o papai? Ele não tinha chegado ainda e aquele não era o carro do tio. Quem eram aquelas pessoas? É possível que isso esteja relacionado com a conversa de ontem? Na verdade, parece o mais possível, isso me deixa mais aflita ainda.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 16, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

𝐶𝑢𝑟𝑠𝑒𝑑 - 𝑃𝑒𝑑𝑟𝑖 𝐺𝑜𝑛𝑧𝑎𝑙𝑒𝑧.Onde histórias criam vida. Descubra agora