Vermelho

Despedida

eu estava assistindo o revelando e o felps falou que como eles estavam com o ritual ainda, eles com certeza trocaram um papo telepático enquanto aquela cena acontecia... e aí... isso daqui surgiu.

boa leitura!

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        - Rápido, Rápido! Eu- Eu seguro ele por um tempo, vai logo! - Xande gritava, em choque com a visão do corpo dilacerado e completamente derretido do mentor dele. Morato estava morto, e ele chegava cada vez mais perto de seus amigos - Eles precisam de você, você é mais inteligente! - Chico apenas negava enquanto ele tentava o consolar - Vai, entra! Tá tudo bem, eu vou dar um jeito, 'cê sabe que eu sou bom com essas coisas! - Continuava a gritar, a adrenalina passando pelas suas veias.

Sua mente estava frenética, com, não apenas seus pensamentos, mas os de Guizo também. "Xande, você vai morrer..." Guizo pensava, e, dentro da sua cabeça, ficava muito mais vulnerável, sabia exatamente o que queria dizer com as memórias antigas passando pela sua mente como um arco-íris de felicidade com melancolia. "Eu sei, Gui." Dentro da sua mente, estavam um olhando para o outro, no vazio.

O estendeu a mão, e o puxou para um abraço. "Eu não queria que as coisas fossem assim." Disse, e enquanto, na vida real, tudo passava com uma adrenalina imensa e um desespero que os consumia, ali eles tinham tempo. Eles tinham mais um momento. "Eu também não, queria que a Dara nunca tivesse ido, pra começo de conversa." Guizo riu amargamente, mas já chorava. Ao redor deles, uma única memória se congelou, o skatista via com clareza uma noite que os dois compartilharam, olhando para o céu enquanto fumaça dos lábios de Xande se esvaia e subia para os céus. Viu Guizo olhar para si enquanto sorria, e um baque fez seu coração palpitar e entender que seu melhor amigo tinha algo a explicar.

Ele olhou para Guizo.

"Eu te amo" Ele disse, dentro da sua mente, o consumindo por completo. "Eu te amo, e você sabe o que eu quero dizer" Soltou seu torso. "Mesmo sabendo que você ama ela... Queria que você soubesse." Guilherme se afastou mais ainda, e seu amigo continuava parado, lábios partidos em surpresa.

"Guizo..." Começou a falar, lábios tremendo enquanto começava a chorar. Estava prestes a morrer e seu melhor amigo havia revelado algo que poderia mudar tudo se fosse proferido antes. "Eu sinto muito...Eu..." Buscou o calor reconfortante de seu amigo, e tudo estava vermelho ao seu redor, sua sinestesia tomando conta de seus sentidos. "É tu-tudo vermelho e... Eu não sei por quê, por quem...!" Vermelho era amor. Era ardente e doía, era sangue, o elemento e a dor. Era de tirar o ar. O dava o mais genuíno medo.

Sentiu seu corpo ser apertado de volta. "Não é por mim, né?" Riu novamente, dessa vez, mais calmo. Xande chorava. "Tá tudo bem... Eu só queria que você soubesse... antes de..." O de cabelos vermelhos segurou o rosto do amigo em suas mãos.

Xande pressionou seus lábios juntos. "Eu me recuso a acreditar que não é... pode estar tudo confuso, mas... Eu amo você também. Mesmo se não for do mesmo jeito." Falava sério, de repente. "Tchau, Idiota." Riu.

- Xande - Ele estava igualmente desesperado, tremia um pouco, mas olhava firme de volta - Eu duvido você acabar com ele - Segurou a mão dele. "Eu nunca vou te esquecer" e ele o entregou sua câmera - Toma. Você fica com a minha câmera.

"Vai ficar tudo bem com a Dara, eu vou salvar ela, Xande." Guizo, silencioso, entrou na cápsula.

E estava sozinho de novo. Não tinha mais vermelho. Só o horrível pressentimento de encontrar sua própria morte. Seu coração parecia ter sido arrancado do seu peito.

- Vai Chico, tá tudo bem... Vai, vai, eu vou ficar esperando vocês aqui!

- Os cinco... - Sua voz soava chorosa, lutava contra a vontade, a urgência de chorar.

- Os cinco pra caralho!!

Chico entrou na cápsula. E Xande já começava a chorar, vendo aquela figura imponente se aproximar de si com aquela áurea paranormal. Queria que tudo ficasse bem. Fechou os olhos e respirou fundo.