Capítulo 1 - Foi minha culpa??

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Eu podia começar dizendo que era uma bela manhã, sinto muito, eu só trabalho com a noite. Caminhava eu e meu irmão, o meu braço direito, pelas ruas mais movimentadas de São Paulo. Estávamos apenas espairecendo nossas mentes, gostamos de ver a iluminação da grande cidade, não sei explicar a sensação, só sei que eu gosto.

- Está uma noite bela, né não maninha? - Natan é o meu irmão mais velho por um ano. O cuidado que ele tem por mim é quase que tóxico por de baixo dos panos. O que eu quero dizer? Ele se preocupa tanto que acaba sendo possessivo. Da minha parte acho fofo, só que uma hora cansa...

- Tenho que concordar. - Este pega em minha mão e sai andando apressado.

- Estou com fome, vamos comer!!!

Nessa mesma hora, um rapaz passou com uma tremenda agressividade entre nós dois, nos fazendo soltar as mãos e nos afastarmos. Olhamos em direção do garoto, eu estava totalmente calma, mas o meu irmão...

- Espera, deixe-o ir. - Minha mão estava no peitoral de meu irmão como sinal de "freio".

Aquele garoto fugia de alguém, e não demorou muito para que os perseguidores passassem por nós. Por mais que eu não soubesse o que estava acontecendo, pus meu pé a frente de um deles de propósito para que caísse ao chão.

- Perdeu a noção do perigo princesa? - Perguntou o garoto ao lado do que teria caído ao chão.

- Tu olha lá como fala com ela! - Meu irmão me puxou para que eu ficasse atrás dele, estava pronto para espancar aquele infeliz. - Vai aprender a respeitar uma dama.

P.O.V Aizer

Era um domingo à noite, todos os domingos sempre rolava um festinha no bar mais conhecido de São Paulo. Minha diversão era chegar lá, escolher um meliante e o atazanar. Eu ia desde encher a paciência até rouba-lo, depois saia vazado rindo da reação deles. Não sou medroso, nem covarde, sei muito bem me defender, porém ver a cara dele de raiva é precioso demais. Dessa vez, acho que minha diversão foi longe, só um pouquinho. Minhas vítimas foram uma dupla de caras da gangue Caveiras Flamejantes. Nome horrível... mas os caras são muito bons no que fazem. Eu também faço parte de uma gangue, e o que me pôs mais medo era deles quererem criar uma guerra por conta dessa brincadeira. Na verdade tenho mais medo do meu chefe descobrir do que desses caras meia bomba.

Depois deles ficarem irritados com minha presença, vieram correndo atrás de mim com a raiva nos olhos. Me segurei muito para não rir, iria piorar a situação ali! Estava tão focado naqueles dois que não me dei conta de um casal a minha frente, esbarrei com tudo entre os dois. Confesso que me deu prazer de estragar o momentinho dos dois, pior que eu já havia visto casais antes... Enfim, continuei correndo que nem um condenado, mas não pude deixar de reparar que a garota fez um deles cair de cara ao chão. Cheguei na entrada de um beco e antes que fosse entrar, me virei para aquele casal de antes. A atenção daqueles que me perseguiram estavam naqueles dois, deu uma certa pena de os involver. Mas me arrependi ao ver que ao apenas posicionar os punhos para combate na frente dos dois, eles saíram correndo deixando o casal em paz.

- Hum, que marias medrosas. - Quando me virei pra entrar no beco, me dou de cara com Akira que me esperava bem ali.

- Por que demorou? - Sua expressão de impaciente me fazia passar mal, mas aturamos.

- Bom te ver também, eles não tinham nada com eles, só estavam lá pra encher a cara. - Mostrei meus bolsos vazios como prova.

- Sabe que não precisa me mostrar nada, eu acredito em você. Venha, o chefe nos espera.

Akira e eu pertencemos a uma gangue há mais de 3 anos, somos quase que veteranos, ambos acompanhamos a gangue crescer e evoluir; ela se chama Ikarus. Somos compostos por mais de 500 membros, possuindo 5 divisões. Tanto eu quanto o Akira, somos capitães de uma das divisões, eu da terceira e ele da quarta. Finalmente pudemos chegar no ponto de encontro da gangue, era na laje da casa do capitão da primeira divisão, possuía uma vista linda da favela de cima, por isso fizemos daquele lugar nosso ponto de encontro.

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