Capítulo 2

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*Maddie on

Coloquei meus fones de ouvidos, e me concentrei na tela que estava na minha frente, a faculdade de artes visuais foi um bom espaço para me livrar dos meus sentimentos, pegava o pincel e sentia a dor passar do meu coração para a pintura, eu gostosa de pintar, comecei na escola, depois de tudo que aconteceu, era um momento só meu, mas me afastou de todos, eu ficava no meu quarto escuro pintando, quase não formei por isso, nem queria também, ver aquelas pessoas egocêntricas que só se importavam com elas mesmas, era uma palhaçada

Depois de um tempo me perdendo na minha playlist, parei para olhar a tela, era bem triste na verdade, tinha duas mulheres, com um sentimento de tristeza e solidão, era melancólico e depressivo. Talvez naquele momento eu não devia ter pensado em alguma lembrança, mas pensei, isso vinha na minha cabeça e não tinha como apagar

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*No passado*

-Mãe!!! Você não acredita o que aconteceu na escola hoje, o nosso time de futebol ganhou hoje - um silêncio consumia a casa, ela não estava lá, devia estar no trabalho - ok eu conto quando voce chegar - meu sorriso não desfazia, queria contar os detalhes de como foi ganhar do outro time, as caras, a comemoração, tudo

Prim prim - um barulho apitou do interfone, devia ser ela chegando, um sorriso atingiu meu coração e todo o meu rosto - Já vou abrir - procurei a chave do portão de casa, estava do lado das fruteiras, o barulho não parava de soar, apitava cada vez mais

-Calma, ja peguei, tô indo - puxei a chave pelo buraco da porta, girei e abri a maçaneta, porém o que eu vi não foi a minha mãe como eu achava que era, e sim meu pai com uma cara desesperada, acompanhado de vários policiais, lágrimas saiam de seus olhos, ele parecia totalmente perdido, e sem saber o que fazer, mas quando me viu me abraçou com força, como se eu fosse um refúgio

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*Atualmente*

-Você teria uma chave de fenda maior? - um cara barbudo e motoqueiro me perguntou

-É para a sua moto?

-Claro ne princesa - sua barba era nojenta e ele cheirava a peixe podre, era difícil continuar perto dele

-A fenda menor funciona melhor para moto - digo pegando uma embalagem da menor

-E o que você sabe sobre isso? - me perguntou com grosseria

-Eu tenho moto também - continuo - e claro sou funcionária daqui, nos também fazemos concertos, se quiser eu arrumo para você

-Eu sei fazer sozinho, não preciso da sua ajuda, só me vende a fenda maior que sei que vai funcionar - ele puxou uma maior quantidade de saliva e cuspiu no chão, ao meu lado, chegando perto da minha bota

-Claro senhor - forcei um sorriso educado, e peguei da estante o que ele queria, mesmo sabendo que nunca essa ideia dele funcionaria mas já que ele acha que não sei porra nenhuma, ele que se foda então e tente consertar sua moto até quebrar

-Viu agora você foi educadinha - me olhou de cima a baixo - passando os olhos por minha bunda e meus peitos, senti vontade de vomitar

Ele pagou e logo em seguida subiu na sua moto vermelha, a pintura descascava, tinha desenhos de mulheres peladas em algumas partes escondida da moto, era nojento, completamente grotesco

Isso realmente me fazia querer dar a porra do dedo do meio e me demitir desse lugar horrível e que da uma bosta de miséria de salario, mas eu já tentei procurar trabalho em outros lugares e nunca consegui sair disso aqui

...

Uma moto preta e enorme chegava no local, um cara com camisa e calça preta chegava em cima dela, ele tinha tatuagens e um capacete tampando a cara

Achei que ele iria parar a moto no local apropriado, mas ele começou a avançar, chegando bem perto de mim. A moto chegou tão perto, me deixou desesperada, eu sempre pensei que estava vivendo até a morte me levar, mas quando ela começou a chegar tão perto de mim, eu percebi que não queria morrer, não agora, não tão nova, eu achava que eu queria, mas não

Porém não consegui me mover, fiquei parada imóvel com os olhos doendo de apertar, se eu fosse morrer eu não queria olhar, pensei na minha mãe, e que eu poderia encontrar com ela e até um sorriso pode me invadir, mas também pensei no meu pai, ele não conseguiria sem mim, eu nao podia deixá-lo sozinho, e nem eu mesmo queria deixar a minha vida, queria construir algo nela, uma lagrima passou dos meus olhos, descendo pelas minhas bochechas

-Você não mudou mesmo né Maddie - finalmente abri os olhos, limpando minhas lágrimas

O cara não estava mais com o capacete na cabeça e sim no braço, sua moto quase encostava em mim, seus cabelos negros e seu corpo musculoso, me lembrava o mesmo garoto da escola, o idiota e grosso do Damon, mas agora ele era maior, eu era alta mas ele claramente era bem alto, tinha mais de 1,80 com certeza, me encarava com um sorriso sarcástico, que me fazia naquele momento me sentir uma estúpida por ter chorado, ele claramente continuava o mesmo escroto da escola

-Nossa como me surpreende que Damon Moore não tenha amadurecido na vida - digo sarcasticamente, ele riu e passou suas maos pelo seu cabelo que estava meio suado

Ele claramente nao queria conversar e relembrar os velhos tempos de escola, e eu obviamente concordo nesse aspecto, não queria falar sobre nada disso, e em específico com o ele

Passei os meus olhos para a moto, ela estava toda arranhada atrás, e um pouco quebrada - quer alguma ferramenta? A situação da sua moto tá complicada, vai ter que comprar peças novas

-Nao quero, é voce que concerta aqui não é? - ele deixa o capacete em cima da moto

-Sim - respondo olhando em seus olhos

-Entao quero que você concerte - ele chegou mais perto de mim, me encarando com os seus ollhos negros

-Voce não sabe? - sorri de lado, e afastei um pouco

-Sei, mas adoraria ver a princesinha popular do colégio consertar minha moto - ele era louco mesmo

-Seus fetiches cada vez ficam mais estranhos né - ele ri sem mostrar os dentes e me encara de volta

Ele olhou no celular, colocou de volta no bolso e voltou o rosto em minha direção - Não estrague ela, porque se fizer algo, eu nao vou mais parar a moto - ele saiu andando

-Claro, sua namorada vai estar inteira babaca - disse em tom para ele entender, porém só saiu andando, sem falar nada

Era só o que me faltava, se eu sempre acho que não tem como piorar, sempre tem, o idiota do Damon, a espécie mais escrota que já existiu aparece na minha vida de novo, achei que tinha me livrado de todo mundo antigo da escola quando vim para essa cidade, no entanto estava enganada




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