Mais que amigos, melhores amigos (2son)

Capítulo 1: Não é um encontro

Era bem óbvio para todos que Son e Richarlison eram melhores amigos, eles andavam juntos pra cima e pra baixo, comiam juntos no CT, treinavam juntos, se exercitavam juntos, estudavam inglês juntos (já que a pronúncia junto ao sotaque do Andrade era terrível e o sotaque de Son dava para entender), às vezes cochilavam juntos, saiam juntos. É, eles são bem unidos. Melhores amigos. Alguns até brincavam que os dois eram casados ou algo do tipo.
Mas, Richarlison ultimamente havia começado a pensar em coisas relacionadas ao outro atacante do Tottenham. Tipo, o quão gentil ele era consigo, o jeito que Son encostava no outro, como dormia em seu ombro a qualquer descanso.

Não que Richarlison fosse gay. Longe dele. Ele era macho, muito macho. Gostava de mulher. Mas, Son por algum motivo lhe dava um sentimento parecido com o que o brasileiro havia sentido por garotas. Mas, ele é macho, homem brabo, cria.

Richarlison é tirado de seus pensamentos quando Lucas o cutuca e o entrega uma caixa de som enorme.

— Tá pronto, meu parça? – o outro brasileiro perguntou.
— Simbora. Ninguém pega nois' – o Andrade sorriu maroto — Bota uma boa pra gente, Emerson – Richie gritou pro amigo.

Os três brasileiros estavam prontos para botar "fogo no parquinho" de Tottenham.
Você deve estar se perguntando "mas, por quê?", Ah meus amigos, pois desde quando brasileiro precisa de motivo para fazer farra?
Emerson abriu um sorriso tão grande que suas bochechas haviam começado a doer.
As pessoas que estavam dentro da academia de Tottenham conversavam animadamente sobre o jogo de ontem ou então algo pessoal, mas logo todos os murmúrios pararam quando um som extremamente alto vindo do lado de fora da academia pode ser ouvido por todos.

— Que som é esse? – Ivan perguntou.

Bentancur, um dos meias centrais do time, gelou. O uruguaiano conhecia bem aquele som, mesmo longe era possível distinguir algumas palavras semelhantes ao seu idioma nativo, aquele era o idioma que o país vizinho ao seu falava. Eram aqueles três de novo.

— Allá viene — suspirou. — Se preparem... – Bentancur disse baixo, abaixando a cabeça.

— Se preparar? Se preparar pra quê? – Harry Kane, outro atacante, perguntou confuso olhando para o latino.

E antes que algum deles pudessem questionar mais qualquer coisa, a porta foi aberta revelando então de onde vinha aquele som, que aumentou drasticamente quando a porta foi aberta. A música alta foi ouvida no refrão.

"EU VOU LARGAR MINHA CASA E VOU MORAR NO CABARÉ...".

Os três brasileiros entraram dançando de jeitos diferentes, mas estranhamente combinado. Os três rodaram todos os cantos da academia, sem se importarem muito no que os outros pensavam e que pareciam se divertir junto.

— Pois pegue o Trio Parada Dura, diretamente do Brasil – Richarlison disse entusiasmado.

Depois de quase 5 minutos de música brasileira, até Conte se cansar dos três brincando ao invés de treinar, eles ainda não tinham terminado o campeonato, e semana que vem teria outra partida, e que era melhor eles treinarem.
O tal Trio Parada Dura se dispersou pela academia. Cada um indo para um canto. Richarlison caminhou até o melhor amigo e parceiro de time, Son. Esse que fazia alguns exercícios com o foam roller, ou como Richarlison o chamava, rolinho.

— Atentado como sempre, não é mesmo Richie? – o coreano perguntou com uma cara de quem estava se divertindo.

— Tem que ser — o capixaba disse dando um sorriso pro amigo, e logo se deitou pegando um rolinho — Até porque, se não for eu vai ser quem? Um amor seu? – Richarlison fez referência à uma música brasileira que fez os outros dois amigos de mesma nacionalidade rirem, Son riu pela frase completamente idiota fora de contexto em inglês.