Pov's Narrador.
As duas mulheres almoçavam em um complemento silêncio, Soraya olhava pra ela de rabo de olho e Simone percebeu isso
- Quer me dizer algo?
- na verdade quero sim. Como anda suas sessões?
Simone largou os talheres no prato, pareceu não gostar muito da pergunta
- Por que isso agora?
- foi apenas uma pergunta Simone. Como uma boa amiga eu me preocupo com sua saúde mental - proferiu calmamente
- E o que quer saber?
- tem progredido nas sessões?
- no começo foi um pouco difícil admito, mas agora... Estou mais feliz.
- Só isso?
- Ah não! Passei a ver unicórnio e fada do dente também
Ela ironizou e Soraya deu uma risada pela senso de humor caótico de sua amiga
- Estou falando sério Simone
- então por que está rindo?
As duas gargalharam e se olharam
- Quando você voltou pra minha vida eu fiquei mais feliz - soltou no automático, não era essas palavras que ela queria usar mas o que iria fazer? Seu coração não obedecia suas coordenadas
- Está falando sério?
- Estou.
Elas se olharam por um momento que pareceu uma eternidade. Simone Nunca esqueceu a primeira troca de olhares. Nunca esqueceu o dia que ela veio em sua direção e lhe deu "Bom dia". Nunca esqueceu do seu sorriso em todas as manhãs. Tinha toda a certeza que jamais esqueceria da primeira e última noite que se amaram mas Simone foi tola demais e a deixou ir.
Bastou uma troca de olhares para seu coração disparar, sua pulsação correr mais rapidamente e que suas mãos suassem frio. Pronto. Era oficial. Fora naquela hora que “nada”, tornou-se em um piscar de olhos, absolutamente “tudo”.
- Pare de me olhar como se quisesse devorar minha alma, está me deixando sem graça - Soraya quebrou a intensa troca de olhares abaixando a cabeça e colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha
- Desculpe. Não quis te assustar - sorri divertida
- a Simone, você já me assustou muito, mas Hoje é a última pessoa que me assustaria
- Posso saber o porquê?
- na hora certa você irá saber
- huu quanto mistério - dramatizou a morena
- vamos, quero passar um pouco pela orla da praia, podemos?
- o que você não me pede que eu não faço?
- melhor amiga do mundo! Que Gleice não me escute!
As duas saíram do restaurante e Simone dirigiu até a praia, estacionou o carro em um lugar seguro e perto
Soraya saiu do carro sentido a brisa do mar bater sobre seu rosto
- Eu amo isso aqui! Me trás vida
Simone observou a mulher a sua frente que parecia tão relaxada... Talvez Soraya precisasse mesmo desse momento
- vamos nos sentar no quiosque para beber alguma coisa
No quiosque, Soraya pediu uma água de coco geladinha e Simone se interessou pela cachaça quente que o cardápio oferecia
- essa bebida aqui... Cravinho, é cachaça quente?
- sim senhora - a atendente respondeu - essa é lá da minha terra, Bahia
- sério?
- sim! Muitas pessoas pedem por ela, quem bebe fica apaixonado. Não tem festa no Pelourinho que deixe ter o cravinho! É feita com cachaça, cravo, mel e limão.
- sensacional. Pode me trazer a garrafa e o copinho para eu experimentar
- é pra já!
A atendente se virou e Soraya olhava pra Simone segurando a risada
- cachaceira Simone? É sério?
- ah Soraya, eu gosto de provar as cachaças da vida - disse mudando o ditado popular
- você não tem jeito mesmo!
As duas se divertiram pelo resto da tarde, Simone bebeu a cachaça e realmente gostou muito
Planejaram juntas ver o pô-do-sol que já estava acontecendo
Sentadas em uma pedra, as ondas do mar batiam contra as pedras, os passarinhos cantávam naquele fim de tarde, casais apaixonados aproveitando o momento... Era surreal
- gosto dessa paz. - pronunciou Soraya
- É lindo... Deixa a pessoa leve, leve
- sim...- respirou a brisa do lugar e soltou lentamente querendo aproveitar o máximo possível
Em um momento de deslize, a mão de Soraya tocou a de Simone que tomou um leve arrepio, ela olhou para a loira que tinha os olhos fechados e um sorriso descreto como se tivesse gostado
Simone aproveitou para observar cada detalhe de seu rosto e acabou sendo pega no flagra
Novamente o olhar penetrante entre as duas e dessa vez nenhuma fez questão de desviar
Então vem um sentimento estranho, como se a sexta não fosse sexta, como se não estivesse chegando um final de semana, como se estivesse faltando um pedaço, a metade que completa o todo...
Sabe porque ainda insistimos? Por que a cada troca de palavras, sorrisos, olhares e encontros, agente percebe o bem que cada um faz ao outro e não nos importamos com o que acham, apenas com o que achamos, sentimos e gostamos, um do outro.
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_Autora tá romântica hoje, esqueça tudo 🙅
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O inferno mais frio sem você - (Finalizada)
RomanceSimone Tebet uma CEO de 48 anos dona da S.T Industry. Depois de perder mais uma secretária, Simone precisa desesperadamente de alguém que lhe ajude com os assuntos da empresa Soraya Thronicke uma jovem romântica e sonhadora de 27 anos, depois de te...