Capítulo 32

1.6K 158 42
                                    

Pov's Narrador.

As duas mulheres almoçavam em um complemento silêncio, Soraya olhava pra ela de rabo de olho e Simone percebeu isso

- Quer me dizer algo?

- na verdade quero sim. Como anda suas sessões?

Simone largou os talheres no prato, pareceu não gostar muito da pergunta

- Por que isso agora?

- foi apenas uma pergunta Simone. Como uma boa amiga eu me preocupo com sua saúde mental - proferiu calmamente

- E o que quer saber?

- tem progredido nas sessões?

- no começo foi um pouco difícil admito, mas agora... Estou mais feliz.

- Só isso?

- Ah não! Passei a ver unicórnio e fada do dente também

Ela ironizou e Soraya deu uma risada pela senso de humor caótico de sua amiga

- Estou falando sério Simone

- então por que está rindo?

As duas gargalharam e se olharam

- Quando você voltou pra minha vida eu fiquei mais feliz - soltou no automático, não era essas palavras que ela queria usar mas o que iria fazer? Seu coração não obedecia suas coordenadas

- Está falando sério?

- Estou.

Elas se olharam por um momento que pareceu uma eternidade. Simone Nunca esqueceu a primeira troca de olhares. Nunca esqueceu o dia que ela veio em sua direção e lhe deu "Bom dia". Nunca esqueceu do seu sorriso em todas as manhãs. Tinha toda a certeza que jamais esqueceria da primeira e última noite que se amaram mas Simone foi tola demais e a deixou ir.

Bastou uma troca de olhares para seu coração disparar, sua pulsação correr mais rapidamente e que suas mãos suassem frio. Pronto. Era oficial. Fora naquela hora que “nada”, tornou-se em um piscar de olhos, absolutamente “tudo”.

- Pare de me olhar como se quisesse devorar minha alma, está me deixando sem graça - Soraya quebrou a intensa troca de olhares abaixando a cabeça e colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha

- Desculpe. Não quis te assustar - sorri divertida

- a Simone, você já me assustou muito, mas Hoje é a última pessoa que me assustaria

- Posso saber o porquê?

- na hora certa você irá saber

- huu quanto mistério - dramatizou a morena

- vamos, quero passar um pouco pela orla da praia, podemos?

- o que você não me pede que eu não faço?

- melhor amiga do mundo! Que Gleice não me escute!

As duas saíram do restaurante e Simone dirigiu até a praia, estacionou o carro em um lugar seguro e perto

Soraya saiu do carro sentido a brisa do mar bater sobre seu rosto

- Eu amo isso aqui! Me trás vida

Simone observou a mulher a sua frente que parecia tão relaxada... Talvez Soraya precisasse mesmo desse momento

- vamos nos sentar no quiosque para beber alguma coisa

No quiosque, Soraya pediu uma água de coco geladinha e Simone se interessou pela cachaça quente que o cardápio oferecia

- essa bebida aqui... Cravinho, é cachaça quente?

- sim senhora - a atendente respondeu - essa é lá da minha terra, Bahia

- sério?

- sim! Muitas pessoas pedem por ela, quem bebe fica apaixonado. Não tem festa no Pelourinho que deixe ter o cravinho! É feita com cachaça, cravo, mel e limão.

- sensacional. Pode me trazer a garrafa e o copinho para eu experimentar

- é pra já!

A atendente se virou e Soraya olhava pra Simone segurando a risada

- cachaceira Simone? É sério?

- ah Soraya, eu gosto de provar as cachaças da vida - disse mudando o ditado popular

- você não tem jeito mesmo!

As duas se divertiram pelo resto da tarde, Simone bebeu a cachaça e realmente gostou muito

Planejaram juntas ver o pô-do-sol que já estava acontecendo

Sentadas em uma pedra, as ondas do mar batiam contra as pedras, os passarinhos cantávam naquele fim de tarde, casais apaixonados aproveitando o momento... Era surreal

- gosto dessa paz. - pronunciou Soraya

- É lindo... Deixa a pessoa leve, leve

- sim...- respirou a brisa do lugar e soltou lentamente querendo aproveitar o máximo possível

Em um momento de deslize, a mão de Soraya tocou a de Simone que tomou um leve arrepio, ela olhou para a loira que tinha os olhos fechados e um sorriso descreto como se tivesse gostado

Simone aproveitou para observar cada detalhe de seu rosto e acabou sendo pega no flagra

Novamente o olhar penetrante entre as duas e dessa vez nenhuma fez questão de desviar

Então vem um sentimento estranho, como se a sexta não fosse sexta, como se não estivesse chegando um final de semana, como se estivesse faltando um pedaço, a metade que completa o todo...

Sabe porque ainda insistimos? Por que a cada troca de palavras, sorrisos, olhares e encontros, agente percebe o bem que cada um faz ao outro e não nos importamos com o que acham, apenas com o que achamos, sentimos e gostamos, um do outro.
_
_
_
_
_


Autora tá romântica hoje, esqueça tudo 🙅

O inferno mais frio sem você - (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora