Honelore

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Regina fazia as malas irritada mais um ano e Levi, seu irmãozinho de quatro anos, a ajudava. Tendo terminado, desceu com ele as escadas de casa até a cozinha, onde iriam tomar café da manhã antes da viagem. Era inútil, mas ela decidiu uma tentar uma última vez convencer Cora de a deixar ficar. Seu pai era sempre gentil com ela, se dependesse dele ela faria o que a deixasse mais feliz; mas a mãe dos longos cabelos ruivos era mais difícil de convencer. 

- Mãe - disse e mordeu sua torrada de frutas vermelhas - Deixa eu ficar, por favor! - implorou, com a voz calma para tentar convencê-la. 

- Não vou nem te responder isso. - Cora deu um gole no seu café sem açúcar sem nem mesmo olhar a filha. 

- Mas por que eu tenho que ir? Eu podia ficar com a Zel. 

- Você vai e ponto final e chega desse assunto!

- Que droga, você não muda nunca! - bufou - Não tô mais com fome também. - levantou da mesa e saiu marchando para a sala, ignorando seu pai a chamando:

- Gina... 

A morena vestia uma blusa preta colada de alcinhas, calça boca de sino jeans preta e coturno; como acessório usava uma choker de couro brilhante com spikes, brincos de argolinhas nos dois furos mais altos da orelha e um de coração vermelho com um olho dentro no furo mais baixo. Ela foi até o contato de sua irmã no celular e mandou uma mensagem:

"não consegui, vou ter que ir mesmo nessa porcaria de viagem

"eu imaginei. que merda, gina. próximo ano cê vem "

"é, fazer oq"

Ela enfiou o celular no bolso e ficou de braços cruzados esperando o horário de sair sem se conformar com o fato de já ter 22 anos e ainda não poder nem passar o fim de ano onde quer. 

E lá vamos nós pra essa cidade insuportável de novo.


Emma havia se mudado há uma semana para o novo apartamento na pequena cidade e ainda não tinha conseguido tempo suficiente para arrumar tudo. Não era uma grande mudança, mas seu trabalho na cafeteria andava bem corrido e só agora sua folga havia finalmente chegado. Ela se deu o direito de dormir sem programar o despertador e quando acordou se espreguiçou calmamente, feliz por saber que não estava vestida de duende no trabalho e sim em casa ao meio dia de uma quinta-feira. Olhou para toda aquela bagunça e sentiu certa preguiça de arrumar qualquer coisa naquele momento, então caçou uma roupa em algumas das caixas e foi dar uma volta pra conhecer melhor a cidade nova. 

Honelore estava inteira decorada com luzes, bonecos, árvores e os mais diversos enfeites de natal não só nas ruas, mas em praticamente todas as casas e estabelecimentos. Então ela decidiu por enquanto apenas andar por outras avenidas além da que caminhava todo dia para o trabalho e observar as pessoas em suas mais variadas atividades. Quando ela viu a enorme confeitaria cor de rosa, a única que tinha na cidade, se sentiu na obrigação de entrar e experimentar alguma coisa. Pediu três biscoitos de champagne e um frappé de baunilha com canela e se sentou em uma das mesas encostadas na parede de vidro, observando a neve cair do lado de fora. Tanto os biscoitos quanto o frappé faziam jus á aparência e eram tão deliciosos, que ela acabou pedindo mais pra viagem. Perto do caixa havia uma árvore de natal com uma plaquinha ao lado, que dizia: "deixe uma carta ou um pedido para o papai noel". Aos 21 não se espera muito que as pessoas ainda acreditem nessas coisas, mas Emma achou aquilo diferente e interessante e então antes de sair, olhou para o papai noel de brinquedo atrás da plaquinha e sussurrou baixinho:

- Se puder me ouvir, eu queria não passar mais um natal sozinha. 

Swan usava um vestido rosa até a metade das cochas, cacharrel bege, meia fina e botas de cano alto e jaqueta pretas. No pequeno bolso de fora da jaqueta estava seu celular, que quando ela estava rumando a porta da confeitaria, acabou escapando e caindo no chão. Um senhor que parecia ter uns 75 anos, com cabelos e barba totalmente brancos e bem magro, estava logo atrás da loira e pegou o aparelho do chão antes dela. 

- Moço, não precisava, obrigada! Isso aqui foi só pra provar que eu sou uma azarada mesmo. - disse, vendo a tela de seu celular toda preta e ainda mais trincada do que já estava antes.

- Imagina. E não se preocupe, tudo vai se resolver. Você não vai estar sozinha. - a loira se atentou ao homem após a última frase. 

- O que disse? 

- Disse que tudo vai se resolver, sua família com certeza vai ajudá-la com isso. - olhou para o celular na mão dela.

- Ah, eu sou sozinha na verdade. Mas vou resolver isso. - disse gentilmente ao homem. 

- Boa sorte, senhorita. Não se esqueça da magia do natal, pode se surpreender. - ele deu uma piscadinha para ela, que acenou com a cabeça. 

O homem rumou para fora do ambiente e Emma foi mais lenta atrás, ainda tentando dar um jeito no celular. Quando chegou á porta ela procurou o senhor com os olhos para lhe desejar boas festas e não o encontrou de jeito nenhum, por mais que as próximas esquinas dos dois lados fossem meio longes para ter chegado tão rápido. Ela deu de ombros, concluindo que ele teria entrado em alguma loja ou algo assim e seguiu seu caminho, na intenção de voltar para casa. 

Quando estava próxima á esquina de sua rua, avistou um garotinho ruivo andando sozinho e olhando para todos os lados, querendo chorar. Ela se aproximou dele e pegou uma de suas mãos, se abaixando para passar confiança. 

- Ei, por que você tá sozinho? - ela disse calma, tentando não assustá-lo e os olhos do pequeno marejaram ainda mais - Você se perdeu dos seus pais? 

- Eu vim atrás do balão, porque ele é muito bonito - ele falou, segurando um cordão com um grande balão verde - Mas aí agora eu não sei mais onde tá a loja de café. 

- Seus pais estão nessa loja de café? - Emma disse, já imaginando que era a que ela trabalhava e o garoto acenou com a cabeça, com os olhos arregalados. - Então eu acho que eu posso te ajudar, sei onde fica.

- Sério? Muito obrigada, moça! - suspirou aliviado e a loira achou aquilo a coisa mais linda do mundo.

- De nada! E qual o seu nome, garoto? - perguntou, portando um pequeno sorriso. 

- Levi Mills Colling. - expressou, marcando cada palavra. 

- Prazer, eu sou a Emma. Emma Swan. - ela estendeu a mão e ele a apertou. 

Se endireitando, Swan segurou Levi pela mão e finalmente foi levando-o para a cafeteria que costumava frequentar usando um uniforme. 


E a história continua no próximo capítulo. Continuem acompanhando e comentem muito pra me incentivar, beijooo! E só pra avisar que é uma fanfic bem curtinha, uma história que caberia em um filme clichê de natal, então os próximos capítulos não vão demorar a sair. Até o próximo!





Another Boring Christmas | SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora